
Bras�lia – Sem indiciar pol�ticos ou at� mesmo a presidente da Petrobras, Gra�a Foster, acusada pela oposi��o de mentir durante depoimento na comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) mista criada para investigar malfeitos na estatal, parlamentares aprovaram nessa quinta-feira o parecer do relator, Marco Maia (PT-RS). O relat�rio recomendou ao Minist�rio P�blico Federal o indiciamento de 52 pessoas envolvidas nas investiga��es da Opera��o Lava-Jato. Apesar da tentativa, a oposi��o n�o conseguiu colocar o parecer alternativo em vota��o.
A maioria dos indiciamentos propostos pela CPI Mista � de pessoas que j� respondem a a��es penais pela investiga��o da Lava-Jato ou admitiram em dela��es premiadas a participa��o em irregularidades nas obras da Refinaria de Abreu e Lima ou na compra de Pasadena (EUA).
Marco Maia resolveu alterar o parecer ap�s receber cr�ticas pelo texto anterior depois de at� a pr�pria Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) ter admitido, esta semana, que h� irregularidades na compra de Pasadena, com “preju�zo potencial” de US$ 561,5 milh�es (R$ 1,18 bilh�o) no neg�cio. Ap�s mudar o relat�rio final, Maia causou mal-estar no Planalto ao defender tamb�m a sa�da de Gra�a Foster da presid�ncia da Petrobras. Ontem, ele voltou a afirmar que a manuten��o dela no cargo � insustent�vel, mesmo depois do apelo do ministro de Rela��es Institucionais, Ricardo Berzoini.
Na nova vers�o do relat�rio da CPI, Marco Maia incluiu o nome dos ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Nestor Cerver� (Internacional), Renato Duque (Servi�os), Pedro Jos� Barusco Filho (ex-gerente-executivo de Servi�os), do doleiro Alberto Youssef e at� da ex-contadora Meire Poza, que n�o � investigada pela Pol�cia Federal, mas colabora com depoimentos. A CPI Mista n�o tem poder de indiciar, s� pede que suspeitos sejam indiciados.
Pol�ticos foram poupados da recomenda��o de indiciamento, segundo o pr�prio relator justificou, pela “aus�ncia de provas” e da pr�pria dela��o premiada que os menciona. “N�o estamos aqui para fazer ila��es”, ponderou Marco Maia. Integrantes da CPI Mista da Petrobras tentaram ter acesso aos depoimentos dos delatores, mas n�o obtiveram sucesso. Na quarta, a oposi��o apresentou um parecer paralelo, mas n�o conseguiu coloc�-lo em vota��o.
Reclama��es
Nessa quinta-feira, um comboio da oposi��o saiu em dire��o � lideran�a do PTB, onde se encontrava o presidente em exerc�cio da CPI da Petrobras, Gim Argello (PTB-DF), reunido com cerca de oito congressistas da base. Havia 10 presen�as registradas na sess�o da CPI naquele momento e eram necess�rios 17. Deputados e senadores da situa��o participavam de uma reuni�o a portas fechadas. L�der do PSDB na C�mara, o deputado Ant�nio Imbassahy (BA) criticou o atraso. “Se transferirmos a sess�o para l� daria qu�rum”, denunciou Imbassahy.
�s 11h, pouco tempo depois da cobran�a para comparecerem � comiss�o, o presidente Gim Argello deu in�cio � vota��o. L�der do PPS, Rubens Bueno (PR) argumentou pela continuidade das investiga��es em 2015. “Uma das prerrogativas do Parlamento � investigar e n�o estamos cumprindo com isso porque a maioria governista n�o deixa”, criticou. O l�der do PT no Senado, Humberto Costa (PE), rebateu o relat�rio da oposi��o – segundo ele, feito com base em not�cias jornal�sticas. “Querem encontrar v�nculo da presidente com esse processo para tentar no tapet�o impedir que a Dilma exer�a seu segundo mandato”, afirmou.