O PMDB tinha uma rede de operadores na Petrobras para desviar recursos de contratos com empreiteiras, de acordo com as investiga��es da Opera��o Lava Jato. Ao contr�rio do que ocorria com o PP e o PT, no PMDB havia v�rias frentes que se beneficiavam do esquema, cada uma com seu interlocutor nas diretorias da estatal. As investiga��es indicam que o modelo peemedebista na Petrobras reproduzia a organiza��o descentralizada do partido, loteado por diversos caciques e principal aliado do governo. Cada operador atuava para um padrinho, reportando-se a uma pessoa ou grupo de poder, e n�o � legenda como um todo.
Em depoimento � Justi�a, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu que, al�m de operar para o PP, que o indicou ao cargo, tamb�m passou num determinado momento a atender o PMDB. O ex-diretor disse que come�ou a repassar dinheiro a peemedebistas ap�s acordo para permanecer no cargo. A barganha foi a sa�da encontrada por ele para conter investida de uma ala da legenda, que se articulou para derrub�-lo da c�pula da companhia petrol�fera.
No depoimento, Costa contou que, depois de recuperado, esteve em Bras�lia e costurou o apoio � sua manuten��o no cargo com um pol�tico do PMDB. Nessa �poca, o ent�o deputado Jos� Janene, seu padrinho, j� estava enfraquecido por causa do seu envolvimento com o mensal�o. Costa precisava do PMDB para continuar no cargo.
O PMDB tem negado envolvimento do partido no esquema. Costa dirigiu a �rea de Abastecimento e Refino da Petrobras de 2003 a abril de 2012.
Baiano
Segundo as investiga��es, paralelamente, outro grupo do PMDB tamb�m se beneficiava do esquema por meio do consultor Fernando Soares, o Fernando Baiano - que est� preso na superintend�ncia da Pol�cia Federal no Paran� e teve R$ 8,5 milh�es bloqueados nas contas de duas de suas empresas. A defesa de Baiano nega que ele tenha participado de esquema de corrup��o na estatal.
A for�a-tarefa da Lava Jato, por�m, concluiu que Baiano tinha influ�ncia na Diretoria Internacional, comandada at� 2008 por Nestor Cerver�. No PP e no PT o esquema tinha operadores �nicos, que atuavam para atender aos partidos como um todo, conforme os investigadores. No caso do PP, o operador era o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrup��o na estatal petroleira.