Bras�lia - Horas depois de a presidente Dilma Rousseff acertar um acordo com Gra�a Foster para trocar o comando da Petrobr�s ap�s a aprova��o do valor perdido por desvios na estatal, cinco diretores da empresa rejeitaram o cronograma e apresentaram um pedido de ren�ncia coletiva. A decis�o foi acompanhada pela presidente da companhia e surpreendeu Dilma, que agora tem at� esta sexta-feira, 6, para definir uma nova diretoria.
Dilma ficou contrariada com o desfecho da negocia��o para a mudan�a de comando na Petrobras porque tinha acertado com Gra�a anteontem, em reuni�o no Planalto, que toda a diretoria da empresa seria substitu�da assim que fosse resolvido o impasse cont�bil. O problema ocorre porque a auditoria PriceWaterhouseCoopers se recusa a assinar o balan�o relativo ao terceiro trimestre de 2014 enquanto a estatal n�o encontrar uma solu��o para contabilizar as perdas provocadas pela corrup��o descoberta na Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal.
Dificuldade
Na reuni�o, Dilma havia dito a Gra�a que precisava de mais tempo para mudar a diretoria, pois n�o estava f�cil encontrar nomes do mercado dispostos a assumir a miss�o. � noite, quando Gra�a j� estava no Rio, avisou � presidente que cinco diretores da empresa n�o aceitavam mais arcar com o desgaste da crise. Eles estavam preocupados com o pedido de explica��es da Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) sobre a sa�da da presidente da estatal, que provocou a maior alta das a��es da Petrobr�s em 16 anos.
Sem novo acordo com o governo, Gra�a e os diretores da estatal divulgaram ontem nota oficializando a ren�ncia. Eles permanecer�o nos cargos at� amanh�, quando ocorrer� a reuni�o do Conselho de Administra��o da Petrobras que chancelar� a nova diretoria.
Entre os cotados para o lugar de Gra�a, Murilo Ferreira desponta por atributos como o excelente relacionamento com o mercado financeiro e o desempenho � frente da Vale, al�m da simpatia da pr�pria presidente Dilma Rousseff. O por�m seria que sua escolha “vestiria um santo e desvestiria outro”.
Outro cotado, Rodolfo Landim, tem como desvantagem o fato de ter trabalhado com Eike Batista na OGX, ainda que tenha deixado o Grupo EBX antes de sua derrocada. Contra Meirelles pesa a opini�o pessoal de Dilma. Quando ministra da Casa Civil, a presidente teve uma s�rie de diverg�ncias com o n�mero 1 do Banco Central do governo Lula. A presidente tamb�m n�o v� com bons olhos o ex-presidente da Vale Roger Agnelli.
O governo abriu duas frentes na busca de uma solu��o para o comando da estatal. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, coordena a busca de nomes para a presid�ncia da empresa e Joaquim Levy, da Fazenda, tenta arregimentar diretores para o Conselho de Administra��o. Levy tamb�m est� empenhado em encontrar uma metodologia capaz de desatar o n� cont�bil sobre as perdas com a corrup��o.