Ap�s posse, Dilma cumpre maratona diplom�tica

 

Bras�lia – Depois de enfrentar uma maratona de mais de quatro horas nas cerim�nias de posse, a presidente Dilma Rousseff (PT) se reuniu ontem com autoridades internacionais no Pal�cio do Planalto. Ela teve encontros reservados com o colega venezuelano Nicol�s Maduro; com o vice-presidente da China, Li Yuanchao; com o presidente de Guin�-Bissau, Jos� M�rio Vaz; e com o primeiro-ministro da Su�cia, Stefan Lofven. Ao todo, os encontros duraram cerca de tr�s horas. Na v�spera, durante o coquetel oferecido no Pal�cio do Itamaraty, sede do Minist�rio das Rela��es Exteriores, ela j� havia se reunido por cerca de uma hora com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quando discutiram formas de o Brasil ajudar no processo de reaproxima��o dos norte-americanos com Cuba.

Integrantes do governo disseram que a inten��o de Dilma � fazer uma visita de Estado aos EUA at� setembro. A vinda de Biden ao Brasil representa mais um gesto da Casa Branca ap�s o estremecimento causado pelas revela��es de espionagem em setembro de 2013. O vice de Barack Obama � a autoridade mais graduada enviada para uma posse presidencial brasileira desde Fernando Collor – em 1990, o ent�o vice-presidente, Dan Quayle, veio para a posse do primeiro mandat�rio eleito pelo voto direto ap�s a ditadura militar.

Os EUA e Cuba retomaram rela��es diplom�ticas em dezembro ap�s 53 anos de rompimento. O acordo hist�rico foi mediado pelo papa Francisco e prev� reabertura de embaixadas e medidas em setores como comunica��es, turismo e bancos. Na ocasi�o, o Brasil chegou a ser informado do acordo momentos antes da declara��o oficial. Ao deixar o Itamaraty, o vice-presidente dos EUA falou rapidamente com a imprensa e demonstrou otimismo. “� um novo come�o.”

‘Confian�a’

Ap�s se reunir com a petista, Maduro afirmou ter “confian�a pol�tica” no Brasil e ressaltou que nos �ltimos 12 anos foi constru�do “novo tipo” de rela��o entre os pa�ses. Ele classificou a reuni�o como “auspiciosa”. Segundo Maduro, foram abordados no encontro a crise na Venezuela gerada pela baixa do petr�leo e um projeto de coopera��o para industrializa��o venezuelana. “Compartilhei com ela uma crise hist�rica que nosso pa�s vive”, disse. Para sair da crise, Maduro afirmou que pretende dar in�cio a um plano de industrializa��o em parceria com o Brasil. “Estamos articulando com o Brasil o planejamento de um processo de industrializa��o no campo Mercosul e tamb�m bilateral”, explicou. Segundo ele, ser� um programa para dar in�cio a um ciclo virtuoso de crescimento.

No primeiro discurso do segundo mandato, no Congresso Nacional, a presidente de Dilma abordou temas ligados �s rela��es diplom�ticas do Brasil com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela), pa�ses africanos e Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul), al�m de defender a amplia��o do relacionamento com os Estados Unidos. “Manteremos a prioridade � Am�rica do Sul, Am�rica Latina e Caribe, que se traduzir� no empenho em fortalecer o Mercosul, a Unasul e a Comunidade dos Pa�ses da Am�rica Latina e do Caribe (Celac), sem discrimina��o de ordem ideol�gica”, garantiu.

CA�AS Ap�s o encontro com Dilma, o primeiro-ministro sueco afirmou que a venda dos ca�as Gripen NG para o Brasil deve servir como oportunidade para ampliar os neg�cios entre os dois pa�ses, em outros setores, como energia renov�vel, minera��o, bioeconomia, inform�tica, comunica��o e sa�de. A compra pelo Brasil de 36 ca�as Gripen NG foi anunciada em dezembro de 2013. Ap�s mais de 10 anos de discuss�o, a presidente decidiu pela aquisi��o dos ca�as da sueca Saab para a For�a A�rea Brasileira (FAB) ao custo de US$ 5,4 bilh�es.

L�fven, que foi metal�rgico assim como o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, disse que a expectativa � que esse neg�cio movimente n�o apenas a ind�stria de componentes industriais mas tamb�m outros segmentos, j� que o acordo exige a transfer�ncia de tecnologia. A venda dos ca�as ao Brasil deu visibilidade ao produto sueco. O Gripen � utilizado atualmente por �frica do Sul, Tail�ndia, Hungria e Rep�blica Tcheca. Eslov�quia e �ndia demonstraram interesse em adquiri-lo. A opera��o deve ser essencial para ampliar a venda dos ca�as para os pa�ses mais pr�ximos ao Brasil, como a Argentina. O primeiro-ministro, por�m, n�o confirmou o interesse dos argentinos no produto.

DESCANSO

Sem compromissos previstos para a tarde, a presidente Dilma Rousseff, que durante o coquetel oferecido �s autoridades ap�s a posse relatou a pessoas pr�ximas estar cansada e com dores nas pernas, embarcou para a Base Naval de Aratu (BA), onde deve ficar at� o dia 7, segundo a assessoria de imprensa da Presid�ncia. A filha dela, Paula Ara�jo, e o neto, Gabriel, a acompanharam.