S�o Paulo - A Justi�a Federal aceitou nesta quarta-feira den�ncia contra o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerver� e mais tr�s pessoas por envolvimento no esquema de corrup��o da Petrobras. O ex-diretor responder� a a��o penal por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Tamb�m s�o alvos da a��o o lobista do PMDB Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, e o executivo J�lio Camargo, da Toyo Setal, por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. O doleiro Alberto Youssef responder� por lavagem de dinheiro. Camargo e Youssef fizeram acordo de dela��o premiada e t�m colaborado com as investiga��es. Os dois s�o r�us nas outras a��es ajuizadas.
A a��o � a sexta e �ltima a ser aberta pela Justi�a Federal, a partir de den�ncias do Minist�rio P�blico Federal (MPF) apresentadas desde a semana passada, o que eleva o n�mero de r�us da Opera��o Lava Jato para 38. A maioria � de executivos de empreiteiras.
Conforme den�ncia do MPF, o ex-diretor Cerver� e Falc�o receberam propina de US$ 15 milh�es para viabilizar contratos de um navio sonda para a Petrobras. Os pagamentos teriam sido feitos por Camargo, representante da empresa contratada, a Fernando Falc�o, que atuaria diretamente na Diretoria Internacional, na �poca dos fatos comandada por Cerver�.
“No presente caso, reuniu o MPF um n�mero significativo de documentos que amparam as afirma��es constantes nas den�ncias, especialmente o envolvimento direto de Nestor Cerver� nas contrata��es dos navios-sondas e as dezenas de transa��es financeiras relatadas pelo criminoso colaborador e que representariam atos de pagamento de propinas e de lavagem de dinheiro”, escreveu o juiz S�rgio Moro em seu despacho.
“Relativamente �s transfer�ncias realizadas com as contas no exterior, consta da den�ncia que o criminoso colaborador procedeu � entrega ao MPF dos extratos respectivos que demonstram as transa��es que teriam sido efetuadas para contas benefici�rias indicadas por Fernando Soares”, acrescentou Moro.
O juiz destacou que h� poss�veis pagamentos de vantagens indevidas a autoridades com foro privilegiado, n�o inclu�dos na den�ncia. “N�o obstante, quanto a estes fatos, tanto o crime de corrup��o ativa, quanto o crime de corrup��o passiva, s�o da compet�ncia do Supremo Tribunal Federal”, explicou, dizendo que todos os elementos probat�rios colhidos, especialmente em dela��es premiadas, foram enviados � corte. “A den�ncia ora oferecida n�o toca, nem minimamente, nesses fatos de compet�ncia do Supremo Tribunal Federal.”
O advogado de Cerver�, Edson Ribeiro, disse que seu cliente refuta veementemente as acusa��es contidas na den�ncia. Segundo ele, os elementos colhidos pelo MPF n�o s�o suficientes para provar que o ex-diretor recebeu pagamentos indevidos. “N�o passa de ila��o do Minist�rio P�blico”, afirmou. Ribeiro disse que vai questionar nos tribunais superiores a compet�ncia da Justi�a Federal do Paran� para julgar o caso, uma vez que os crimes alegados teriam ocorrido no Rio de Janeiro, onde fica a sede da Petrobras.
O advogado de Fernando Falc�o Soares, M�rio de Oliveira Filho, n�o atendeu �s liga��es da reportagem que tamb�m n�o localizou os defensores de Youssef e de Camargo.