
A bandeira do impeachment da presidente Dilma est� longe de ser consenso entre seus opositores no Congresso, mas j� rende dividendos a defensores da causa. Em lojas virtuais e em shoppings de luxo � poss�vel comprar variados tipos de produtos da linha anti-Dilma ou anti-PT.
A vers�o mais sofisticada entrou na linha de produ��o do empres�rio Sergio Luiz Kamalakian Savone. Dono da grife Sergio K, ele comanda lojas em shoppings de S�o Paulo, como JK Iguatemi, Alphaville e An�lia Franco, e nas cidades de Campinas, Bras�lia e Belo Horizonte. Sua marca vende por R$ 100 uma camisa com a estampa Eu n�o tenho culpa. Votei no A�cio, referindo-se ao senador tucano, derrotado no 2º turno da disputa presidencial. Savone diz que 3 mil unidades j� foram vendidas.
Para ele, o aquecimento das vendas se deve �s manifesta��es pelo impeachment marcadas para o dia 15 de mar�o. "Recebemos v�rias encomendas de partidos e pessoas ligadas a A�cio, mas n�o posso revelar nomes", contou. Na campanha de 2014, Savone lan�ou uma linha de camisetas que fez sucesso entre tucanos, vendida a R$ 10. Sob uma imagem de A�cio estilizada, o slogan dizia Uai, we CAN.
J� o grupo Revoltados Online, um dos que est�o na linha de frente da campanha pelo "Fora Dilma" nas redes sociais, montou uma loja virtual com direito a pagamento com cart�o pelo sistema Paypal.
Um "combo" com uma camisa preta com o bras�o da Rep�blica e o slogan Impeachment j�, dois adesivos e um bon� sai por R$ 175. O grupo ainda vende canecas, moletons, chap�us, bon�s e camisetas com variados slogans antipetistas estampados, como Fraude nas urnas eletr�nicas: impeachment j�; 100% anticomunista; e F�, fam�lia e liberdade.
"As vendas (das camisas) est�o ajudando a causa. Aluguel de trio el�trico, por exemplo, � muito caro", afirmou Marcelo Reis, l�der do Revoltados. Ele disse ter sido demitido do �ltimo emprego por causa de sua milit�ncia. "Agora estou por conta disso."
Al�m da renda com as vendas, duas contas em seu nome foram abertas para receber doa��es de simpatizantes. Reis n�o revela quanto fatura, mas o grupo conta com estrutura profissional. Ele alugou um apartamento no mesmo flat onde vive o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, em S�o Paulo, e mant�m uma ampla estrutura de comunica��o, com direito a produtora de v�deo. "Nossos n�meros ser�o sigilosos at� abrirmos uma associa��o com CNPJ", disse o ativista.
Se o "Fora Collor" (1992) e o "Fora FHC" (1998) foram bancados por entidades tradicionais de movimentos sociais, como OAB, CUT, UNE e MST, os defensores do "Fora Dilma" se agrupam numa mir�ade de pequenos grupos criados nas redes sociais.
Por serem organiza��es privadas, elas n�o abrem os seus n�meros, mas parte delas tem recursos suficientes para mobilizar carros de som, distribuir materiais gr�ficos e manter a a��o nas redes sociais.