
S�o Paulo - Em dela��o premiada ao Minist�rio P�blico do Rio Grande do Norte divulgada nesse domingo (22) pelo programa Fant�stico, da TV Globo, o empres�rio potiguar George Olimpio acusou o senador Jos� Agripino Maia (DEM-RN), presidente nacional do DEM, de cobrar mais de R$ 1 milh�o para permitir um esquema de corrup��o no servi�o de inspe��o veicular investigado pela Opera��o Sinal Fechado do Minist�rio P�blico Estadual, em 2011.
Segundo Olimpio, al�m de Agripino, participavam do esquema a ex-governadora do Rio Grande do Norte e atual vice-prefeita de Natal, Vilma de Faria (PSB), seu filho Lauro Maia, o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PMDB), e o ex-vice-governador Iber� Ferreira (PSB), morto em setembro do ano passado. Todos negaram envolvimento.
De acordo com a dela��o premiada feita ao Minist�rio P�blico, o acerto com Agripino teria acontecido na cobertura do senador, em Natal. "A informa��o que temos � que voc� deu R$ 5 milh�es para a campanha do Iber�", teria dito o senador, segundo o delator. Olimpio respondeu que doou R$ 1 milh�o para a campanha do ex-vice e prometeu entregar R$ 200 mil imediatamente ao senador e outros R$ 100 mil na semana seguinte. "A� ficam faltando R$ 700 mil", teria dito Agripino.
O empres�rio interpretou o coment�rio do senador como uma "chantagem". "Os R$ 1,15 milh�o foram dados em troca de manter a inspe��o", disse Ol�mpio.
Em entrevista ao Fant�stico, Agripino confirmou ter recebido Olimpio tanto na cobertura em Natal quanto em seu apartamento em Bras�lia. De acordo com o senador, o empres�rio � "parente de amigos" de seu pai.
Agripino, no entanto, negou enfaticamente ter cobrado ou recebido propinas de Olimpio. "Ele n�o me deu R$ 1 milh�o cois�ssima nenhuma. Eu nunca pedi nenhum dinheiro, nenhum valor, conforme ele pr�prio declarou em cart�rio", disse o senador. "� uma inf�mia."
Em 2012 Olimpio registrou um documento num cart�rio de Natal no qual afirmava nunca ter dado dinheiro ao presidente nacional do DEM.
De acordo com os promotores que investigam o caso, o empres�rio mudou de ideia em 2014, quando, sentindo-se abandonado pelos amigos, procurou o Minist�rio P�blico para sugerir a colabora��o em troca de benef�cios penais.
Embora tenha feito a dela��o, Olimpio continua figurando como r�u no processo. Os documentos que envolvem Agripino foram remetidos � Procuradoria-Geral da Rep�blica, j� que o senador tem direito a foro privilegiado.
Segundo os promotores que cuidam do caso, Olimpio teria montado um esquema que envolveria as principais autoridades do Estado para aprovar uma lei que criava o sistema de inspe��o veicular no Rio Grande do Norte.
O presidente da Alern, Ezequiel Ferreira, teria recebido R$ 500 mil para aprovar a lei atropelando todo o rito legal. Segundo a Promotoria, o projeto que instaurava a inspe��o veicular potiguar n�o passou nem sequer pelas comiss�es tem�ticas da casa antes de ser levada ao plen�rio.
A rela��o do empres�rio com pol�ticos teria come�ado em 2008, quando Olimpio, por meio de um instituto respons�vel por gerir taxas referentes a financiamentos de autom�veis no Rio Grande do Norte, repassava parte dos valores recebidos �s mais altas autoridades do Estado.
Em um v�deo exibido no in�cio da reportagem, Olimpio aparece entregando ma�os de notas ao ent�o diretor do Detran potiguar Erico Valerio de Souza, tamb�m envolvido no esquema de pagamento de propinas.