Assustado com os altos �ndices de rejei��o a candidatos do partido nas elei��es deste ano, especialmente em S�o Paulo, o maior col�gio eleitoral do pa�s, o PT encomendou uma ampla pesquisa nacional para identificar as causas e poss�veis solu��es para o antipetismo.
Ainda nesta semana, a Marissol, empresa respons�vel por parte das pesquisas que nortearam a campanha da presidente Dilma Rousseff � reelei��o, vai apresentar uma proposta inicial de question�rio. A ideia � consultar eleitores em todos os Estados do Pa�s e fazer uma bateria de pesquisas qualitativas.
A c�pula do PT j� tem um diagn�stico prim�rio das causas do antipetismo. Segundo dirigentes, a onda come�ou nos protestos de junho de 2013, quando militantes petistas foram agredidos em manifesta��es em S�o Paulo, tomou corpo durante o processo eleitoral deste ano e continuou depois das elei��es, com as manifesta��es contra a presidente Dilma.
Corrup��o
Petistas identificaram os esc�ndalos de corrup��o, principalmente o mensal�o, como estopim da onda antipetista, mas acreditam que existam outros motivos de ordem ideol�gica e econ�mica que precisam ser explicados. Al�m disso, o PT quer saber se o fen�meno est� concentrado em S�o Paulo ou espalhado pelo Pa�s. Existe o temor de que a amplitude das den�ncias de corrup��o na Petrobras, investigadas na Opera��o Lava Jato, fortale�a a rejei��o ao partido em outros Estados.
Al�m do impacto eleitoral, a c�pula do partido est� preocupada com casos de viol�ncia contra militantes, registrados durante e depois das elei��es. Segundo dirigentes, setores da direita e da oposi��o incentivam, via redes sociais, o �dio e o preconceito ao PT, materializado nas manifesta��es p�s-eleitorais. E podem servir como sustent�culo popular para pedidos de impeachment de Dilma, j� alinhavados por parte da oposi��o.
O PT tem dificuldade de entender por que existe uma onda de "intoler�ncia" contra o partido que, nas palavras de um dirigente, � "o que mais combateu a corrup��o e mais defendeu os pobres na hist�ria do Brasil".
Orienta��es
Antes mesmo de ter um diagn�stico completo sobre as causas do antipetismo, a dire��o partid�ria j� estuda solu��es. Hoje, o partido realiza em S�o Paulo uma reuni�o com os secret�rios estaduais de Organiza��o da legenda. Uma das orienta��es ser� o aumento de filtros para novas filia��es. "Temos de selecionar com cuidado", diz Florisvaldo Souza, secret�rio nacional de Organiza��o do PT. "Al�m disso, temos que debater formas de distanciamento em rela��o ao governo."
O PT estuda fazer uma ampla revis�o no cadastro de filiados, hoje com mais de 1 milh�o de nomes, e enviar recados �queles que pensam em usar o partido como trampolim para projetos pessoais. No Legislativo, as bancadas ser�o avisadas que a norma que limita em tr�s mandatos consecutivos a atua��o parlamentar ser� posta em pr�tica.
O question�rio da Marissol ser� apresentado na reuni�o do diret�rio nacional do PT, na sexta-feira, 28, e no s�bado, 29, em Fortaleza (CE). Al�m da pesquisa, a dire��o petista vai definir crit�rios e aprovar o calend�rio de debates para a �ltima etapa do Congresso do partido. Com objetivo de aproveitar a onda de milit�ncia volunt�ria, que reapareceu no segundo turno da disputa presidencial, pela primeira vez os debates preparat�rios para o Congresso ser�o abertos a n�o filiados.