Bras�lia - S�cio do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva numa consultoria e presidente do instituto que leva o nome do petista, Paulo Okamotto confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que recebeu "v�rios" interlocutores de empreiteiras. Questionado sobre se teria recebido o executivo Jo�o Santana, da UTC, para tratar da Opera��o Lava-Jato, Okamoto confirmou: "Eu o recebi. Ele queria explicar as dificuldades que as empresas estavam enfrentando, se algu�m estava pensando o que fazer. Eu disse: 'Voc� tem que procurar algu�m do governo'."
O senhor recebeu a OAS?, quer saber a reportagem. "Esse neg�cio das empreiteiras est� todo mundo procurando para ver como � que faz. Fica chato eu ficar dizendo todas as empresas que me procuraram", desconversa.
A Odebrecht procurou o Lula?, insiste a reportagem. "Eu n�o participei dessa conversa da Odebrecht com o presidente Lula. Ningu�m pode ignorar que um caso como esse n�o tenha sido comentado. Infelizmente, todo mundo s� fala nisso.", afirma.
Questionado sobre se o assunto n�o seria relevante, Okamoto diz que muita coisa que est� aparecendo n�o tem muito a ver com a pol�tica, embora se queira dar esse car�ter. "No caso da Lava-Jato, tem a ver com as mazelas do Pa�s. Para vencer as dificuldades que a gente tem muitas vezes nas empresas, como quest�es burocr�ticas, as pessoas usam de expedientes mais conden�veis."
Mas o PT recebeu dinheiro do esquema, retruca a reportagem... "Tanto o (Renato) Duque, quanto o (Paulo Roberto) Costa eram de carreira da Petrobr�s, indica��o t�cnica, pela meritocracia. O Pedro Barusco era gerente. As pessoas n�o foram galgadas ao posto com o compromisso de roubar. At� poderiam oferecer pra eles cargo nessas condi��es, mas eles poderiam dizer: ‘Nessas condi��es eu n�o topo. Eu tenho 30 anos de Petrobr�s, n�o vou roubar para virar diretor’.", responde Okamoto.
Vaccari
Em rela��o � acusa��o de que Jo�o Vaccari Neto, tesoureiro do PT, teria pedido propina para o partido, Okamoto diz que as empresas est�o ganhando dinheiro. Que ningu�m precisa corromper ningu�m. "Funciona assim: 'Voc� est� ganhando dinheiro? Estou. Voc� pode dar um pouquinho do seu lucro para o PT? Posso, n�o posso.' � o que espero que ele tenha feito."
Ele diz que foi uma surpresa saber que essas empresas davam um tanto de dinheiro pra tantos caras. Por que tem que dar esse tanto de dinheiro? N�o tem outro esquema, n�o tem outra estrutura?, diz ao ser lembrado pelo jornal O Estado de S. Paulo de que o desvio na Petrobr�s chegou a bilh�es.
Sobre se o Brasil muda com a Lava-Jato, Okamoto diz que quando a pessoa critica duramente a corrup��o, a obriga a ser mais �tica. "No Brasil, infelizmente, � assim. Todo mundo corrompe um pouquinho. Nego atravessa pelo acostamento; nego fala ao telefone celular; d� um dinheirinho ali para o guarda. A gente tem uma cultura de comprar facilidade, que � ruim. Se n�o, que Pa�s vamos deixar para os nossos netos?"
Mas quando perguntado sobre se o presidente Lula estaria muito preocupado com a Lava-Jato, Okamoto d� a entrevista por encerrada: "Eu falei que iria responder a uma pergunta, j� respondi 20. Chega. Passar bem."