
Em um esfor�o para garantir a candidatura � reelei��o do brasileiro Jos� Graziano da Silva, o governo de Dilma Rousseff depositou o que devia � Organiza��o das Na��es Unidas para Alimenta��o e Agricultura (FAO). O Brasil somava uma d�vida de US$ 15 milh�es em rela��o � sua cota de 2014.
O dep�sito foi feito pelo Minist�rio do Planejamento ap�s reportagens revelarem que o Brasil estava devendo para diversos organismos na ONU e, por essa raz�o, teria sido suspenso de alguns deles. No caso da Ag�ncia Internacional de Energia At�mica e do Tribunal Penal Internacional, o Brasil j� perdeu seu direito de voto.
Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a d�vida do Brasil com as ag�ncias da ONU soma mais de R$ 662 milh�es (cerca de US$ 258 milh�es).
Jos� Graziano da Silva manteve boas rela��es com Dilma Rousseff desde o tempo em que ambos eram ministros do governo Lula. Ao vencer as elei��es em 2012 para seu primeiro mandato na FAO, Graziano assumiu prometendo recolocar a entidade no centro do debate mundial.
A falta de pagamento por parte do Brasil, portanto, era considerada como um golpe a essa promessa e poderia enfraquecer a nova candidatura do brasileiro. As elei��es ocorrem em junho.
A crise no pagamento das cotas brasileiras ocorreu ap�s a ONU modificar os crit�rios de contribui��es e elevar a participa��o dos pa�ses emergentes na conta final da entidade.
O tema das d�vidas tamb�m foi alvo de uma reuni�o no in�cio da semana entre o novo chanceler Mauro Vieira e o ministro do Planejamento, Or�amento e Gest�o, Nelson Barbosa. O objetivo era mostrar que a falta de fundos � chancelaria est� tendo um impacto n�o apenas na estrutura f�sica das embaixadas, mas tamb�m custando caro em termos de impacto na posi��o do Pa�s no exterior.
Interesses
Pelo Itamaraty, se o pagamento � FAO foi comemorado, diplomatas n�o deixaram de atacar a influ�ncia de Graziano, um ex-ministro, na c�pula do governo. Falando sob a condi��o de anonimato, diplomatas apontaram que o Brasil hoje n�o pode votar em temas de interesse internacional. Mas, por n�o estar entre as prioridades do governo, essas contas n�o est�o sendo pagas.