
A um dia da entrega do relat�rio final, a Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) anunciou, nesta ter�a-feira (9/12), a localiza��o do sepultamento de dois desaparecidos pol�ticos: o estudante Paulo Torres Gon�alves e o militante do PCdoB Joel Vasconcelos Santos. O colegiado identificou ainda a foto de uma ossada, encontrada em 1976 em um canteiro de obras do Rio de Janeiro, que pode ser de Stuart Angel, militante pol�tico desaparecido em 1971.
Gon�alves e Santos j� constavam da lista oficial de desaparecidos pol�ticos, mas n�o se sabia o paradeiro dos corpos. An�lises papilosc�picas, cujos resultados sa�ram na �ltima quinta-feira (no caso de Gon�alves) e ontem (Santos), mostraram que ambos foram enterrados como indigentes em dois cemit�rios no Rio de Janeiro.
Peritos cruzaram informa��es de listas de sepultados como indigentes na �poca e as digitais de desaparecidos pol�ticos. No caso de Stuart, a foto de 1976, encontrada pela comiss�o no primeiro semestre deste ano, foi enviada � Inglaterra para compara��es antropol�gicas com a estrutura facial de Stuart. Os peritos ingleses responderam que h� compatibilidade, n�o sendo poss�vel confirmar nem descartar que a ossada seja do militante pol�tico.
"N�o estamos afirmando que seja ele. Mas agora h� um caminho a seguir", diz o perito criminal da CNV Mauro Yared. Uma das recomendadoes da CNV ser� o prosseguimento das a��es de investiga��o para que casos como o de Stuart, em que surgiram novas hip�teses, sejam apurados.
A comiss�o criticou a falta de colabora��o das For�as Armadas, alimentando uma troca de farpas que ocorre h� dias entre militares e o colegiado, sobretudo �s v�speras da divulga��o do relat�rio. "� verdade que contribu�ram at� cordialmente. Mas tamb�m � verdade que, no que � fundamental, a contribui��o foi zero", afirmou Jo�o Paulo Cavalcanti, jurista integrante da CNV
Ele citou uma solicita��o de informa��es �s For�as Armadas sobre torturas ocorridas na Ilha das Flores. "Mandaram quase um milh�o de p�ginas em que h� at� cart�es portais de Ilha das Flotes, dizendo que era um lugar apraz�vel." Ele completa que as For�as Armadas "n�o ouviram ningu�m e n�o pesquisaram arquivos".
