Curitiba - O executivo J�lio Camargo - do grupo Toyo Setal - apontou em um dos depoimentos de sua dela��o premiada contas na Su��a, Nova York e Uruguai por onde movimentou pelo menos US$ 74 milh�es entre 2005 e 2012, al�m dos contratos que serviram para amealhar o dinheiro de caixa 2 do PT, PMDB e PP.
Ele sustentou que tudo foi feito via caixa 2, por meio de lobistas. E deu o caminho das pedras para os investigadores. Envolveu o ex-diretor de Servi�os da Petrobr�s Renato Duque (indicado pelo PT ao cargo), o ex-gerente Pedro Barusco, o lobista Fernando Ant�nio Soares Falc�o, o Fernando Baiano (operador do PMDB), o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef (operador do PP).
Segundo Camargo, quatro contas foram usadas para pagar propina. Duas na Su��a, uma no Uruguai e uma em Nova York. Todas abertas em nome de empresas de fachada, usadas para fornecer notas de servi�os fict�cios.
A conta do Uruguai foi aberta no Banco Winterbotham em nome da Piement Ltd., em 2006. Foi usada para movimentar US$ 40 milh�es referentes � intermedia��o feita pelo operador do PMDB na constru��o de sondas de perfura��o de �guas profundas. O contrato envolveu a Diretoria Internacional e o ex-diretor Nestor Cerver�. Camargo apresentou os extratos de 2006 a 2008 dessa conta.
Na Su��a, o delator apontou contas que abriu no Credit Suisse em 2005. Uma delas, de nome Pelego. "Os recursos remetidos para a conta no Credit Suisse eram decorrentes de contratos de consultoria firmado por interm�dio das empresas Auguri, Treviso e Piemonte com cons�rcios e outras empresas contratados pela Petrobras", afirmou Camargo. Ele apontou que a conta no banco su��o serviu para movimentar dinheiro de Duque, Barusco, Costa e Youssef.
A partir de 2011, o executivo disse ter come�ado a movimentar na Su��a outra conta de propinas: a Vigela. O benefici�rio era Fernando Baiano. Os pagamentos foram feitos para a conta de uma offshore de nome Hailey, no BCP Geneve, "indicada por Fernando Soares, em setembro de 2011 e outubro de 2011, cada um por valor de US$ 500 mil".
O delator da Toyo Setal apresentou ainda uma conta aberta no Merril Lynch, em Nova York. "(Aberta) t�o somente para operacionalizar o pagamento a Fernando Soares, por interm�dio de Alberto Youssef."
Defesas
A defesa de Duque, por meio da assessoria de imprensa, informou que o ex-diretor nega qualquer acusa��o sobre il�citos cometidos na Petrobras. Ele se colocou � disposi��o de todos os �rg�os envolvidos nas apura��es sobre a Petrobras para esclarecimentos.
"As dela��es de J�lio Camargo e Augusto Ribeiro s�o caluniosas. Os delatores, que s�o criminosos confessos, visam a, com as falsas acusa��es, receber um pr�mio ao final, traduzido em isen��o ou redu��o dr�stica de pena. Renato Duque nega as acusa��es e ir� se defender de acordo com o ordenamento jur�dico brasileiro", afirmou o advogado Alexandre Lopes, que representa Duque.
A advogada Beatriz Catta Preta, que defende Barusco, n�o quis se manifestar. O advogado de Nestor Cerver�, Edson Ribeiro, informou que as sondas citadas na dela��o "foram constru�das pela Samsung e locadas pela Petrobr�s por uma empresa criada pela Petrobras e a Mitsui, n�o havendo qualquer irregularidade na contrata��o".
A defesa de Fernando Baiano, que est� preso em Curitiba, nega que ele tenha movimentado dinheiro de propina no exterior. O pr�prio acusado, em depoimento aos investigadores da Lava Jato, admitiu ter contas na Su��a, mas que o dinheiro depositado nelas tem origem l�cita.
Youssef e Costa confirmaram o esquema por meio de suas dela��es premiadas.