
Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff avisou nesta sexta-feira que o seu compromisso � com o reajuste da tabela do imposto de renda de pessoa f�sica (IRPF) em apenas 4,5%. Segundo Dilma, se o Congresso derrubar o veto que impedia o reajuste de 6,5%, o governo n�o ter� como bancar este valor. "N�s n�o estamos vetando porque queremos. N�s estamos vetando porque n�o cabe no or�amento p�blico", declarou Dilma, em r�pida entrevista, ap�s receber as credenciais de cinco embaixadores, no Pal�cio do Planalto.
"Eu tenho um compromisso e vou cumprir meu compromisso, que � de 4,5%", insistiu. Quando os rep�rteres reiteraram que o Congresso j� disse que vai derrubar os 4,5%, Dilma respondeu: "eu sinto muito, eu sinto muito". E emendou: "se por algum motivo, n�o quiserem os 4,5%, n�s vamos ter de abrir um processo de discuss�o novamente. Nunca deixamos de esconder que era 4,5%. O governo s� tem condi��es para olhar os 4,5%". Dilma sinalizou, no entanto, que pode negociar sobre a legisla��o que trata de benef�cios como pens�o por morte e pagamento de seguro-desemprego. "Sempre h� negocia��o", disse ela, lembrando que est� "dialogando com o Congresso e os movimentos sociais.
Na entrevista, Dilma lembrou que j� mandou a proposta de reajuste de 4,5% para o Congresso por pelo menos duas vezes. "Eu j� mandei duas vezes. Vou chegar � terceira vez", comentou a presidente, explicando que vetou porque n�o tinha condi��es de pagar mais do que 4,5% de reajuste. "Vetei sim e vetei n�o � porque n�o queira fazer. Vetei porque n�o tem recursos pra fazer. � essa quest�o. Meu compromisso � 4,5%", refor�ou.
Na quinta, 19, o tema foi discutido em reuni�o no Planalto da presidente Dilma com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. A reuni�o, que em parte contou com a presen�a do ministro da Previd�ncia, Carlos Gabas, tratou tamb�m da flexibiliza��o de benef�cios como pagamento de pens�o por morte ou pagamento de seguro-desemprego.
Questionada se vai flexibilizar as medidas provis�rias que encaminhou ao Congresso que preveem altera��es nas regras de concess�o de benef�cios, a presidente declarou que est� propondo "aperfei�oamento da legisla��o". Para a presidente, "s� ser contra, por ser contra, n�o, e s� ser a favor, por ser a favor, tamb�m n�o". E emendou sinalizando que o governo poder� conversar com as centrais, mas sem dizer o que aceitaria mudar: "com argumentos e com fundamentos voc� chega sempre a uma boa solu��o".
"Todas as medidas que n�s tomamos, ela tem um objetivo, n�o estou falando das medidas fiscais, estou falando das medidas que t�m a ver com seguro-desemprego, abono doen�a, abono salarial, pens�o por morte, n�s estamos aperfei�oando a legisla��o", declarou. "A legisla��o tem de ser aperfei�oada, da mesma forma que fizemos com o Bolsa Fam�lia, que � um programa reconhecidamente de sucesso porque passa por auditoria", prosseguiu ela, assegurando que "sempre h� negocia��o".
Segundo Dilma, "ningu�m acha que num pa�s democr�tico como o Brasil, que tem um Congresso livre, que tem movimentos sociais sendo ouvidos e com os quais voc� dialoga, seja algo fechado, que n�o haja negocia��o". Para ela, "sempre h� negocia��o, mas tamb�m h� posi��es claras. Eu acho que os lados t�m de defender posi��es claras, os diferentes agentes e participantes t�m de mostrar com clareza quais s�o as posi��es que tem, com que objetivo".
Esta � a primeira entrevista que a presidente concede no segundo mandato. Dilma est� sendo cobrada por estar trancada no Planalto e n�o estar dialogando com o Congresso, onde j� sofreu v�rias derrotas.