Bras�lia - Com a popularidade em baixa e diante da conflagra��o de sua base de sustenta��o no Legislativo, a presidente Dilma Rousseff retorna nesta quarta-feira da Base Naval de Aratu, na Bahia - onde passou o feriado de carnaval -, em busca de uma estrat�gia para tentar reverter a agenda negativa que amea�a ser agravada com novas derrotas pol�ticas nos pr�ximos dias.
O �ndice foi aprovado por deputados e referendado por senadores em dezembro, menos de dois meses ap�s Dilma conquistar a reelei��o, derrotando o candidato do PSDB, A�cio Neves, no 2 º turno da elei��o presidencial. A aprova��o do reajuste da tabela do imposto foi um sinal de descontentamento da base aliada com os rumos que a montagem da equipe do segundo mandato tomava.
Preocupado com o impacto nas contas p�blicas que o �ndice vai acarretar em um ano de ajuste fiscal, o Pal�cio do Planalto trabalha para evitar a anula��o do veto em troca de uma corre��o menor, de 4,5%. Mas mesmo os aliados da petista s�o c�ticos em rela��o � possibilidade de sucesso.
At� l�, h� duas estrat�gias em curso. A primeira � que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva entre de fato em campo em Bras�lia para liderar a rearticula��o da base aliada. Na agenda, encontros com integrantes do PT e do PMDB. Sua ida a Bras�lia estava prevista para a quinta-feira, 19, mas ainda n�o estava confirmada.
Uma segunda estrat�gia � apostar no adiamento da sess�o, contando, para tanto, com o apoio da pr�pria base. Isso porque o relator do Or�amento, senador Romero Juc� (PMDB-RR), deu prazo at� segunda-feira, 23, para que novos parlamentares apresentassem suas emendas individuais. O prazo pode inviabilizar no dia seguinte a vota��o da lei or�ament�ria, o que demandaria o adiamento da sess�o.
Em outra frente, a presidente precisa acelerar as negocia��es com o Congresso para evitar o "afrouxamento" do pacote da equipe econ�mica que endureceu o acesso a benef�cios trabalhistas, como o seguro-desemprego e o abono salarial. Aliados, inclusive do PT, apresentaram centenas de emendas �s duas medidas provis�rias que tratam do tema propondo altera��es menos duras.
Tamb�m na ter�a, os l�deres da base na C�mara se re�nem em almo�o com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Pepe Vargas (Rela��es Institucionais), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Manoel Dias (Trabalho) e Carlos Gabas (Previd�ncia). No encontro, eles argumentar�o que a ess�ncia do pacote � corrigir distor��es e preservar benef�cios sociais, mas internamente o governo j� admite ceder em alguns pontos, como o tempo de car�ncia exigido para o pagamento do seguro-desemprego.
Di�logo
Diante da crise pol�tica que se instalou em Bras�lia, com a base "rachada" e o PT isolado de postos estrat�gicos na C�mara, Dilma quer sinalizar mais uma vez que est� disposta ao di�logo. O l�der do governo na Casa, deputado Jos� Guimar�es (PT-CE), procurou as lideran�as partid�rias nos �ltimos dias para comunicar que a presidente pretende realizar encontros mensais com eles.
O aceno, no entanto, � visto com ressalvas no Congresso, j� que a petista prometeu estabelecer um calend�rio regular de encontros com os parlamentares em ocasi�es anteriores, mas abandonou a ideia.