(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

'PSB n�o � sat�lite do PSDB', diz dirigente


postado em 09/02/2015 10:31 / atualizado em 09/02/2015 10:39

S�o Paulo - Escolhido presidente do PSB ap�s a morte de Eduardo Campos, em agosto passado, o advogado especialista em direito eleitoral Carlos Siqueira, de 60 anos, vive um dilema desde a elei��o de 2014: fazer oposi��o sistem�tica ao governo federal, como defende o PSDB, ou se reaproximar do PT? Nesta entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo Siqueira sinaliza uma reaproxima��o com o antigo aliado, cr�tica posi��es dos tucanos e recha�a a pecha de sat�lite no projeto de poder do senador A�cio Neves (PSDB-MG). Ao avaliar o processo eleitoral de 2014, o dirigente debita na conta de Marina Silva os erros que fizeram a campanha da sigla derreter na reta final.

Questionado sobre se estaria havendo uma reaproxima��o do PSB com o PT e o governo em virtude de o governador de Pernambuco, Paulo C�mara, ter se encontrado, na quinta-feira, 5, com o ex-presidente Lula, Siqueira � taxativo: "diz que a posi��o do partido � de independ�ncia propositiva, que ir�o dialogar com todas as for�as pol�ticas, inclusive com o governo e seu partido. A reportagem questiona o advogado lembrando que o PSDB tem advogado a forma��o de um bloco de oposi��o e pergunta se essa n�o seria a linha do PSB.

"N�o faremos oposi��o sistem�tica. Podemos eventualmente apoiar projetos do governo, mas n�o vamos aderir ao governo ou reivindicar cargos. Foi formalizado um bloco do PSB com PPS, PV e SD. Assinei um documento com os demais presidentes destes partidos para que atuemos como uma federa��o de partidos. Vislumbramos a a��o no parlamento, mas tamb�m as elei��es municipais de 2016 nas capitais e principais cidades. Isso nos daria um pouco mais de 3 minutos de TV.

Siqueira diz que o PSB n�o descarta alian�as com outros partidos, inclusive com o PT, em 2016. "Eles � que t�m dificuldade em nos apoiar" Nega haver qualquer preconceito de seu partido, mas ressalta que a prioridade nessa quest�o ser� dos que comp�em o bloco do PSB. Haveria algum setor do PSB que defende a volta do partido � base da presidente Dilma Rousseff? questiona a reportagem.

Ele conta que alguns companheiros tinham essa posi��o e queriam apoiar a reelei��o da presidente no momento em que a executiva do partido se reuniu para afirmar a posi��o de independ�ncia propositiva. "Tivemos uma certa flexibilidade em Estados como Para�ba, Amap� e Bahia, onde o PSB apoiou a presidente. A independ�ncia nos coloca em uma posi��o de analisar caso a caso para decidirmos nossas posi��es."

Perguntado sobre como avaliaria a rela��o com os tucanos, uma vez que algumas lideran�as do PSB, como a deputada Luiza Erundina (SP), que � do diret�rio nacional, estariam reclamado que a sigla est� gravitando muito em torno do senador A�cio Neves (PSDB-MG), o advogado dispara: "Tivemos um epis�dio com eles, que foi o 2º turno (das elei��es presidenciais de 2014). Nunca fomos nem nunca seremos sat�lites do PSDB, assim como n�o fomos do PT."

Elei��es 2016


O fato de o PSB estar fora do governo federal levaria o partido a sair menor das elei��es de 2016? Siqueira diz que n�o h� esse temor dentro do partido. "J� iniciamos o processo de consulta � milit�ncia. Perdemos nosso grande l�der (Eduardo Campos), mas temos um conjunto de lideran�as intermedi�rias. Teremos com o governo federal uma rela��o republicana. N�o compartilho da ideia dos pessimistas de que n�o vamos crescer por estar sem cargos e fora da Mesa (Diretora do Congresso).

Outro assunto definido dentro do PSB em sua opini�o diz respeito a Marina Silva, que deve deixar o PSB em abril para tentar novamente formar a Rede Sustentabilidade. Questionado sobre se gostaria que ela ficasse, Siqueira n�o tem meias-palavras: "Marina Silva nunca foi do PSB. Ela filiou-se e foi bem vinda, mas sabemos que isso se deve ao fato de que a Rede n�o foi legalizada. Felicito ela por estar conseguindo montar seu partido, com o qual poderemos manter alian�as. Nunca tivemos expectativa de que ela permanecesse no PSB. N�o fizemos qualquer movimento para que isso ocorresse."

Mas e os atritos entre Siqueira e Marina Silva durante a campanha de 2014? Estaria Siquera arrependido de algo ou avalia que teria errado no tom? "Est�vamos em um clima demasiadamente emocional pela morte de Eduardo Campos, mas n�o fa�o autocr�tica. Faria tudo outra vez, se fosse necess�rio. Tive minhas raz�es para dar as declara��es que dei. Eu n�o tinha disposi��o para continuar coordenando a campanha. Alguns jornais e revistas tentaram me dar espa�o depois daquilo, mas a partir dali simplesmente me afastei. Deixei a campanha, mas n�o fiz qualquer movimento para prejudicar a candidatura. O insucesso n�o se deve em absoluto �s minhas declara��es e desaven�as com Marina.", completa

Siqueira avalia que durante a campanha houve erros muito grandes do PSB na forma como o programa de governo foi apresentado e isto estaria entre os motivos que levaram o PSB a perder a elei��o. Mas quais seriam esses erros? "O fato dele ter sido revisado depois de divulgado e de defender determinadas teses que n�o s�o do PSB. Isso foi o fundamental para que a campanha n�o conseguisse manter-se em ascens�o depois da morte de Eduardo Campos.

E quanto aos movimentos sociais, o recuo do programa citado por ele durante a campanha teria abalado a rela��o do PSB com esse grupo? Siqueira diz que aquilo foi uma posi��o da candidata (Marian Silva) e n�o do PSB, que, segundo ele, tem uma vis�o libert�ria da vida e � laico. "Jamais aceitar�amos aquele recuo (na pauta LGBT). Todos sabem nessa �rea LGBT que aquela n�o era nossa posi��o."

Uma quest�o pol�mica diz respeito ao parecer do jurista Ives Gandra feito a pedido de um advogado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que indica que existe base jur�dica para pedir o impeachment de Dilma. A reportagem pergunta o que ele acha disso. "A decis�o do povo precisa ser respeitada. N�o se pode banalizar o impeachment. N�o achamos que � hora de falar disso.

Quanto ao fato de os petistas chamarem de golpismo a tese de impeachment, Siqueira alega que n�o � golpismo, mas que considera inoportuno esse tema. "N�o h� raz�o para isso", opina.

Outra posi��o bem definida pelo presidente do PSB diz respeito a outra pol�mica: a quest�o de o PSDB ter pedido auditoria da elei��o de 2014. O advogado considera um erro o pedido. "Eu n�o assinaria a peti��o do PSDB. N�s n�o pedir�amos, pois n�o estamos questionando o resultado da elei��o. Se admitimos esse sistema, devemos acatar o resultado. Apesar disso, n�o confio cegamente nesse sistema. O voto devia ser impresso.

Por fim, Siqueira fala do impacto da morte de Eduardo Campos para o PSB: "O impacto foi enorme sobre a vida interna do PSB. Havia sobre ele uma expectativa de poder a curto e m�dio prazo. Mas o legado dele n�o vai envelhecer. Estamos lutando para que nosso partido n�o se transforme em um “peemedebezinho”.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)