
Bras�lia – O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva desembarcou nessa quarta-feira (25) em Bras�lia com uma miss�o �rdua. O cacique petista tenta convencer PMDB e PT a apoiar as propostas de ajuste fiscal encaminhadas pelo Planalto ao Congresso e que representar�o um arrocho de R$ 80 bilh�es, de acordo com estimativas feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no entanto, refor�ou que a tarefa ser� complicada, e sugeriu que o governo corte na pr�pria carne.
Lula participou nessa quarta-feira de jantar com a bancada de senadores do PT e ainda teria um encontro com a c�pula do PMDB do Senado. Mais cedo, foi a vez de o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, reunir-se com a bancada do PMDB da C�mara, enquanto o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tomava caf� com as centrais sindicais. Em todos os encontros, ficou patente que o apoio poder� at� vir, mas ter� de ser conquistado a duras penas.
O cacique petista – que h� tempos aconselha a presidente Dilma Rousseff a ser mais incisiva na defesa das medidas econ�micas, para conseguir levar o PT, os movimentos sociais e os sindicatos para o lado dela – ouviu nessa qurata-feira muitas queixas da bancada de seu partido no Senado. No jantar, com a presen�a do presidente da legenda, Rui Falc�o, e do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, os petistas tinham muito do que reclamar a Lula. Desfiaram o ros�rio da escassez de aten��o do Planalto, da aus�ncia de di�logo da presidente e da completa falta de habilidade pol�tica na articula��o governamental, temas recorrentes ao longo do primeiro e in�cio do segundo mandato da petista.
Emendas
A falta de apoio a Dilma se traduz nas mais de 500 emendas apresentadas �s medidas provis�rias em tramita��o – muitas de autoria do pr�prio PT. “Vai ter que mudar. Do jeito que est�o, as propostas n�o passam”, afirmou o senador Delc�dio Amaral (PT-MS). S�o justamente os problemas internos do PT que fazem com que o PMDB se sinta � vontade. “O PT tem que nos provar – e provar � sociedade – que o rem�dio amargo de agora trar� benef�cios no futuro”, justificou o l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ).
Os deputados peemedebistas tamb�m defenderam a inclus�o de Michel Temer no conselho pol�tico que assessora a presidente Dilma, batizado de G-6. “O PT acha que n�o fizemos uma coaliz�o, mas uma fus�o, com eles no comando”, ironizou o deputado L�cio Vieira Lima (PMDB-BA).
Quarentena para fus�o de partidos
A C�mara aprovou nessa quarta-feira o projeto de lei que estipula a quarentena de cinco anos para a fus�o de partidos ap�s a cria��o de uma sigla. O texto, que ainda precisa passar pelo Senado, foi apresentado pelo l�der do DEM na C�mara, Mendon�a Filho (PE). A proposta � considerada “sob medida” para atrapalhar os planos do presidente do PSD e ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que trabalha para criar o Partido Liberal (PL), que seria posteriormente fundido com o PSD. O projeto foi apoiado por peemedebistas e parlamentares de oposi��o, que temem perder correligion�rios para o novo partido de Kassab. PT e outras siglas da base promoveram uma guerra regimental para evitar que o projeto fosse votado. Os petistas desejam a cria��o do PL, que reduziria a depend�ncia do governo em rela��o ao PMDB.