O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu ontem (27) na sede do seu instituto, em S�o Paulo, os principais quadros do PSDB no Senado para definir a estrat�gia da legenda diante das manifesta��es pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff marcadas para o dia 15 de mar�o.
Durante um almo�o que contou com a participa��o dos senadores Aloysio Nunes (SP), C�ssio Cunha Lima (PB), Tasso Jereissati (CE), Jos� Serra (SP) e do presidente nacional da legenda, o tamb�m senador A�cio Neves (MG), FHC fez uma interven��o pregando que o PSDB estimule o movimento, mas mantenha dist�ncia institucional do mote “Fora Dilma”.
“Tem que ficar claro que n�s apoiamos, mas n�o somos promotores”, disse o ex-presidente, segundo relatos dos participantes. De todos os presentes, o �nico que garantiu presen�a na manifesta��o foi Aloysio Nunes. J� A�cio e Serra disseram que n�o devem participar.
Os tucanos apostam que as manifesta��es, que est�o sendo articuladas pelas redes sociais, ter�o grande “propor��o”, especialmente em S�o Paulo, principal reduto do PSDB. Os militantes do partido n�o participar�o de forma organizada ou uniformizados, mas estar�o no evento, que come�ar� na Avenida Paulista. O trajeto da passeata ainda n�o foi definido.
“Quem defende o impeachment n�o est� consciente dos mecanismos constitucionais. Essa bandeira representa mais a indigna��o das pessoas”, diz Aloysio. “Eu vou participar, mas n�o queremos tomar conta. Trata-se de uma manifesta��o contra o governo e n�s somos oposi��o”, afirma o senador, que foi candidato a vice na chapa presidencial de A�cio na elei��o do ano passado.
Pauta
Cunha Lima refor�a a posi��o do colega de bancada. “N�o vamos fazer pirotecnia. O impeachment n�o est� na pauta do partido, mas essa palavra n�o pode ser criminalizada.”
Na sa�da do encontro, A�cio e Serra foram escalados para falar com a imprensa. “N�o � uma manifesta��o partid�ria. Temos que estabelecer esse limite, ter esse cuidado. N�o ser� iniciativa partid�ria”, disse o mineiro.
Diferentemente do que aconteceu nos dois movimentos pr�-impeachment depois da democratiza��o - o Fora Collor em 1992 e o Fora FHC em 1999 -, desta vez n�o existem partidos ou organiza��es do movimento social formalmente envolvidos.
O ato do dia 15 est� convocado por dezenas de organiza��es virtuais. “N�s achamos produtivo que n�o seja um evento partid�rio, mas n�o somos donos da rua”, diz Rog�rio Chequer, l�der do “Vem pra Rua”, o que mais aglutina os tucanos nas passeatas.
Humor. No encontro de ontem em S�o Paulo os tucanos deixaram clara a estrat�gia de usar o humor como muni��o no embate pol�tico com petistas.
Aproveitando a onda de “memes” - o termo � usado para descrever um conceito que se espalha pela internet - com o mote “Foi culpa do FHC”, o ex-presidente foi fotografado por Cunha Lima segurando uma folha sulfite e uma nota de R$ 2 com a frase: “Foi o FHC”. Terminado o almo�o, o senador paraibano postou a foto em sua conta no Twitter.
Na entrevista depois do evento, Serra entrou na brincadeira ao ser questionado sobre a tentativa do PT de ampliar as investiga��es da CPI da Petrobr�s para a gest�o FHC. “Eu soube agora que v�o fazer uma CPI sobre a mudan�a da capital do Rio para Bras�lia e que foi o Fernando Henrique o respons�vel”, ironizou.