O Conselho de �tica da C�mara dos Deputados instaurou nesta ter�a-feira, 16, processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) atendendo a uma representa��o do PT, PCdoB, PSOL e PSB. Na semana passada, o deputado disse em plen�rio que n�o estupraria a deputada e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica, Maria do Ros�rio (PT-RS), porque ela "n�o merecia".
Bolsonaro veio pessoalmente fazer sua defesa pr�via e apresentou um v�deo de 2003 onde ele aparece discutindo com a deputada. O parlamentar alegou que na �poca foi chamado por Maria do Ros�rio de estuprador e que o caso foi arquivado. "Ela costuma agredir e fugir. Eu dei o troco nela", rebateu. No documento entregue aos membros do Conselho, Bolsonaro disse que suas declara��es foram distorcidas e que n�o houve amea�a de estupro ou quebra de decoro parlamentar.
Aos membros do Conselho, o deputado disse esperar que o processo seja arquivado, como j� aconteceu em outras ocasi�es. Aos jornalistas, afirmou que virou alvo porque o PT quer mudar o foco das den�ncias sobre desvios na Petrobras.
Na reuni�o desta tarde, o Conselho fez o sorteio da lista tr�plice de onde sair� o nome do relator do processo nos pr�ximos dias. Foram sorteados os deputados Rosane Ferreira (PV-PR), Marcos Rog�rio (PDT-RO) e Ronaldo Benedet (PMDB-SC). No entanto, o colegiado ainda aguarda uma posi��o da Mesa Diretora da Casa para definir se o caso ser� arquivado com o fim da legislatura ou se ele seguir� automaticamente na nova composi��o do Congresso com os prazos suspensos. O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), afirmou que a instaura��o do processo � uma medida simb�lica do colegiado. "� uma resposta � sociedade e ao regimento da Casa. Cumprimos o prazo, abrimos o processo, s� n�o sabemos se ele vai continuar ou n�o", disse.
Ontem, a vice-procuradora-geral da Rep�blica, Ela Wiecko, ofereceu uma den�ncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro. A procuradora considerou que o parlamentar incitou a pr�tica do crime de estupro. "O que aconteceu a gente n�o pode se arrepender", afirmou Bolsonaro, demonstrando confian�a de que o STF arquive a a��o da PGR porque, segundo ele, os parlamentares s�o "inviol�veis" em suas palavras proferidas no plen�rio.