Filho de ex-diretor da Petrobras � suspeito de participar da corrup��o na estatal

Bras�lia - A suspeita de que o filho de Renato Duque tenha atuado com o pai fez o ex-diretor de Engenharia e Servi�os da Petrobras quebrar o sil�ncio na CPI que investiga irregularidades na estatal. Denunciado e preso por corrup��o, forma��o e quadrilha e lavagem de dinheiro pela Opera��o Lava-Jato, Duque se recusava a responder �s perguntas dos deputados, exceto quando envolviam a fam�lia dele. Daniel Tib�rcio Duque trabalhou na petrol�fera francesa Technip, que se associou � UTC Engenharia em 2001 e ajudou a construir a plataforma P-56 da Petrobras.

A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) questionou o trabalho de Tib�rcio na s�cia da UTC, empresa que tem “rela��es inclusive com o ex-presidente (Luiz In�cio) Lula (da Silva)”. “Estaria seu filho envolvido nesse esquema e correndo o risco de ser preso ou seria ele uma v�tima deste emaranhado de corrup��o?”, disse Eliziane. Duque negou conflito de interesses: “Quando ele foi requisitado, consultei o jur�dico da Petrobras e me disseram que n�o havia nenhum impedimento”. A assessoria da Petrobras n�o prestou esclarecimentos sobre as declara��es do ex-diretor de Engenharia.

Eliziane n�o se convenceu. “Estamos fazendo um cruzamento das informa��es prestadas por Renato Duque e o que temos publicado pela pr�pria Petrobras”, disse ela. “Caso tenha mentido, tomaremos as provid�ncias.” O advogado de Duque, Alexandre Lopes, disse que a rela��o que a deputada tentou fazer n�o tem “nada a ver”. A UTC e a Technip n�o prestaram esclarecimentos ao jornal.

Em 2011, a Technip fez uma parceria com a Odebrecht �leo e G�s para fretar e operar dois navios para a Petrobras durante cinco anos, por US$ 1 bilh�o (R$ 3,29 bilh�es). A assessoria da Odebrecht afirmou desconhecer a presen�a de Tib�rcio no corpo profissional da s�cia e negou que ele tivesse participado de qualquer negocia��o na sociedade. Tib�rcio � economista, trabalhou pela Technip em Houston ( EUA), e no Brasil, segundo informou Duque. Foi selecionado por um ca�a-talentos e hoje toca neg�cio pr�prio no Brasil, disse o ex-diretor.

Na sess�o da CPI, Duque ainda negou parentesco com o ex-ministro Jos� Dirceu e disse que sua esposa nunca pediu ajuda a Lula ou a Paulo Okamotto, homem de confian�a do ex-presidente, para tentar tirar o marido da pris�o. O ex-diretor tamb�m negou conhecer o doleiro Alberto Youssef, mas ficou em sil�ncio ao ser questionado sobre o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari.

A defesa orientou Duque a permanecer calado para n�o dar muni��o ao Minist�rio P�blico antes de se inteirar completamente das acusa��es e das provas contra o ex-diretor. “N�o vou antecipar o depoimento dele num ambiente conturbado como este aqui (na CPI). Ele j� ter� que fazer isso perante o juiz”, disse o advogado de Duque, Alexandre Lopes. “� uma estrat�gia de defesa.”

Queiroz na cadeia

O ex-deputado federal Romeu Queiroz, condenado a seis anos e seis meses de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no processo do mensal�o, perdeu o direito de trabalhar fora da cadeia. Em decis�o publicada nessa quinta-feira (19), o juiz substituto da Vara de Execu��es Criminais de Ribeir�o das Neves, Bruno Henrique Ten�rio Taveira, revogou o benef�cio do ex-parlamentar. Em janeiro, o benef�cio j� tinha sido suspenso cautelarmente depois que circulou um v�deo que mostra Queiroz supostamente em um bar consumindo bebida alco�lica, falta considerada grave. O advogado do ex-deputado, Marcelo Leonardo, disse que vai recorrer.