O advogado da ex-governadora do Maranh�o Roseana Sarney (PMDB) afirmou que os precat�rios pagos � Construtora Constran n�o 'furaram fila'. Em dela��o premiada � Pol�cia Federal, o doleiro Alberto Youssef, principal alvo da Opera��o Lava Jato, afirmou que pagou, em 2013, propina de R$ 3 milh�es para Jo�o Abreu, ent�o chefe da Casa Civil do governo Roseana para viabilizar o pagamento de um precat�rio de R$ 113 milh�es da empreiteira.
Para liberar o pagamento, na frente de outros t�tulos dessa natureza, assessores de confian�a de Roseana teriam cobrado propina. O precat�rio no valor de R$ 113 milh�es seria vendido por R$ 40 milh�es, e o governo do Maranh�o participaria da negocia��o, por meio de um fundo de investimentos e pagamento de propina.
"Esse precat�rio n�o furou a fila. Ele era o primeiro da fila. Ela n�o participou em nenhum momento do pagamento de precat�rio, nem � fun��o de uma governadora participar. Tudo isso foi levado pela parte t�cnica. Tinha sempre a Procuradoria junto e foi uma quest�o homologada pelo juiz”, disse Almeida Castro. "Se nesse caminho, houve alguma coisa irregular, � uma surpresa enorme. Ela acredita que o Jo�o � um cara s�rio, tanto � que foi secret�rio da Casa Civil dela, n�o tem porqu� duvidar dele", disse o advogado.
Atualmente, Roseana passa temporada nos Estados Unidos com o marido, os filhos e netos. Ela est� fazendo um curso de ingl�s com seis meses de dura��o. Acompanha de forma tranquila o andamento das investiga��es, segundo o criminalista.
"Se acontece alguma coisa no Estado dela, � natural que fa�am investiga��o. � claro que � uma coisa desagrad�vel, mas ela n�o tem preocupa��o com investiga��o", afirmou.
Na dela��o, Youssef afirmou ainda que Adarico Negromonte, irm�o do ex-ministro de Cidades M�rio Negromonte, e Rafael �ngulo Lopes - carregadores de malas do esquema desbaratado na Petrobras - e uma terceira pessoa levaram duas parcelas de R$ 800 mil reais do montante.
O doleiro contou tamb�m que ele mesmo levou outra parcela de R$ 1,4 milh�o "o qual ele entregaria na data em que foi preso", em um hotel em S�o Luiz (MA), no dia 17 de mar�o do ano passado. O doleiro afirmou n�o saber se Jo�o Abreu consultou a ent�o governadora Roseana Sarney, que deixou de ter direito a foro privilegiado. Youssef diz, por�m, que o chefe da Civil afirmou ser interesse do Estado "pagar essa d�vida".
Sucessor
Na ter�a-feira, 27, a Secretaria de Transpar�ncia e Controle do Estado do Maranh�o decidiu interromper o pagamento do superprecat�rio das empreiteiras do cartel alvo da Opera��o Lava Jato. Em of�cio � Justi�a Federal no Paran�, o �rg�o pediu compartilhamento das informa��es referentes �s supostas irregularidades cometidas pelo governo de Roseana Sarney (PMDB) - que deixou o cargo 21 dias antes do fim de sua gest�o, em dezembro do ano passado alegando problemas de sa�de - "no que diz respeito � irregular quita��o de um precat�rio devido � empresa UTC/Constran"
Ao autorizar o compartilhamento dos documentos, o juiz federal S�rgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, ressaltou que Roseana n�o desfruta mais de foro privilegiado. O magistrado afirma ainda que o compartilhamento dos dados poder� servir tanto ao governo do Maranh�o como � Justi�a Estadual do Maranh�o. Hoje, o governo do Maranh�o, hoje sob gest�o de Fl�vio Dino (PCdoB) - que derrotou Edison Lob�o Filho (PMDB), candidato da fam�lia Sarney.