A Su��a vai transferir ao Brasil todos os processos criminais existentes contra os suspeitos no caso do cartel dos trens de S�o Paulo, o que significa que a Justi�a brasileira receber� todos os detalhes de todas as contas dos envolvidos e que atualmente est�o bloqueadas.
As informa��es permitir�o que o Minist�rio P�blico no Brasil e promotores paulistas possam aprofundar as investiga��es contra Jo�o Roberto Zaniboni, ex-diretor da CPTM, contra o lobista Arthur Teixeira e o tamb�m ex-diretor da CPTM, Ademir Ven�ncio de Ara�jo, que det�m cinco contas na Su��a com um montante bloqueado de US$ 1,2 milh�o.
Os tr�s s�o considerados pe�as fundamentais para entender de que forma as multinacionais Alstom e Siemens operavam para garantir contratos. Outro foco do processo � o ex-juiz do Tribunal de Contas, Robson Marinho.
Na Su��a, eles estavam sendo investigados por lavagem de dinheiro e todas suas contas haviam sido bloqueadas. Com a transfer�ncia, todos os extratos banc�rios e todas as informa��es seriam tamb�m entregues. "Esse � o cen�rio de pesadelo para os suspeitos", disse Silvio Marques, promotor paulista que fez parte da delega��o.
Para que seja concretizada, a transfer�ncia do processo ainda precisa passar pelo Minist�rio da Justi�a na Su��a. O Brasil n�o seria contr�rio em aceitar o processo. No caso das contas do ex-prefeito Paulo Maluf no exterior, o STF chegou a pedir a Luxemburgo, Fran�a e Jersey que os processos fossem transferidos ao Brasil.
Desde quarta-feira, uma delega��o de procuradores e promotores brasileiros esteve em Berna em encontros com o Minist�rio P�blico da Su��a. A meta tanto dos su��os quanto dos brasileiros � identificar o percurso do dinheiro encontrado em contas em Zurique e que poderiam ser propina paga por empresas como a Alstom e a Siemens para garantir contratos p�blicos no Brasil.
H� meses os brasileiros vinham pedindo para que as informa��es sobre as contas desses suspeitos e, at� agora, Berna tinha evitado abrir seus arquivos. Hoje, por�m, fontes do MP su��o confirmaram � reportagem que o acesso aos detalhes das contas j� bloqueadas foi garantido aos brasileiros.
Os documentos seguem nas pr�ximas semanas por meio dos canais oficiais. Mas as informa��es passadas aos brasileiros durante as reuni�es apontou para novas evid�ncias e novas provas de como as propinas eram pagas pelas multinacionais.
A delega��o brasileira, composta pelo procurador da Rep�blica Rodrigo de Grandis e pelo promotor de Justi�a Silvio Marques, admitiu que ficou "surpresa" com a indica��o dos su��os.
Quando retornar ao Brasil, na semana que vem, De Grandis vai avaliar o informe preparado pela Pol�cia Federal e decidir como incorporar as informa��es dos su��os. "Vamos avaliar qual � a melhor estrat�gia", disse. Para ele, os extratos banc�rios e documentos dos su��os "certamente" v�o al�m da apura��o realizada at� hoje no Brasil desde o in�cio do caso.
Num esfor�o de demonstrar que existe uma coopera��o, um dia antes da reuni�o de Berna, a Pol�cia Federal fez busca na resid�ncia e no escrit�rio de Zaniboni, no que foi uma opera��o executada justamente a pedido do Minist�rio P�blico da Su��a ainda em 2011 e jamais realizada. Berna abriu investiga��o sobre a origem os mais de US$ 826 mil que Zaniboni manteve depositado em Zurique. O ex-diretor garante que o dinheiro foi resultado de uma consultoria que prestou.
Os su��os haviam conclu�do o caso que existia contra a Alstom, depois que a multinacional pagou uma multa milion�ria e encerrou o processo em Berna. Mas, agora, as suspeitas s�o contra brasileiros que teriam usado o sistema banc�rio su��o para lavar dinheiro fruto dessa corrup��o.
O que chama a aten��o dos su��os � que parte do dinheiro foi depositado por Arthur Teixeira, apontando pela PF aponta como o pagador de propinas do cartel de trens. Dados banc�rios de posse dos su��os revelam de fato o nome de Teixeira e � justamente essa informa��o que o Brasil tamb�m quer levar de volta ao Pa�s quando deixar Berna na sexta-feira.