At� ent�o aliados do PSDB em Minas Gerais, PSB e PR j� sinalizam uma poss�vel ades�o ao governo Fernando Pimentel (PT). As bancadas na Assembleia Legislativa est�o entre as que articulam a forma��o de um grupo independente – que fala em votar com o Executivo dependendo da situa��o –, mas n�o descartam embarcar de uma vez no bloco governista. Para o namoro virar casamento, falta, por�m, um pedido oficial. As legendas cobraram ontem “aten��o” do governador, que, segundo deputados, ainda n�o os chamou para conversar. O pedido deve ser atendido em breve. Segundo anunciou tamb�m ontem o l�der do governo, Durval �ngelo (PT), todos ser�o chamados a partir desta semana.
Os outros dois integrantes da bancada do PR j� s�o mais expl�citos. Liberados pela dire��o estadual para tomar a posi��o que bem entenderem, Deir� Marra e Dr. Arnaldo dizem que est�o em entendimentos com o PT. “N�o temos resposta oficial ainda, mas nossos pleitos j� apresentamos. Acredito que, at� o final deste m�s, tenhamos oportunidade de sentar com o pr�prio governador e levar indica��es de cada um”, afirmou Deir�. As demandas, segundo o parlamentar, n�o necessariamente s�o cargos no Executivo. Em n�mero insuficiente para formar oficialmente bancada, os deputados negociam espa�o nas comiss�es na Assembleia. O partido tamb�m estaria interessado em subsecretarias e diretorias. “A inten��o � compor a base de governo. Temos sinalizado neste sentido e queremos ser ouvidos”, afirmou Dr. Arnaldo.
No PSB, a hist�ria n�o � diferente. Segundo o tamb�m ex-secret�rio no governo tucano deputado Wander Borges, ainda n�o houve conversa. “Mas a posi��o do partido � ajudar em tudo o que for institucional. O que for bom para Minas apoiaremos sem problema. O sentimento � de ajudar a melhorar as coisas que est�o ruins”, adiantou. Borges disse que os deputados aguardam instru��es do presidente estadual da legenda, deputado federal J�lio Delgado. Este, por�m, n�o descartou o entendimento. “Temos que ser chamados para conversar, ainda n�o fomos e n�o d� para analisar o que n�o existe”, disse.
ESTRAT�GIA Em reuni�o ontem com o vice-governador Ant�nio Andrade (PMDB) e os secret�rios de Governo, Odair Cunha (PT), e de Casa Civil e Rela��es Institucionais, Marco Ant�nio Rezende, o l�der na Assembleia Durval �ngelo afirmou que foi definida a estrat�gia para ampliar a base no Legislativo. “A partir desta semana, vamos come�ar a chamar todos os partidos. Os �nicos que t�m obriga��o de ser oposi��o s�o o PSDB e o DEM e at� eles vamos chamar para tentar estabelecer uma oposi��o mais racional”, afirmou o petista.
De acordo com Durval, as negocia��es se dar�o primeiro entre as lideran�as e os parlamentares, mas “vai haver um momento de conversa com o governador”. O l�der afirmou que o Executivo est� disposto a atender as demandas dos partidos para garantir aliados. “Faz parte do modelo nosso de presidencialismo. Ele exige que o Executivo atenda aos pedidos de deputados e partidos, � a regra pol�tica”, afirmou. Quanto ao PR, Durval afirmou que falar em cota pessoal � um eufemismo. “Al�m do Bernardo Santana, o pai dele, Jos� Santana, que � presidente do partido, foi para o conselho do BDMG e j� levou v�rias pessoas do PR para a secretaria”, afirmou.
Sil�ncio oficial O governador Fernando Pimentel (PT) oficializou a lei do sil�ncio na administra��o estadual. Depois de orientar pessoalmente os secret�rios de estado para que n�o concedessem entrevistas nos primeiros 90 dias de governo, o petista fez a ordem chegar, na sexta-feira, para assessores de imprensa de todas as pastas. Em comunicado, a Secretaria de Comunica��o determina aos assessores de secretarias, autarquias e funda��es que todos os pedidos de entrevista com os titulares devem ser “apreciados previamente” pela Superintend�ncia Central de Imprensa. Segundo o documento, a solicita��o atende ao prazo de 90 dias para levantamento dos dados da administra��o passada anunciado por Pimentel. Depois da primeira reuni�o com o secretariado, os titulares das pastas chegaram a dizer que estavam proibidos de dar entrevista nos tr�s meses iniciais de gest�o. O pr�prio governador n�o est� falando com a imprensa. Nos eventos oficiais, a assessoria avisa previamente que Pimentel n�o conceder� entrevistas.
Enquanto isso...
…Dilema nacional
Na esfera federal, um setor do PSB tem se movimentado dentro do partido para se reaproximar do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A ideia, encabe�ada principalmente por lideran�as pr�ximas ao Planalto, como o ex-ministro da Integra��o e senador Fernando Bezerra (PSB-PE), no entanto, encontra fortes resist�ncias na legenda.
O principal argumento de quem prega a independ�ncia � que os dois partidos – PT e PSB – t�m vis�es diferentes. Oficialmente, o discurso � embasado na resolu��o do partido, aprovada em consulta aos diret�rios, que prev� o distanciamento.
Bezerra Coelho, entretanto, tem defendido a uni�o de for�as pol�ticas em torno do projeto de desenvolvimento.
A posi��o do ex-ministro foi encarada por alguns correligion�rios como um apelo devido � situa��o financeira de algumas unidades da Federa��o, como Pernambuco e o Distrito Federal, que t�m governadores do PSB. Eles acreditam que o desejo do senador tenha o objetivo de tentar blindar essas localidades de uma crise econ�mica por falta de interlocu��o com o Pal�cio do Planalto. Presidente do PSB em Minas, o deputado federal J�lio Delgado, que concorre � presid�ncia da C�mara, afirma que, nacionalmente, a posi��o do partido � de independ�ncia em rela��o ao governo Dilma. (Grasielle Castro)