(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Comiss�o da Verdade relata papel de igrejas no golpe de 64


postado em 08/12/2014 10:19 / atualizado em 08/12/2014 12:01

O apoio dado pelas igrejas do Brasil ao golpe militar de 1964 e, mais tarde, � consolida��o da ditadura, ter� destaque no relat�rio final da Comiss�o Nacional da Verdade - que ser� entregue � presidente Dilma Rousseff na quarta-feira. A informa��o � do coordenador do grupo de trabalho encarregado de analisar a quest�o religiosa naquele per�odo, o cientista social Anivaldo Padilha.

Em entrevista � reportagem, ele observou que j� existe grande quantidade de estudos e pesquisas sobre as persegui��es sofridas pelas igrejas e a resist�ncia de religiosos e leigos � ditadura. O colaboracionismo, por�m, ainda teria sido pouco estudado. "Lideran�as religiosas cat�licas e protestantes apoiaram o golpe e contribu�ram em seguida para a legitima��o e consolida��o da ditadura", afirmou.

"N�s j� sab�amos, desde o in�cio, do papel important�ssimo que as igrejas tiveram, �s v�speras do golpe, na dissemina��o da ideologia anticomunista, provocando medo e p�nico em alguns setores da sociedade. Nesse sentido foram absolutamente respons�veis por criar o clima pol�tico que possibilitou o golpe. Agora, por�m, obtivemos mais detalhes, chegamos a casos de padres e pastores que denunciaram membros de suas igrejas, fi�is e at� colegas."

Segundo Padilha, o relat�rio da comiss�o ter� nomes dos delatores. Ele n�o quis citar nenhum, afirmando que faz parte de um acordo com a coordena��o-geral da Comiss�o Nacional, pelo qual as informa��es s� poder�o ser divulgadas ap�s a entrega do relat�rio a Dilma.

"N�s tivemos acesso a um documento que revela que um bispo e um pastor metodista se ofereceram para ser informantes da pol�cia", contou. "Mas esse n�o foi um caso isolado. Aconteceu em outras igrejas."

Pai do ex-candidato petista ao governo de S�o Paulo, Alexandre Padilha, Anivaldo Padilha, que militou na juventude metodista e na A��o Popular, sendo depois preso e torturado, disse que um pastor metodista sabia das pris�es e das torturas. "O que se viu muito naquele per�odo foram op��es ideol�gicas - e n�o o resultado de ignor�ncia ou falta de informa��o", afirmou.

Un�nime
O apoio ao golpe foi quase un�nime entre os religiosos em 1964. A Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil, que mais tarde se tornaria uma das principais vozes contra a ditadura, estava entre os apoiadores. Outros dois �cones da resist�ncia, posteriormente, os bispos d. Paulo Evaristo Arns e d. H�lder C�mara tamb�m apoiaram o in�cio do movimento, como lembrou Padilha.

"Menciono isso n�o para desqualificar, mas para mostrar a grandeza desses dois bispos", explicou. "No momento em que perceberam que haviam ca�do numa cilada, tomaram consci�ncia de suas responsabilidades e se tornaram dois gigantes na luta contra a ditadura. V�rios outros bispos cat�licos apoiaram o golpe e depois se redimiram. No campo protestante tamb�m ocorreram casos assim."

O documento do grupo coordenado por Padilha tem quase 200 p�ginas - mas s� uma parte dele faz parte do relat�rio da Comiss�o Nacional a ser divulgado na quarta-feira. O material restante deve ser transformado numa publica��o para distribui��o e debate nas igrejas. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)