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Estado de Minas

Gritos e ofensas entre deputados abrem a CPI da Petrobras

An�ncio da cria��o de sub-relatorias provoca tumulto no colegiado, que convoca 21 pessoas, entre elas Gra�a Foster e outros ex-integrantes da c�pula da estatal. Barusco dep�e primeiro


postado em 06/03/2015 06:00 / atualizado em 06/03/2015 07:35

A confusão se generalizou durante a leitura do ato de instalação das quatro sub-relatorias, que reduzem o poder do PT no comando do colegiado(foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)
A confus�o se generalizou durante a leitura do ato de instala��o das quatro sub-relatorias, que reduzem o poder do PT no comando do colegiado (foto: Gabriela Korossy/C�mara dos Deputados)

Bras�lia – Marcada por tumulto e bate-boca, a primeira sess�o deliberativa da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras, aprovou ontem a convoca��o de pelo menos 21 pessoas, que dever�o prestar depoimento ao colegiado ao longo das pr�ximas semanas, entre eles os ex-presidentes da estatal Gra�a Foster e S�rgio Gabrielli, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da companhia Pedro Barusco e o doleiro Alberto Yousseff. Al�m de chancelar o plano de trabalho proposto pelo relator, deputado Luiz S�rgio (PT-RJ), com a previs�o das convoca��es, a CPI elegeu ontem os tr�s vice-presidentes.

Os desentendimentos que esquentaram a sess�o come�aram depois de o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB) anunciar que criaria quatro sub-relatorias. Insatisfeitos por terem sido deixados de fora da decis�o e do acordo para a escolha
dos grupos e dos vice-presidentes da comiss�o, parlamentares do PT, do PPS e do Psol protestaram contra Motta. A medida, avaliam parlamentares, tem o objetivo de enfraquecer a posi��o do relator, o petista Luiz S�rgio (RJ), que ter� de dividir a condu��o dos trabalhos com outros deputados. A princ�pio, a CPI ter� quatro sub-relatorias, que ser�o ocupadas por deputados do PSDB, do PTB, do PR e do PSC. � poss�vel ainda que outras quatro sub-relatorias sejam acrescidas ao colegiado.

Motta costurou, ao longo dos �ltimos dias, um acordo com partidos de oposi��o, como o PSDB e o DEM, para viabilizar a cria��o das sub-relatorias, cuja ideia original foi apresentada pelos tucanos. Deixados de fora do acordo, PPS e Psol reagiram. O deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) foi at� a mesa de Motta e o chamou de “moleque”. “Cabelo branco n�o � sin�nimo de respeito. Vossa Excel�ncia me respeite. N�o tenho medo de grito”, disse Motta, que tem 25 anos, tamb�m aos berros. “N�o serei fantoche para me submeter a press�o aqui”, completou. Horas depois, Rodrigues pediu desculpas a Motta. Ele admitiu ter chamado o deputado paraibano de “coronel”, mas n�o de “moleque”. O deputado Ivan Valente (Psol-SP) chamou de “acordo de coxia” o arranjo da CPI. Insatisfeito, o PPS anunciou que deixar� o bloco de partidos de oposi��o, que inclui o PV, o PSB e o PSDB.

Motta aproveitou a indica��o dos vice-presidentes ontem para contemplar setores de oposi��o. Assim, a primeira vice-presid�ncia ser� do tucano Antonio Imbassahy (BA). A segunda ficar� com o pedetista F�lix Mendon�a J�nior (BA), e a terceira com Kaio Mani�oba (PHS-PE). A decis�o, que desagradou partidos como o PT, o PPS e o Psol, teve por objetivo “diversificar” a dire��o do colegiado, segundo Motta. “N�o vamos permitir que se fa�a, nesta comiss�o, um terceiro turno”, disse ele. Deputados do PT chegaram a reivindicar o direito de o relator, Luiz S�rgio, indicar os sub-relatores. Motta, por�m, disse que o regimento era omisso a esse respeito, e que caberia a ele as indica��es.

Depoimentos

O primeiro depoimento da CPI deve ser de Pedro Barusco. Na sequ�ncia, ser�o ouvidos Gra�a Foster e S�rgio Gabrielli. Por estar em pris�o domiciliar, Barusco precisar� de autoriza��o da Justi�a para comparecer � CPI. Al�m de convocar boa parte da antiga diretoria executiva da estatal, que esteve � frente da empresa durante o per�odo em que ocorreram as irregularidades, o plano de trabalho contempla tamb�m a convoca��o de ao menos cinco dirigentes atuais da companhia, mesmo que estes n�o estejam, por ora, sendo investigados na opera��o Lava-Jato, deflagrada pela Pol�cia Federal. A CPI quer ouvir, entre outros, Jo�o Adalberto Elek J�nior, diretor de Governan�a, Risco e Conformidade da estatal; o atual diretor de G�s e Energia, Hugo Repsold; e Gustavo Adolfo Villela de Castro, gerente de Engenharia Naval da empresa. Inicialmente, a CPI tem prazo de 180 dias para concluir os trabalhos. Esse per�odo pode ser ampliado caso um requerimento nesse sentido seja aprovado no plen�rio da C�mara.

A ida de Barusco interessa aos petistas e aos tucanos. Depois de o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informar que n�o aceitaria “estender” o per�odo investigado � gest�o do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, os petistas avaliaram que o depoimento de Barusco pode ajudar a trazer a suposta corrup��o na Petrobras durante a era tucana para a investiga��o. Em depoimento � Justi�a Federal do Paran�, Barusco disse que teria come�ado a receber propina na Petrobras ainda em 1997, na gest�o de FHC. Os tucanos, por sua vez, pretendem mostrar que o caso foi isolado.

Durante a reuni�o de ontem, Eduardo Cunha compareceu � CPI e se colocou � disposi��o para prestar esclarecimentos ao colegiado. H� informa��es de que o nome de Cunha esteja entre as 54 pessoas com foro privilegiado que ser�o investigadas pelo Supremo a pedido do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. Questionado sobre se “seria necess�ria” sua ida � CPI, Cunha foi incisivo. “N�o � quest�o de ser necess�rio. Eu fa�o quest�o de ir”.

Atr�s do dinheiro

Por sugest�o do presidente Hugo Motta, a CPI contratar� uma empresa de consultoria com a fun��o de “rastrear” os recursos supostamente desviados da Petrobras. Trata-se da Kroll Advisory, sediada em Nova York (EUA) e conhecida como a maior companhia de investiga��es privadas do mundo. O objetivo � que a empresa encontre os recursos supostamente expatriados por Paulo Roberto Costa, Barusco e Youssef, entre outros, por meio de empresas off-shore e contas em para�sos fiscais. Esta n�o ser� a primeira vez que a Kroll atuar� em investiga��es da C�mara; em 1992, a empresa contribuiu com a chamada “CPI do PC Farias”, cujas apura��es ajudaram no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.


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