
O deputado federal Miro Teixeira (PROS-RJ), um dos articuladores pol�ticos da Rede Sustentabilidade, projeto de partido ligado a Marina Silva (PSB), disse que pretende convidar a senadora Marta Suplicy (PT-SP) para acompanhar uma reuni�o do grupo. "Diante do que ela est� passando, terei muito prazer em convid�-la para assistir a uma de nossas reuni�es amplas", disse o deputado.
Miro disse gostar de Marta e afirmou que ela "tem uma proje��o pol�tica muito relevante". Apesar de conhecer h� anos a senadora, ele disse que o convite seria uma boa oportunidade para Marta conhecer a Rede e entender seus processos, que afirma serem diferentes daqueles adotados por partidos convencionais. "Nossas decis�es colegiadas, nossos ideais s�o encantadores. Seria uma oportunidade para ela nos conhecer melhor", afirmou.
O deputado ressaltou que, na Rede, n�o se tem o h�bito de convidar algu�m para integrar o partido, j� que as decis�es s�o colegiadas.
Pessoas pr�ximas a Marta e a Marina Silva disseram que, at� o momento, n�o houve um contato direto para que a senadora integre a Rede. Depois de n�o ter conseguido se formalizar junto � Justi�a Eleitoral a tempo das elei��es de 2014, a Rede vem acelerando o processo de coleta de assinaturas e quer se legalizar ainda no primeiro trimestre deste ano. Mas o projeto de Marina ainda precisa provar que conseguir� se viabilizar politicamente para as elei��es de 2016, principal objetivo hoje de Marta.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no domingo, 11, Marta fez duras cr�ticas ao PT e a avalia��o � de que n�o ficar� na legenda. Desde ent�o, ela tem sido procurada por partidos, como o Solidariedade, de Paulinho da For�a, e o PSB. Mas a troca de legenda para concorrer � prefeitura paulistana pode ser enquadrada como infidelidade partid�ria e Marta correria o risco de perder o mandato como senadora, que vai at� 2018.
Fontes ligadas �s duas disseram � reportagem que a possibilidade de Marta se unir a Marina n�o causa estranheza. "Elas foram ministras juntas (no governo Lula) e sempre mantiveram uma rela��o de cordialidade", disse uma pessoa pr�xima a Marta. "Seria uma forma de ela ir para algo novo", ressaltou. "N�o d� para dizer que � uma coisa que n�o faria sentido", disse uma pessoa pr�xima a Marina, sobre a possibilidade de a Rede abrir as portas, caso Marta tenha interesse.
O cientista pol�tico e professor da Funda��o Getulio Vargas Marco Ant�nio Carvalho Teixeira avalia que Marta pode ter se precipitado ao atacar o PT e est� em uma "sinuca de bico". "Ela agora vai calcular o risco. A margem mais segura para ela � ir para um partido novo e, nessa dire��o, a Rede seria a op��o mais vi�vel", avalia. Outra op��o seria o PL, que o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) tenta recriar. Mas Kassab e Marta s�o advers�rios hist�ricos e protagonizaram debates duros na campanha de 2008 � prefeitura.
Teixeira explica que, apesar de existirem entendimentos jur�dicos de que a regra de fidelidade partid�ria n�o se aplica para mandato de senadores e que Marta poderia alegar constrangimento para exercer seu mandato no PT, ela estaria correndo s�rio risco de perder sua posi��o "garantida".
O professor lembra tamb�m que a op��o de Marta ir para o PMDB tende a se fechar, com a negativa de Michel Temer - que sinalizou que n�o a receberia na legenda - e com a articula��o feita pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para compor uma chapa com o PMDB na capital paulista, com Fernando Haddad e Gabriel Chalita. "Marta criou um clima de absoluta impossibilidade de permanecer no PT, mas n�o garantiu nenhuma sa�da de seguran�a. � importante ressaltar que ir para o partido do Paulinho tamb�m geraria desconforto para ela."
Depois da entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo Marta se recolheu e deve voltar ao cen�rio pol�tico ap�s o recesso parlamentar, que vai at� 1º fevereiro. Neste per�odo, ela deve avaliar as propostas que tem recebido para deixar o PT.