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Estado de Minas

Tabela mostra que empreiteira pagou R$ 5,4 mi a ex-diretor por seis obras


postado em 02/03/2015 07:49 / atualizado em 02/03/2015 08:59

Curitiba - Em sua dela��o premiada � for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato, o engenheiro Shinko Nakandakari entregou uma tabela com detalhes da propina paga, segundo ele, pela empreiteira Galv�o Engenharia ao ex-diretor de Servi�os da Petrobr�s Renato Duque, indicado pelo PT, e a seu bra�o direito, o ex-gerente Pedro Barusco. Na lista constam seis obras da estatal que renderam aos dois R$ 5,4 milh�es.

Shinko, como � conhecido, � o primeiro de 11 operadores de propina na Diretoria de Servi�os, segundo a investiga��o, a firmar acordo de dela��o premiada com o Minist�rio P�blico e a Pol�cia Federal. Para ter o acerto homologado pela Justi�a, ele precisa apresentar provas do que afirma em seus depoimentos. A tabela consta em troca de mensagens entre o engenheiro e o ex-diretor de �leo e G�s da Galv�o Engenharia Luiz Augusto Distrutti.

De acordo com os registros, a obra que rendeu o maior volume de propina, em um �nico contrato, � a do Gasoduto Cabi�nas-Reduc (Refinaria Duque de Caxias), no Rio de Janeiro: R$ 1,6 milh�o aos ex-funcion�rios da Petrobr�s. O valor corresponde a 1,5% dos recursos pagos mensalmente pela Petrobr�s � Galv�o Engenharia entre agosto de 2008 e maio de 2009.

H� pagamentos de propina tamb�m em tr�s contratos nas obras do Complexo Portu�rio e Industrial do Pec�m, no Cear�, que somam R$ 1,8 milh�o. O documento registra ainda propinas pagas nas obras do Gasoduto Cacimbas-Catu (Gascac), entre a Bahia e o Esp�rito Santo (R$ 833,3 mil); do Gasoduto Japeri-Reduc, no Rio (R$ 555,5 mil); do Terminal Aquavi�rio de Ilha Comprida, no Rio (R$ 133 mil); e da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia - nesse caso o registro de propina n�o est� contabilizado.

Ao todo h� oito tabelas diferentes no documento, cada uma referente a um contrato firmado com a Petrobr�s pela Galv�o Engenharia.

A empresa � uma das 16 acusadas de cartel e corrup��o na estatal pelos investigadores da Lava Jato. Segundo a apura��o, o doleiro Alberto Youssef atuava como operador do PP na Diretoria de Abastecimento, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, atuava em nome do PMDB na Diretoria Internacional.

Shinko � importante figura para a Lava Jato elucidar como atuaram os indicados do PT no esquema montado na estatal. Segundo os investigadores, a Diretoria de Servi�os era cota do partido no esquema montado na estatal. Duque teria sido indicado pelo ex-ministro Jos� Dirceu, condenado por corrup��o no esc�ndalo do mensal�o. O petista nega a indica��o.

Em depoimento prestado no dia 19 de fevereiro, Shinko afirmou que entregou dinheiro "em esp�cie diretamente" a Duque e a Pedro Barusco. O ex-gerente tamb�m fez acordo de dela��o premiada. Duque chegou a ser preso em novembro do ano passado e solto, em dezembro, por decis�o do Supremo Tribunal Federal. O ex-diretor nega as acusa��es. Segundo o engenheiro, ele foi contratado a partir de 2008 pela Galv�o para "facilitar" a entrada da empreiteira no cartel.

Codinomes

Outro material revelador para os investigadores entregue pelo engenheiro s�o c�pias dos e-mails trocados com um ex-diretor da Galv�o em que se discutem "valores que iriam ser pagos a Renato Duque e Pedro Barusco, para que concordassem com os aditivos que seriam celebrados entre a Galv�o e a Petrobr�s".

Em um dos casos, os dois falam de "aditivos" nas obras do Complexo Pec�m. "As aprova��es no Jur�dico e Diretoria ser�o monitorados diretamente pelo Z� com apoio do Jo�o." As express�es "nosso amigo" e "Z�" usadas nos e-mails referem-se a Barusco. "Nobre" e "Jo�o" eram as formas usadas para falarem de Duque.

Por meio de seu advogado, Duque nega o recebimento de propina, "jamais tendo mantido relacionamento il�cito com o senhor Shinko Nakandakari". O advogado Renato Moraes, defensor do ex-diretor, declarou que seu cliente est� "� disposi��o das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos necess�rios sobre sua gest�o � frente da Diretoria de Servi�os da Petrobr�s".

A Galv�o Engenharia informou que "os pagamentos feitos (a Shinko) resultaram de pr�tica de extors�o e concuss�o, conforme relatado �s autoridades competentes". Segundo a Galv�o Engenharia, por meio de sua assessoria de imprensa, "o sr. Shinko Nakandakari nunca foi funcion�rio da empresa".


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