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Estado de Minas

As crises do segundo mandato de Dilma

Al�m dos problemas herdados dos �ltimos quatro anos, em apenas 18 dias de governo, a petista viu crescer a quantidade de quest�es que causam dor de cabe�a ao Planalto


postado em 19/01/2015 06:00 / atualizado em 19/01/2015 07:15

Falta de articulação política com o Congresso é criticada até por aliados da presidente Dilma (foto: Evaristo Sá/AFP)
Falta de articula��o pol�tica com o Congresso � criticada at� por aliados da presidente Dilma (foto: Evaristo S�/AFP)
Bras�lia – Nos primeiros 18 dias do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff viu crescer a lista de problemas que assombram o Planalto, e at� quem apostava em um per�odo de calmaria neste in�cio de 2015 se surpreendeu. N�o bastassem as dificuldades herdadas dos �ltimos quatro anos, as recentes decis�es da petista implicaram embates com os principais partidos aliados, brigas dentro do pr�prio PT e atritos com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Outras medidas afetaram o bolso da popula��o, como a alta de juros para o financiamento da casa pr�pria e a mudan�a de regras trabalhistas, que desfavorecem a popula��o. Ainda v�m por a� medidas impopulares, como o aumento de impostos, de combust�veis e da conta de luz. Para engrossar o caldo, a crise na Petrobras parece ganhar f�lego em vez de ser arrefecida. Na defini��o de um cacique petista, em pouco mais de duas semanas, a presidente “conseguiu desagradar a todos”.


A Lava-Jato, no entanto, n�o � a �nica crise que vem desde o governo passado. O Planalto ter� de reatar la�os com o setor financeiro, reconquistar os empres�rios, conter a infla��o, reavaliar a articula��o com o Congresso, refazer pontes com os movimentos sociais e evitar fiasco na organiza��o das Olimp�adas do Rio, em 2016.

Ap�s assistir � maneira como a presidente encarou os primeiros dias de governo, um aliado desabafou: “Vimos a fal�ncia da articula��o pol�tica com o Legislativo”. “Temos a esperan�a de que melhore, mas n�o vemos sinal disso. Temos visto atitudes p�blicas que s� demonstram fragilidade. N�o era preciso a presidente ter desautorizado o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) sobre o reajuste do sal�rio m�nimo. Atitudes como essa deveriam ter ficado l� atr�s, em 2014”, completa. Segundo o aliado, a expectativa para 2015 j� era dif�cil, e n�o precisava ter se tornado ainda pior. “Teremos pela frente os cortes de gastos, o an�ncio de aumento de impostos, da luz, de combust�veis, o fim das desonera��es… Eram coisas que foram escondidas na campanha, mas que eram evidentes, e agora vamos ter que fazer esse an�ncios com esse contexto”, reclama.

Outro petista questiona: “Onde est� a presidente? Ela sumiu, o governo se calou. S� as not�cias negativas falam”. A avalia��o de integrantes do Planalto � de que a presidente n�o teve maleabilidade para lidar com as press�es e deixou os ru�dos falarem mais alto. “Foram criando cada vez mais crises. Um dos problemas que o governo n�o tinha, mas construiu, � a briga pela presid�ncia da C�mara. A for�a da candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi resultado do esfor�o do governo em ignorar o Parlamento. Ele � apenas a cereja do bolo de um Congresso desprezado”, dispara um petista gra�do.

Al�m do imbr�glio que envolve a briga pela presid�ncia da C�mara, Dilma se desgastou com o PMDB, dono da segunda maior bancada na Casa, por causa da reforma ministerial. Parte do partido n�o ficou satisfeita com as mudan�as e pressiona por mais espa�o no segundo escal�o.

Outras cr�ticas v�m de movimentos sociais que ajudaram a reeleger a presidente. Na v�spera das posse, militantes dispararam uma s�rie de reclama��es nas redes sociais. A festa organizada para 1º de janeiro na Esplanada deveria ter sido um espa�o de reconcilia��o. A ideia era fazer um aceno aos movimentos da juventude, das mulheres, dos negros e dos trabalhadores que estiveram ao lado do governo na campanha. Mas os pr�prios militantes vaiaram quando foram anunciados os nomes dos ministros George Hilton, do Esporte; K�tia Abreu, da Agricultura; e Gilberto Kassab, das Cidades.

PETROBRAS
Dilma tamb�m ter� de se esfor�ar para lidar com os desdobramentos da Opera��o Lava-Jato. A den�ncia de que h� dezenas de pol�ticos envolvidos no esquema de pagamento de propina na Petrobras � um dos temas que mais a preocupam. No pr�ximo m�s, quando ser� encerrado o recesso do Judici�rio, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve come�ar a aceitar as den�ncias contra deputados, senadores, ministros e ex-ministros envolvidos no esc�ndalo.

A pr�pria presidente mostrou que est� atenta � repercuss�o da opera��o. Ao escalar os ministros que comp�em a nova forma��o da Esplanada, ela externou a preocupa��o em n�o ter integrantes do governo envolvidos no esc�ndalo. Um dos nomes que ficaram de fora do primeiro escal�o por ter sido citado � o do presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Se n�o aparecer na lista dos denunciados, ele volta a fazer parte do grupo de poss�veis ministeri�veis, e a tend�ncia � que ele ocupe o posto do ministro do Turismo, Vin�cius Lages.

Enquanto o Supremo n�o se manifesta quanto �s dela��es premiadas, a expectativa de aliados para que a presidente contorne o desgaste � investir em projetos que endure�am as regras contra a corrup��o. Al�m da aposta na reforma pol�tica, eles esperam que ela, enfim, regulamente a Lei Anticorrup��o.

Sucess�o de turbul�ncias

Confira os novos obst�culos a serem ultrapassados neste in�cio de governo


Presid�ncia da C�mara
O PMDB, principal aliado da presidente, tamb�m se tornou o principal calo do Planalto na corrida pelo comando da C�mara dos Deputados. A decis�o do partido de apoiar o l�der da legenda, Eduardo Cunha, n�o foi bem digerida pelo governo, especialmente devido ao hist�rico de conflito entre o parlamentar e o Executivo federal. � o presidente da Casa, por exemplo, quem define a pauta de vota��es, engaveta projetos, escolhe as prioridades e analisa pedidos de impeachment.

A agricultura e a milit�ncia

A indica��o da senadora e presidente da Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA), K�tia Abreu, para o Minist�rio da Agricultura deixou aliados da petista inconformados. Conhecida pela atua��o entre os ruralistas, a nomea��o de K�tia foi interpretada como uma afronta aos militantes que defendem a reforma agr�ria e que t�m la�os com movimentos rurais.

A cultura do conflito

A revolta da senadora Marta Suplicy, do PT-SP, externou fragilidades do partido. Enquanto parte dos correligion�rios se uniram para apoiar a indica��o de Juca Ferreira para o Minist�rio da Cultura – duramente criticada por Marta –, outros petistas endossaram a insatisfa��o da parlamentar. Segundo ela, o PT precisa se reinventar, ou morrer�.

Reforma ministerial e segundo escal�o
Al�m de K�tia Abreu e Juca Ferreira, outros nomes que integraram o rearranjo da Esplanada incomodaram aliados da presidente. PT, PMDB e PP t�m a cota de reclama��es. J� os cargos em superintend�ncias e �rg�os ligados aos minist�rios se tornaram alvo de uma disputa feroz entre os partidos aliados.

Medidas impopulares na economia

Passada a campanha, a presidente come�ou a adotar medidas econ�micas que prometeu n�o tomar, como mudan�a nas leis trabalhistas e aumento de juros. E vem mais arrocho por a�, com o aumento de impostos, da luz e da gasolina.

Pol�ticos na mira da Lava-Jato
A expectativa � de que, a partir de fevereiro, o Minist�rio P�blico Federal lance nova etapa da Opera��o Lava-Jato. Desta vez, estar�o na mira pol�ticos envolvidos no esquema de corrup��o na Petrobras. Delatores do esc�ndalo, como Paulo Roberto Costa, mencionaram a participa��o de PT, PMDB e PP, e o Planalto teme que o aprofundamento da crise respingue em aliados

 


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