Bras�lia – Integrante do cartel montado na Petrobras para direcionar licita��es de obras bilion�rias da estatal por meio do pagamento de propina, a empreiteira OAS, com d�vidas que chegam a R$ 7,7 bilh�es, vai entrar com pedido de recupera��o judicial. Ainda n�o existe confirma��o oficial de quando o procedimento ser� iniciado. No entanto, a expectativa � de que a construtora tente judicialmente a reestrutura��o dos d�bitos nas pr�ximas duas semanas. Especialistas alertam que subempreiteiras contratadas pela OAS devem sentir o impacto da medida e, provavelmente, seguir o mesmo caminho.
“� dif�cil falar, neste momento, em efeito domin� em rela��o �s outras grandes empreiteiras envolvidas nessa opera��o (Lava-Jato). Posso dizer que o impacto ser� sentido mais rapidamente nas subcontratadas da OAS. S�o empresas com menos estrutura, mais vulner�veis”, analisou o consultor e ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) Rui Coutinho. O presidente da OAS, Jos� Aldem�rio Pinheiro Filho, e o vice-presidente do Conselho Administrativo, Mateus Coutinho de S� Oliveira, continuam presos.
Rebaixamento
A ag�ncia de classifica��o de risco Fitch anunciou ontem o corte das notas de cr�dito de empreiteiras envolvidas nas den�ncias da Opera��o Lava-Jato, que investiga o desvio de dinheiro p�blico por meio de contratos da Petrobras. A lista de companhias que tiveram as notas reduzidas inclui Queiroz Galv�o, Galv�o Participa��es, Galv�o Engenharia e Mendes J�nior Trading e Engenharia (MJTE).
A Fitch manteve vi�s negativo (que indica a perspectiva de novo rebaixamento) sobre as tr�s primeiras companhias. No caso da MJTE, a observa��o foi removida. J� o rating global da Mendes J�nior passou de B- para CC, faixa considerada como grau especulativo.
Ao explicar os motivos do rebaixamento, a ag�ncia citou o impacto financeiro que as empresas dever�o sofrer pelo fato de concentrarem boa parte de suas atividades em projetos do governo, enfatizando a incapacidade de certas companhias do setor de participar de projetos futuros com entidades do setor p�blico.
“A Petrobras baniu temporariamente 23 grupos empresariais envolvidos na investiga��o Lava-Jato de participar de licita��es”, ressaltou nota distribu�da pela Fitch. Tamb�m pesaram na decis�o as “potenciais suspens�es, demoras ou baixas cont�beis parciais de receb�veis existentes junto � Petrobras”.
Virene Maresco, professora de macroeconomia da Funda��o Getulio Vargas, explicou que o rebaixamento deve dificultar e tornar mais cara a contrata��o de empr�stimos pelas empreiteiras. Al�m disso, a medida causa preju�zos intang�veis. “A imagem p�blica de uma empresa � um bem de grande valia”, salientou. Para ela, os neg�cios no exterior tamb�m ser�o prejudicados.
O Minist�rio P�blico de S�o Paulo abriu investiga��es para apurar se o doleiro Alberto Youssef, alvo da Opera��o Lava-Jato, intermediou o pagamento de propinas a agentes p�blicos em contratos de obras no estado. A suspeita surgiu a partir de planilha localizada, em mar�o, pela Pol�cia Federal no escrit�rio de Youssef. Havia indica��o de projetos da Sabesp, do metr� e de refinarias da Petrobras em S�o Paulo.