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Estado de Minas

Biografia de Gra�a Foster revela trajet�ria de menina pobre a executiva internacional


postado em 05/02/2015 06:00 / atualizado em 05/02/2015 07:32

Graça chegou ao poder pelas mãos da amiga Dilma(foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Gra�a chegou ao poder pelas m�os da amiga Dilma (foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Bras�lia – Ao renunciar ao cargo de presidente da Petrobras, Maria das Gra�as Silva Foster, de 61 anos, desgarrou-se de sua prioridade. A primeira mulher no mundo a comandar uma petroleira dizia ser capaz de morrer pela empresa, tamanha a paix�o pelo trabalho, nunca escondida de ningu�m. Gra�a, como gosta de ser chamada, passou mais tempo na estatal do que fora dela. Nessa quarta-feira (4), melancolicamente, encerrou uma trajet�ria de quase quatro d�cadas, entre idas e vindas.

O fim da era Gra�a Foster, em meio ao pior momento da hist�ria da Petrobras, destoa do caminho profissional trilhado por ela. Em 1978, m�e de uma menina de 2 anos � �poca, a mulher que se tornaria uma das mais poderosas executivas do planeta pisou pela primeira vez na sede da estatal, no Rio de Janeiro. Havia sido aceita como estagi�ria na reta final do curso de engenharia qu�mica, conclu�do pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Gra�a nasceu em 26 de agosto de 1953, em Caratinga, no Leste de Minas Gerais. Dois anos mais tarde, mudou-se com os pais e a irm� mais velha para o Morro do Adeus, favela que hoje integra o Complexo do Alem�o, na capital fluminense. Quando crian�a, catou papel, garrafas e latas de alum�nio para ajudar em casa. Aos 12 anos, o endere�o da fam�lia passou a ser a Ilha do Governador, onde tomou gosto de vez pelo carnaval e adquiriu o h�bito de desfilar pela Escola de Samba Uni�o da Ilha.

O primeiro emprego com carteira assinada foi na Nuclebr�s, estatal j� extinta. Em 1981, Gra�a passou no concurso da Petrobras. De temperamento firme e bastante determinada, queria alcan�ar o topo da empresa. Para isso, teceu um curr�culo poderoso. Fez mestrado em engenharia de fluidos, p�s-gradua��o em engenharia nuclear e cursou MBA em economia pela Funda��o Getulio Vargas (FGV).

Em 1999, conheceu Dilma Rousseff, e os horizontes come�aram a se ampliar. Gra�a era uma das gerentes da Petrobras respons�veis pela implanta��o do gasoduto entre Bol�via e Brasil. Dilma estava � frente da Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. As duas – duronas, r�spidas e fissuradas em metas – se deram bem e acabaram criando uma rela��o de cumplicidade. Em 2003, a ministra Dilma nomeou a amiga como secret�ria de Petr�leo e G�s da pasta de Minas e Energia. Em 2007, ap�s presidir a Petroquisa – bra�o da estatal para a �rea de petroqu�mica – e a BR Distribuidora, tornou-se a primeira mulher a assumir uma diretoria da empresa, a de G�s e Energia. Tr�s anos mais tarde, foi eleita a executiva mais poderosa da Am�rica Latina.

Filiada ao PT – as tr�s estrelas tatuadas no antebra�o esquerdo ilustram o amor pelo partido –, a diretora engajou-se com fervor na primeira campanha de Dilma, que, em fevereiro de 2012, a al�ou ao cargo m�ximo da Petrobras, no lugar de S�rgio Gabrielli, ligado ao ex-presidente Lula . A nomea��o foi hist�rica. Gra�a se transformava em uma “ministra do petr�leo”.

Dilma a chamava de “Graciosa”. Mas, nos corredores, era conhecida como “Maria Caveir�o”. Com m�o de ferro, tornou-se a mais respeitada gestora do governo, embora colecionasse inimizades por conta da car�ncia de atributos pol�ticos. A revista Fortune a elencou como a executiva mais poderosa fora dos Estados Unidos, e a quarta do mundo. A Forbes a elegeu a 18º mulher mais influente do planeta.

Desde o estouro da Opera��o Lava-Jato, deflagrada pela Pol�cia Federal em mar�o de 2014, Gra�a nega qualquer tipo de rela��o com o bilion�rio esquema de corrup��o. Sempre que teve oportunidade, Dilma saiu em defesa dela diante das acusa��es de que a executiva teria transferido bens ao casal de filhos – uma m�dica e um jornalista.

Gra�a � casada h� quase 30 anos com o engenheiro e empres�rio ingl�s Colin Vaughan Foster, com quem teve o segundo filho. Nos �ltimos anos, tentava manter em dia a caminhada pela orla de Copacabana, onde mora. Agora, mesmo obcecada por trabalho, ter� mais tempo livre para torcer pelo Botafogo, ouvir Beatles e Janis Joplin, ir � missa de domingo e tomar vinho antes de dormir, h�bitos prejudicados enquanto esteve � frente da maior empresa brasileira. A aposentadoria est� garantida: R$ 19 mil.


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