Em depoimento de outubro de 2014, o doleiro Alberto Youssef detalhou como parlamentares do PMDB passaram a receber parte da propina arrecadada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que era originalmente direcionada ao PP. O doleiro disse que, entre 2005 e 2006, o ex-dirigente da estatal ficou doente e houve um movimento pol�tico para tir�-lo do cargo na empresa. Foi ent�o que entrou em cena a bancada do PMDB. Ele cita os nomes dos senadores Valdir Raupp (RO), Renan Calheiros, Romero Juc� (RR) e Edison Lob�o (MA).
Paulo Roberto Costa confirma a rela��o com Renan, afirmando que teve diversas reuni�es na casa do senador, das quais participaram tamb�m os deputados An�bal Ferreira Gomes (CE) e Henrique Eduardo Alves (RN), ex-presidente da C�mara dos Deputados. Os encontros ainda ocorriam, segundo Costa, na casa do senador Romero Juc� em Bras�lia, e que o assunto tratado era sempre o mesmo: a ajuda do PMDB � perman�ncia dele na Petrobras em troca de “apoio” ao partido.
NEGOCIA��O Nesses encontros, eram discutidas as obras que seriam destinadas �s empresas de interesse dos senadores. Numa dessas reuni�es, segundo Costa, An�bal, em nome de Renan, levou a ele uma reclama��o do Sindicato dos Pr�ticos. A entidade queria aumentar a remunera��o da categoria. An�bal contou que, se o sindicato fosse atendido, ele receberia uma comiss�o, e parte seria repassada a Renan. Costa receberia R$ 800 mil. O ent�o diretor da Petrobras encaminhou o pedido, que foi finalmente atendido. Segundo Costa, o presidente do Senado recebia tamb�m um percentual dos valores envolvidos em contratos da Transpetro.
J� o nome de Eduardo Cunha aparece ligado ao aluguel de um navio-plataforma da Samsung � Petrobras, em contrato que envolvia o executivo Julio Camargo. Parte do pagamento da loca��o era repassada a Eduardo Cunha, por meio de Fernando Baiano, de acordo com informa��es prestadas por Youssef.
O doleiro contou ainda que, em determinado momento, a Samsung suspendeu a comiss�o que era paga a Julio Camargo, e o executivo paralisou os repasses ao PMDB. Por conta disso, Eduardo Cunha teria feito representa��o em uma comiss�o da C�mara pedindo informa��es da Petrobras acerca dos contratos. Assustado, Camargo pagou a propina do pr�prio bolso: R$ 6 milh�es.