
A defesa de Renato Duque disse que o ex-diretor de servi�os da Petrobras s� prestar� depoimento ao final do processo. Segundo o advogado Alexandre Lopes, al�m de n�o ter falado praticamente nada na CPI da Petrobras nesta quinta-feira, 19, Duque n�o far� dela��o premiada.
"N�o h� quem delatar nem o que delatar", disse Lopes ap�s a sess�o que durou cerca de cinco horas. "Sou contra a dela��o premiada. Acho isso uma indec�ncia. � voc� dar um pr�mio � alcaguetagem. Jamais prestaria, como advogado, a dar base jur�dica a uma dela��o. Para mim, isso n�o � advocacia", afirmou o advogado aos jornalistas.
O advogado atribuiu tamb�m ao "caos pol�tico" o sil�ncio de seu cliente, que s� se manifestou quando confundido com o ex-gerente-executivo da Diretoria de Servi�os da Petrobras Pedro Barusco e quando citaram sua mulher e seu filho. Segundo Lopes, Duque queria prestar depoimento, mas foi orientado por ele a se calar.
"N�o vou antecipar o depoimento dele num ambiente pol�tico absolutamente conturbado. Voc� v� aqui na CPI uma guerra em andamento, um caos pol�tico instaurado", disse o advogado. "H� aqui mais uma guerra pol�tica do que a busca pela verdade. Ele falar� � autoridade competente, o juiz da causa", afirmou. "O julgamento pol�tico j� foi feito. Ele foi condenado sem defesa".
Alexandre Lopes diz que Duque nega as acusa��es de pagamento de propina, movimenta��o de dinheiro no exterior e posse de obras de arte para lavagem de dinheiro. Algumas pe�as foram apreendidas na casa do ex-diretor nesta semana. "A maioria das obras de arte n�o t�m valor algum. O Mir� n�o � Mir�. � uma gravura", afirmou. Para Lopes, o juiz federal S�rgio Moro apenas "requentou" o argumento utilizado para prender Duque no ano passado para prend�-lo novamente no in�cio desta semana.
Duque foi citado por Barusco em dela��o premiada e em depoimento � CPI, na semana passada. Segundo Barusco, Duque recebia parte da propina e era operador do PT.
De acordo com Lopes, seu cliente tem apenas rela��o profissional com o ex-subordinado. Para ele, Barusco mentiu em troca de liberdade. "(Ele quis) receber um pr�mio e ficar em liberdade. Ele j� recebeu o pr�mio antecipadamente. Ele conta ao juiz o que quer, as pessoas consideram como verdade absoluta, quando n�o �, e ele est� em liberdade", afirmou.
O advogado criticou ainda a inten��o de deputados da CPI de convocar a mulher de Duque para prestar depoimento. Maria Auxiliadora Tiburcio Duque teria procurado o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva logo ap�s a pris�o de Duque no ano passado, conseguindo libert�-lo. "Isso � um absurdo total. Voc� utilizar um instrumento democr�tico como uma CPI como forma de coagir, fazer uma chantagem emocional com uma pessoa que est� sendo investigada, que n�o foi condenada", disse o advogado. "N�o acredito que a C�mara dos Deputados far� algo t�o nefasto quanto isso".