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Estado de Minas

Menor prest�gio e verba faz diplomatas buscarem op��es a carreira no Itamaraty

Desde que assumiu o Pal�cio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff nunca fez quest�o de esconder a pouca defer�ncia � pol�tica externa


postado em 29/12/2014 08:01 / atualizado em 29/12/2014 08:30

Genebra - A queda de prest�gio da diplomacia no governo Dilma Rousseff e a perspectiva de poucas mudan�as na pol�tica externa pelo pr�ximo mandato est� levando jovens funcion�rios do Itamaraty a buscarem alternativas para suas carreiras. Diante da mudan�as no sistema de promo��o e de restri��es or�ament�rias, os novatos est�o preferindo pedir licen�as tempor�rias, remo��es ao exterior ou mesmo transfer�ncia para outros �rg�os federais, a ficarem na sede da chancelaria.

Desde que assumiu o Pal�cio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff nunca fez quest�o de esconder a pouca defer�ncia � pol�tica externa, bem diferente da postura do antecessor, Luiz In�cio Lula da Silva, com mais apre�o e voca��o para "vender" o Brasil.

Essa mudan�a se fez sentir nos n�meros: enquanto nos dez primeiros meses de 2014 o Minist�rio das Rela��es Exteriores se comprometeu a gastar R$ 1,9 bilh�o, o empenho no mesmo per�odo de 2010 foi de R$ 2,3 bilh�es - o valor foi atualizado a pre�os de outubro de 2014. A redu��o de gastos levou o Itamaraty a dever mensalidades para �rg�os da ONU e a cortar o n�mero de miss�es diplom�ticas: de mais de 180 em 2013, o volume caiu para 50 em 2014.

Completa o cen�rio a indefini��o sobre o futuro do minist�rio. A perman�ncia de Luiz Alberto Figueiredo � improv�vel, e as op��es seriam um retorno de Celso Amorim, titular da pasta com Lula, ou a escolha do hoje embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Mauro Vieira, que seria substitu�do pelo atual chanceler.

Mas a insatisfa��o vai al�m do dinheiro. Sem um plano de carreira e, segundo o sindicato dos funcion�rios, "desprezados pelo Pal�cio do Planalto", a Casa de Rio Branco vive um mal-estar generalizado. Historicamente, o Itamaraty prefere a discri��o e o isolamento mesmo em tempos de maior transpar�ncia da gest�o p�blica. Por isso, sinais de que as coisas n�o v�o bem s�o percebidos em casos emblem�ticos como o de Edson Zuza, secret�rio que h� poucos meses decidiu dar baixa na Divis�o de Pessoal do Itamaraty para montar uma cl�nica particular de dermatologia.

Os pedidos de remo��o para servi�os fora do Pa�s tamb�m cresceram. Neste semestre, 68 terceiros-secret�rios - posto inicial na diplomacia - somaram-se a outros 19 diplomatas mais graduados na disputa por vagas espalhadas pelo mundo - aumento de 70% em rela��o a 2013. No dia 18, 32 postos foram almejados. Essa competi��o reduz as chances dos menos graduados, o que aumenta a insatisfa��o. Al�m das portas fechadas aos terceiros-secret�rios, a c�pula abriu outra crise ao ignorar candidaturas de dois chefes de divis�es, chefes de gabinete e outros diplomatas mais graduados.

Pela Ordem


"Estamos vivendo um momento dram�tico", disse Eduardo Saboia, diplomata que retirou da Bol�via o senador oposicionista Roger Pinto, em 2013. Depois de ser alvo de uma sindic�ncia na chancelaria que jamais resultou em uma defini��o sobre sua carreira, ele est� hoje no Departamento Financeiro do Itamaraty em Bras�lia. Mas confessa que est� estudando para a prova da OAB. "J� passei na primeira fase. N�o posso descartar outras possibilidades", justificou.

A queixa nos corredores do Itamaraty � de que as promo��es d�o prioridade ao tempo de servi�o dos beneficiados, e n�o aos m�ritos propriamente ditos. H� ainda queixas dos que, ao chegar a postos mais altos, descobrem que n�o h� verba ou estrat�gia tra�ada para promover a pol�tica externa.

"Reparamos que tem havido relativa frequ�ncia de servidores das carreiras de oficial e de assistente de chancelaria pedindo vac�ncia, para assumir outro cargo publico, ou para aposentadoria volunt�ria", disse a presidente do Sinditamaraty, Sandra Malta dos Santos.

Em 2013, ao assumir o minist�rio, Figueiredo anunciou que as promo��es seguiriam crit�rios de tempo de perman�ncia no �rg�o: 30 anos de carreira � pr�-requisito para um ministro de segunda classe ser promovido a embaixador; 18 anos para um conselheiro ascender a ministro, e 15 anos para um primeiro-secret�rio aspirar a conselheiro. O resultado pr�tico disso � a desmotiva��o de jovens diplomatas, em especial entre os quase 400 recrutados pelo governo Lula para dar maior proje��o externa ao Brasil.

Figueiredo tamb�m deixou de adotar uma lei aprovada na gest�o do antecessor, Antonio Patriota, que permitiria um fluxo maior na carreira diplom�tica. Uma s�rie de embaixadores j� ultrapassaram a idade-limite de 65 anos, em postos na Europa, �sia e Am�rica do Norte, mas n�o t�m aceitado abandonar seus postos, o que permitiria uma maior renova��o dos quadros e amenizaria a insatisfa��o entre os novatos."As perspectivas para os jovens diplomatas atualmente n�o s�o as mais promissoras", disse Sandra.


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