Manuten��o de Foster na Petrobras pode ser insustent�vel

Novas den�ncias colocam a presidente da Petrobras, Maria das Gra�as Foster, blindada pelo Planalto, no centro do esc�ndalo de corrup��o entranhado na petrol�fera. Mensagens de e-mails encaminhadas desde 2009 pela ex-gerente-executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento Venina Velosa da Fonseca, indicam que Gra�a foi alertada sobre ilegalidades em contratos e licita��es. Ontem, a oposi��o cobrou a demiss�o da presidente da empresa e confirmou que o nome dela ser� inclu�do na lista de indiciados do relat�rio paralelo da CPMI da Petrobras. O documento, preparado pelos oposicionistas, ser� apresentado na pr�xima quarta-feira.

A den�ncia contra a presidente da Petrobras foi publicada na edi��o de ontem do jornal Valor Econ�mico. Informa��es de bastidor apontam que as revela��es causaram um grande mal-estar no Planalto. Dentro do PT, a avalia��o � de que a situa��o de Gra�a ficou insustent�vel. Petistas consideram que a presidente deve agir rapidamente para tentar evitar novos ataques.

De acordo com a reportagem, a presidente da estatal foi alertada, inicialmente, a respeito de contrata��es irregulares na �rea de comunica��o da Diretoria de Abastecimento, administrada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012. As primeiras den�ncias de Venina tiveram como foco pagamentos de R$ 58 milh�es por servi�os que n�o foram realizados na �rea de comunica��o da estatal, em 2008. Ela teria procurado o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa para reclamar das irregularidades.

Um ano depois, Venina encaminhou um e-mail para a diretoria de G�s e Energia, comandada por Gra�a Foster na �poca, informando sobre desvios na implanta��o da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. As obras, que inicialmente foram or�adas em US$ 4 bilh�es, chegaram a US$ 18 bilh�es ap�s assinaturas de contratos aditivos. Depois que as den�ncias foram encaminhadas, a ex-gerente foi transferida para Cingapura, na �sia, e, em novembro, afastada da petroleira. Conforme a reportagem, nesse ano, antes da deflagra��o da Opera��o Lava-Jato, Gra�a Foster foi alertada novamente. Desta vez, as mensagens indicavam cometimento de fraudes em unidades da Petrobras no exterior.

Ontem, a C�mara dos Deputados encaminhou ao Minist�rio da Justi�a pedido de prote��o policial para Venina. A solicita��o foi feita pela lideran�a do DEM na Casa. “Os integrantes da diretoria n�o t�m a menor condi��o de permanecer, a come�ar pela presidente Gra�a Foster. Diante dessas graves den�ncias com provas publicadas no Valor Econ�mico, o m�nimo a fazer � substituir toda a c�pula da empresa em nome da preserva��o da estatal, destro�ada pelo governo do PT. Gra�a Foster se omitiu, o que � inadmiss�vel”, declarou o l�der da legenda, deputado Mendon�a Filho. Ele confirmou ainda que a nova CPMI, que deve ser instalada no in�cio da pr�xima legislatura, ter� como uma das primeiras provid�ncias o depoimento de Venina da Fonseca.

COMISS�ES INTERNAS
Em nota oficial, a Petrobras comunicou que, ap�s receber as den�ncias, instaurou comiss�es internas “em 2008 e 2009 para averiguar ind�cios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela ger�ncia de Comunica��o do Abastecimento”. Ainda de acordo com o comunicado, “o ex-gerente da �rea foi demitido por justa causa em 3 de abril de 2009, por desrespeito aos procedimentos de contrata��o da companhia. Por�m, a demiss�o n�o foi efetivada naquela ocasi�o porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em virtude de afastamento por licen�a m�dica, vindo a ocorrer em 2013.”

A estatal assegurou que o resultado das an�lises realizadas foi encaminhado �s autoridades competentes. “Como mencionado em comunicados anteriores, a Comiss�o Interna de Apura��o constitu�da para avaliar os processos de contrata��es para as obras da RNEST (refinaria Abreu e Lima) concluiu as apura��es e encaminhou o relat�rio final aos �rg�os de controle e autoridades competentes”, diz a nota. A companhia alega que apurou todas as informa��es repassadas pela ex-gerente.

Sobre as den�ncias relacionadas a neg�cios no exterior, a petroleira ressalta que aprimorou os procedimentos de compra e venda e adotou as provid�ncias administrativas e negociais cab�veis. Segundo a Petrobras, a �rea respons�vel pela fiscaliza��o e pelo controle de perdas de �leo combust�vel n�o constatou nenhum problema entre 2012 e 2014. (Colaborou Grasielle Castro)

Na corda bamba

Os principais executivos da Petrobras e seus padrinhos

l Maria das Gra�as Foster, presidente
l Eleita em fevereiro de 2012, tem mais de 30 anos de experi�ncia na empresa. � integrante do Conselho de Administra��o e diretora da �rea de Neg�cio Internacional da companhia. J� foi presidente da Petrobras Qu�mica S.A. (Petroquisa) e presidente e diretora-financeira da Petrobras Distribuidora S.A.
n Quem indicou: Dilma Rousseff

Almir Guilherme Barbassa, diretor Financeiro e de Rela��es com os Investidores
l Ocupa o cargo desde 2005. Foi gerente-executivo de Finan�as de 1999 a 2005. Atuou como gerente financeiro da subsidi�ria Petrobras Am�rica em Houston por tr�s anos. � integrante do Conselho de Administra��o da Braskem S.A. desde 2010.
n Quem indicou: Jos� S�rgio Gabrielli,
petista e ex-presidente da Petrobras

Jos� Miranda Formigli Filho, diretor de Explora��o e Produ��o
l Est� no cargo desde 2012. Em 2008, foi nomeado gerente-executivo da �rea criada para o planejamento e desenvolvimento das descobertas do pr�-sal. Ingressou na Petrobras em 1983 e fez o curso de forma��o em Engenharia de Petr�leo. � integrante do Conselho de Administra��o da Petrobras G�s S.A. (Gaspetro).
n Quem indicou: Maria das Gra�as Foster

Jos� Alcides Santoro Martins, diretor de G�s e Energia
l Responde pela diretoria desde 2012 e tem mais de 30 anos na empresa. Tamb�m � presidente da Petrobras G�s S.A.(Gaspetro). Foi gerente-executivo de Opera��es e Participa��es em Energia, diretor presidente das termel�tricas Celso Furtado, Termocear� e M�rio Lago e diretor da Sociedade Fluminense de Energia. � integrante do Conselho de Administra��o da Petrobras G�s S.A., da Petrobras Transporte S.A.(Transpetro) e da Braskem S.A..
n Quem indicou: Maria das Gra�as Foster

Jos� Carlos Cosenza, diretor de Abastecimento
l Em 2012, assumiu a diretoria ap�s a demiss�o de Paulo Roberto Costa. Tem mais de 30 anos na estatal. Antes de assumir a Diretoria de Abastecimento, foi gerente executivo de Refino. Consenza atuou tamb�m como gerente geral das refinarias Presidente Get�lio Vargas (Repar) e Paul�nia (Replan) e como presidente da Petrobras Argentina e da Petrobras Uruguai, al�m de diretor da �rea Comercial (Retail) da Petrobras Energia S.A. (Pesa).
n Quem indicou: indica��o conjunta do PT,
do PMDB e do PP da C�mara

Jos� Ant�nio de Figueiredo, diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais
l Assumiu o cargo em 2012. � engenheiro, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1978 e ingressou na Petrobras um ano depois. Na companhia, exerceu diversas fun��es gerenciais, entre as quais a de gerente executivo de E&P Sul-Sudeste e gerente executivo de Servi�os de E&P.
n Quem indicou: Maria das Gra�as Foster

Jos� Eduardo de Barros Dutra, diretor Corporativo e de Servi�os
l Tamb�m assumiu o cargo em 2012. Presidiu a Petrobras de 2003 a 2005 e fez parte do Conselho de Administra��o da companhia e da Petrobras Distribuidora S.A. Foi ainda presidente da Petrobras Distribuidora S.A. Presidiu os conselhos de administra��o da Petrobras G�s S.A.(Gaspetro), Petrobras Transporte S.A.(Transpetro), Petrobras Qu�mica S.A. (Petroquisa), Petrobras Energia (Pesa) e Liquig�s. Exerceu mandato de senador pelo estado de Sergipe.
n Quem indicou: PT