Em meio a um tiroteio verbal da oposi��o na Assembleia Legislativa, que acusou o governo de Fernando Pimentel (PT) de mentir sobre a falta de recursos em caixa para pagar o funcionalismo, o Executivo confirmou nessa ter�a-feira, por meio de nota, o pagamento dos cerca de 450 mil servidores p�blicos estaduais, que ser� feito na quinta-feira. A diverg�ncia sobre a quantia deixada pelo ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) nos cofres estaduais motivou o primeiro embate no Legislativo. Pela manh�, os oposicionistas amea�aram interpelar judicialmente Pimentel para que ele provasse que recebeu o estado sem dinheiro suficiente para pagar os sal�rios. Os governistas contestaram.
De acordo com os parlamentares de oposi��o, o estado conta com um caixa de R$ 3,980 bilh�es (valor registrado em 31 de dezembro), dos quais R$ 2,2 bilh�es s�o de livre uso e podem ser destinados a quitar o contracheque de janeiro. Ao assumir a pasta, o secret�rio de Planejamento, Helv�cio Magalh�es, afirmou que o estado teria apenas cerca de R$ 700 milh�es e, em nota, acrescentou que as secretarias de Fazenda e Planejamento estavam “realizando todos os esfor�os para que o dep�sito seja realizado na data prevista”. Na primeira coletiva convocada pela oposi��o, a tropa de choque do antigo governo, iniciado pelo PSDB e conclu�do pelo PP, disparou v�rias cr�ticas a Pimentel, acusando- o de fazer “terrorismo” com o servidor p�blico.
“Se continuar esse bl�bl�bl�, vamos interpel�-lo judicialmente, J� procuramos advogados. N�o d� para o PT jogar na lama um governo digno como foi esse dessa ampla alian�a. O dinheiro estava na conta”, afirmou o deputado Jo�o Leite (PSDB). Em nota distribu�da � imprensa, os parlamentares indicaram bancos em que os recursos estariam depositados. Mesmo com o valor informado, ainda ontem constava no Portal da Transpar�ncia do estado um rombo de R$ 1,5 bilh�o, diferen�a entre a arrecada��o de R$ 70 bilh�es e a despesa de R$ 71,5 bilh�es computadas at� 5 de janeiro. Questionados sobre o valor, os parlamentares de oposi��o disseram tratar-se de recursos diferentes.
O l�der do governo passado, Luiz Humberto (PSDB), disse que a nota foi para esclarecer aos servidores as “inverdades” do PT. “Em vez de iniciar o governo, ficam fazendo fofoquinha”, afirmou. Os tucanos acusam o novo governador de tentar desconstruir a imagem dos 12 anos da gest�o advers�ria.
IPVA O l�der de Pimentel na Assembleia, deputado Durval �ngelo (PT), rebateu as acusa��es e afirmou que o estado usaria dinheiro da arrecada��o do Imposto sobre Propriedade de Ve�culos Automotores (IPVA) para quitar o sal�rio dos funcion�rios. Ele disse ter sugerido ao Minist�rio P�blico de Minas interpelar o ex-governador na Lei de Responsabilidade Fiscal por ter deixado despesa sem a respectiva garantia de pagamento. “Se o atual governo est� dizendo que tinha R$ 700 milh�es em caixa e o anterior soltou nota que n�o confere com a realidade, de R$ 3 bilh�es, � f�cil comprovar em um balancete nas informa��es do estado. N�o existe esse dinheiro”, afirmou.
Durval �ngelo informou, ainda, que o or�amento para 2015 s� vai ser votado depois da auditoria que est�o sendo feitas nas contas do estado. A estimativa � de que essa auditoria levar� pelo menos tr�s meses para ser conclu�da.
Em nota divulgada no meio da tarde, o governo de Minas diz que “por considerar prioridade o pagamento dos servidores p�blicos”, o sal�rio do funcionalismo ser� pago amanh�, quinto dia �til do m�s, conforme o previsto. Mesmo assim, a base de Pimentel alega que o governo anterior deixou uma d�vida de R$ 100 bilh�es em empr�stimos que come�am a ser pagos este ano.