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Estado de Minas

Gra�a e diretores da Petrobras antecipam ren�ncia

Questinada pela CVM e pressionada por subordinados, presidente da empresa deixa o cargo acompanhada de cinco diretores. Substitutos ser�o escolhidos em reuni�o do conselho, amanh�


postado em 05/02/2015 06:00 / atualizado em 05/02/2015 08:20

Após quase quatro décadas na Petrobras, Graça Foster encerra a carreira de forma melancólica(foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Ap�s quase quatro d�cadas na Petrobras, Gra�a Foster encerra a carreira de forma melanc�lica (foto: Vanderlei Almeida/AFP)

Bras�lia – Em meio � maior crise em 61 anos de exist�ncia, a Petrobras enfrenta agora a ren�ncia coletiva de diretores e da presidente, Maria das Gra�as Foster. Na noite de ter�a-feira, ao chegar de Bras�lia, depois de uma reuni�o com a presidente Dilma Rousseff, a comandante da estatal seguiu para a sede, no Centro do Rio, onde os subordinados estavam reunidos, � sua espera. Gra�a, como gosta de ser chamada, relatou o desejo da chefe de Estado de que todos continuassem nos cargos at� o fim do m�s. Mas n�o encontrou receptividade. Ouviu o argumento de que seria um contra-senso a perman�ncia diante da informa��o p�blica de que sairiam. Declararam-se tamb�m irritados com uma nova investiga��o aberta pela Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) sobre irregularidades na estatal, na qual poder�o vir a ser punidos. E decidiram, ent�o, renunciar de modo imediato. Gra�a disse que os acompanharia. Telefonou, ent�o, para o Pal�cio da Alvorada e comunicou a decis�o a Dilma.

Na manh� dessa quarta-feira (4), a informa��o da ren�ncia come�ou a circular informalmente no mercado, levando a uma nova alta dos pap�is da empresa na Bolsa de Valores de S�o Paulo (BM&FBovespa). Diante disso, a CVM cobrou explica��es da Petrobras, que emitiu um lac�nico comunicado. Em tr�s linhas, relatou a ren�ncia de diretores, sem citar nomes, a ser analisada em reuni�o extraordin�ria do Conselho de Administra��o da estatal de petr�leo marcada para amanh�. O �rg�o regulador considerou a mensagem insuficiente, e enviou novo questionamento � estatal querendo saber por que n�o publicou um fato relevante, mais completo, antes da abertura da bolsa.

Os diretores que renunciaram a seus cargos s�o Jos� Formigli (Explora��o e Produ��o), Almir Barbassa (Finan�as), Alcides Santoro (G�s e Energia), Jos� Figueiredo (Engenharia) e Jos� Cosenza (Abastecimento). Ficam nos cargos apenas o diretor Corporativo, Jos� Eduardo Dutra, que est� afastado por motivos de sa�de; e o rec�m-emposado na nova Diretoria de Governan�a, Jo�o Elek, selecionado por um headhunter para tentar acabar com os desmandos na estatal.

A ren�ncia da diretoria da Petrobras j� era esperada pelo mercado desde setembro, quando as den�ncias de corrup��o se intensificaram e as perdas da estatal com superfaturamento e pagamento de propina atingiram cifras bilion�rias. A d�vida que ainda paira no ar � como ser� o defecho do maior esc�ndalo de corrup��o da hist�ria da petroleira, com novos diretores que assumir�o uma companhia de capital aberto sem balan�o auditado, com problemas de caixa e dificuldades de captar recursos para dar continuidade ao seu plano de neg�cios.

No entender do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, a ex-presidente Gra�a Foster n�o tinha mais condi��es de se manter no cargo porque ningu�m mais estava acreditando nas medidas tomadas por ela. “Mas a forma como saiu foi estranha, exatamente no momento em que come�ou a falar a verdade, divulgando que os preju�zos com a corrup��o poderiam chegar a R$ 88,6 bilh�es”, comentou.

Dificuldades

A situa��o para quem assumir a petroleira tamb�m n�o ser� nada boa, de acordo com Pires. “Al�m de ter compet�ncia, a nova dire��o ter� que ser respeitada e n�o agir como Gra�a agia, a mando do governo do PT. A d�vida � se as novas indica��es ter�o autonomia para falar a verdade”, disse. Os futuros diretores tamb�m ter�o pela frente o desafio de assumir uma empresa sem balan�o cont�bil. “O governo pretendia manter Gra�a at� a divulga��o oficial e revisada das demonstra��es financeiras, mas ela desistiu no meio do caminho”, apontou Adriano Pires.

A gest�o de Gra�a durou quase dois anos, a partir de 13 de fevereiro de 2012. O analista da �rea de petr�leo da corretora Coinvalores, Bruno Quiaventini, lembra que, na �poca, o nome da engenheira qu�mica foi muito bem recebido, pelo perfil t�cnico, em contraste com o antecessor Jos� Gabrielli, um economista ligado ao ex-presidente do PT Jos� Dirceu. “Mas ela n�o conseguiu apresentar resultados, n�o se sabe se por limita��es pessoais ou porque, na situa��o em que a empresa se encontra, isso n�o seria poss�vel”, comentou.


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