Oposi��o quer convocar Dirceu para depor na CPI da Petrobras

Bras�lia – A oposi��o est� decidida a pedir a convoca��o do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu na CPI da Petrobras e v� agora mais ind�cios para a solicita��o na comiss�o que investiga o esquema de pagamentos de propinas na Petrobras. O l�der do PPS na C�mara, Rubens Bueno (PR), quer colocar em vota��o amanh� o requerimento para ouvir o r�u, al�m do tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari, o senador Fernando Collor (PTB-AL) e o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo.

Segundo a oposi��o, o mais novo ind�cio que refor�aria a necessidade de convocar Jos� Dirceu, condenado a 10 anos no esquema de corrup��o do mensal�o, seria a revela��o feita por empreiteiras envolvidas no esquema de corrup��o na Petrobras de que o ex-ministro recebia parte da propina paga ao PT, segundo reportagem publicada ontem pela Folha de S.Paulo. O presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, preso em Curitiba, teria dito aos investigadores que os pagamentos eram descontados das comiss�es que a empresa devia ao esquema. Um representante da Camargo Corr�a, outra empresa sob suspeita, teria afirmado que decidiu contratar os servi�os de consultoria de Dirceu por temer que a recusa prejudicasse seus neg�cios com a Petrobras, segundo a publica��o. A defesa do ex-ministro Jos� Dirceu negou as acusa��es.

Para Rubens Bueno, as novas informa��es atribu�das a Pessoa refor�am o pedido do partido para convocar Dirceu e Vacarri. “� uma triangula��o criminosa”, afirmou. A base aliada promete resistir � tentativa de “diversionismo”, nas palavraS do deputado Afonso Florence (PT-BA). O petista diz que o foco da CPI deve ser convocar o doleiro Alberto Youssef, “nexo central” da Lava-Jato.

A empresa de Dirceu, a JD Consultoria, recebeu R$ 29 milh�es de 60 clientes entre 2006 e 2013, sendo 35% de empreiteiras da Lava-Jato, como mostrou o Estado de Minas na quarta-feira passada. Somente as empreiteiras OAS, Engevix, UTC, Camargo Corr�a, Egesa, Galv�o Engenharia, pagaram R$ 7,5 milh�es, segundo o documento da Receita Federal, que tem 17 p�ginas dedicadas ao petista. O que chamou a aten��o da for�a-tarefa respons�vel pelas 10 etapas da Opera��o Lava-Jato foi o aumento da presta��o de servi�os �s empreiteiras suspeitas, especialmente, no ano eleitoral de 2010, em 2011 e 2012. Somente em 2010, a JD faturou R$ 2,44 milh�es com contratos com a Delta Engenharia, OAS, Egesa, Engevix, Camargo Corr�a e Galv�o Engenharia. E em 2012, outro ano de campanha eleitoral, empresas do mesmo grupo pagaram � consultoria de Dirceu R$ 3,06 milh�es, ou seja, quase a metade do faturamento da JD naquele ano: R$ 7 milh�es.

DESCONFIAN�A As suspeitas envolvendo as atividades do petista surgiram a partir da confirma��o da exist�ncia de pagamentos a JD feito pela empresa Jam de Miltn Pascowitch, no valor de R$ 1,45 milh�o. De acordo com o ex-gerente de Servi�o da Petrobras Pedro Barusco, que est� preso acusado de envolvimento no esc�ndalo do desvio de recursos da estatal, Pascowitch era, na verdade, o respons�vel pelo recebimento da propina que se destinava ao PT paga pela empresa Engevix, tamb�m da carteira de clientes da empresa de consultoria de Dirceu. Essa e outras opera��es da JD levantaram suspeita no MP e da PF, que agora investigam se a empresa realmente prestou servi�os de consultoria. A suspeita � que eram movimenta��es dissimuladas para encobrir dinheiro de propinas.

UM ANO DE OPERA��O Opera��o Lava-Jato completou 1 ano na semana passado. J� foram 10 fases at� o momento, e a Pol�cia Federal cumpriu mais de 350 mandados de pris�o preventiva, tempor�ria, busca e apreens�o e condu��o coercitiva. At� o momento, 22 est�o presas, sendo que a maior parte est� na Superintend�ncia da PF em Curitiba. At� agora, o Minist�rio P�blico Federal conseguiu a repatria��o de R$ 139.666.471,17, que foram desviados por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras.
O dinheiro estava em contas na Su��a. Mas a procuradoria quer a devolu��o de R$ 1,5 bilh�o.