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Estado de Minas

Ex-ministro Jos� Dirceu ocupa o lugar do "sabe-tudo" de milh�es de reais

Consultoria de Jos� Dirceu lhe rendeu nos �ltimos sete anos R$ 29,25 milh�es


postado em 20/03/2015 06:00 / atualizado em 20/03/2015 09:56

Consultoria de José Dirceu investigada na Operação Lava-Jato prestou serviço a uma série de empresas de diferentes setores (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Consultoria de Jos� Dirceu investigada na Opera��o Lava-Jato prestou servi�o a uma s�rie de empresas de diferentes setores (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Que o petista Jos� Dirceu � um homem de v�rias faces – de guerrilheiro a deputado, de poderoso ministro do governo Lula a empres�rio bem-sucedido e, recentemente, presidi�rio –, todos sabem. Uma versatilidade que ele levou tamb�m para sua empresa JD Assessoria e Consultoria, agora investigada na Opera��o Lava-Jato por suspeita de lavagem de dinheiro desviado da Petrobras por meio de um grupo de empreiteiras. Al�m de prestar consultoria a pelo menos seis delas, que, segundo o Minist�rio P�blico, alimentaram o esquema de pagamento de propina na estatal, a JD tamb�m foi contratada por empresas dos mais diversos ramos: imobili�rio, cultural, cervejaria, latic�nio, marketing, editorial, advocat�cio, el�trico, digital, aliment�cio, vidra�aria, telecomunica��es e automobil�stica, no per�odo de 2006 a 2013, de acordo com levantamento da Receita Federal ao juiz S�rgio Moro, que preside as investiga��es da opera��o.

As consultorias renderam � JD – fundada depois que Jos� Dirceu deixou o governo e foi cassado pelo Congresso – nos �ltimos sete anos R$ 29,25 milh�es, sendo que somente as empreiteiras OAS, Engevix, UTC, Camargo Corr�a, Egesa, Galv�o Engenharia (veja quadro), pagaram R$ 7,5 milh�es, segundo o documento da Receita Federal, que tem 17 p�ginas dedicadas ao petista. O que tem chamado a aten��o da For�a-Tarefa respons�vel pelas 10 etapas da Opera��o Lava-Jato � o aumento da presta��o de servi�os �s empreiteiras suspeitas, especialmente, no ano eleitoral de 2010, em 2011 e 2012. Somente em 2010, a JD faturou R$ 2,44 milh�es com contratos com a Delta Engenharia, OAS, Egesa, Engevix, Camargo Corr�a e Galv�o Engenharia. E em 2012, outro ano de campanha eleitoral, empresas do mesmo grupo pagaram � consultoria de Jos� Dirceu R$ 3,06 milh�es, ou seja, quase a metade de todo o faturamento da JD naquele ano – R$ 7 milh�es.

Internacional As suspeitas envolvendo as atividades do petista – condenado a sete anos e 11 meses por envolvimento no esc�ndalo do mensal�o – surgiram a partir da confirma��o da exist�ncia de pagamentos a JD feito pela empresa Jam de Miltn Pascowitch, no valor de R$ 1,45 milh�o. De acordo com o ex-gerente de Servi�o da Petrobras Pedro Barusco, que est� preso acusado de envolvimento no esc�ndalo do desvio de recursos da estatal, Pascowitch era, na verdade, o respons�vel pelo recebimento da propina que se destinava ao PT paga pela empresa Engevix, tamb�m da carteira de clientes da empresa de consultoria de Dirceu.

Essa e outras opera��es da JD levantaram suspeita no Minist�rio P�blico e da Pol�cia Federal, que agora investigam se a empresa realmente prestou servi�os de consultoria. A suspeita � que eram movimenta��es financeiras dissimuladas para encobrir dinheiro desviado de contratos com a Petrobras. A OAS, por exemplo, liberou R$ 2,4 milh�es para a JD desde 2006, ano em que Jos� Dirceu se tornou alvo das investiga��es do mensal�o e que acabariam por lev�-lo � pris�o em 2013. Segundo a for�a-tarefa, a JD pode ter no esquema de desvio de recursos da Petrobras a mesma import�ncia das empresas do doleiro Alberto Youssef, respons�veis pela lavagem de dinheiro, especialmente a destinada ao Partido Progressista (PP), o maior benefici�rio das verbas desviadas.

Em depoimento � Justi�a Federal na ter�a-feira, o empres�rio G�rson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix e r�u da Opera��o Lava-Jato, admitiu que contratou servi�os de consultoria do ex-ministro Jos� Dirceu. Almada disse que ap�s a sa�da de Dirceu do governo teve “uma primeira reuni�o” com o petista. “Ele se colocou � disposi��o para fazer um trabalho junto � Engevix no exterior, basicamente voltado a vendas da empresa em toda a Am�rica Latina, Cuba e �frica, que � onde ele mantinha um capital humano de relacionamento muito forte”, disse o empres�rio.

Com isso, confirmou tamb�m a liga��o do petista com Pascowitch, que teria participado tamb�m da reuni�o com ele. “Foi num hotel e, depois, tive duas reuni�es no escrit�rio do ministro Jos� Dirceu e ali combinamos uma atua��o voltada principalmente para o Peru e Cuba. Fizemos uma viagem para o Peru com o Jos� Dirceu, onde ele tinha um excelente relacionamento. (Dirceu) � o que a gente chama de open door, fala com todo mundo, bota voc� nas melhores coisas, mas n�o resolve o close door. A gente tem que fechar contratos. Ele nos colocava em contato com v�rios tipos de relacionamentos. Mas n�o aconteceu nada, encerramos o contrato”, revelou.


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