Lima - Um dos pedidos lidos com frequ�ncia nos cartazes das manifesta��es de rua de 15 de mar�o parece ter entrado de vez na pauta estrat�gica do PSDB: o combate ao "bolivarianismo" - mais especificamente, a press�o internacional contra o governo venezuelano e as pol�ticas de repress�o contra opositores de seu presidente, Nicol�s Maduro.
Detido desde fevereiro do ano passado, L�pez � ex-prefeito do munic�pio de Chacao (que integra a Grande Caracas) e foi acusado de ter incitado viol�ncia nas manifesta��es contra o chavismo naquele mesmo m�s - os protestos em todo o pa�s terminaram com saldo de 43 mortes.
Ledezma foi preso por agentes do Servi�o Bolivariano de Intelig�ncia Nacional (Sebin) em janeiro, sob a acusa��o de integrar uma conspira��o para derrubar Maduro do poder.
O brasileiro se encontrou com as mulheres de ambos no in�cio do Semin�rio Internacional Am�rica Latina: Desafios e Oportunidades, organizado pela Funda��o Internacional para a Liberdade (FIL), com sede na Argentina. .
Houve dois momentos de encontro com o presidente do PSDB, que passa a integrar uma esp�cie de "frente antibolivariana" que cobra condena��es expl�citas dos governos da regi�o ao que consideram viola��es de direitos humanos por ordem de Maduro. Na chegada ao semin�rio, A�cio as cumprimentou e conversou por alguns minutos. Em seguida, as duas discursaram na palestra "Venezuela e Liberdade".
Tanto Lilian quanto Mitzy cobraram mais envolvimento dos governos da regi�o e press�o contra o presidente venezuelano, Nicol�s Maduro. "Quem se cala � c�mplice e tenho certeza de que toda a Am�rica Latina vai se pronunciar", afirmou a mulher de L�pez.
Encerradas as explana��es, o senador teve novo encontro com Lilian e Mitzy. Durante a conversa, a mulher de Leopoldo L�pez agradeceu com entusiasmo ao brasileiro pela presen�a no evento. A�cio destacou a import�ncia de um esfor�o internacional de press�o pela liberta��o de todos os detentos pol�ticos da Venezuela - al�m de figuras proeminentes da oposi��o, ainda est�o encarcerados dezenas de estudantes acusados de viol�ncia nas manifesta��es.
Pouco depois de conversar com A�cio, Lilian Tintori anunciou que continuar� seu giro pelo mundo pedindo apoio � causa. Sem detalhar os pr�ximos destinos, disse que levar� "a cada canto da nossa Am�rica Latina" sua mensagem. Dias antes, Lilian manifestara inten��o de visitar o Brasil j� no pr�ximo m�s. De acordo com sua assessoria, A�cio n�o tratou do tema nas conversas que teve na quinta-feira.
Nesta sexta-feira, 27, A�cio far� sua palestra no painel Entre o Populismo e a Liberdade, ao lado do escritor �lvaro Vargas Llosa - filho do pr�mio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, que preside a FIL.
Cr�ticas
Colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Mario Vargas Llosa tamb�m discursou e condenou a postura do presidente peruano, Ollanta Humala, que n�o recebeu as dissidentes venezuelanas em sua visita � capital. "Que vergonha que na Am�rica Latina haja t�o poucos governos que condenaram a a��o repressora do oficialismo venezuelano", afirmou.
Al�m do senador brasileiro e dos escritores, participam do evento o principal candidato derrotado � presid�ncia do Uruguai na elei��o de outubro, Luis Lacalle Pou, o ex-presidente uruguaio Jorge Batlle (2000-2005), o ex-presidente colombiano Andr�s Pastrana e o escritor cubano Carlos Alberto Montaner.
Divis�es
A ofensiva do PSDB na quest�o da Venezuela parece atender a um chamado que dividiu grupos organizadores dos protestos do dia 15. Um v�deo que circulou pela web horas antes das manifesta��es acusava uma das organiza��es - o Vem Pra Rua - de ignorar o combate �s ideias bolivarianas no continente. A mensagem acusava o principal partido da oposi��o de ter se "vendido".
As cobran�as por resposta mais firme do governo brasileiro ante a escalada repressiva do chavismo dentro da Venezuela, no entanto, n�o s�o novas. Desde o in�cio das manifesta��es de 2014 em Caracas, partidos da oposi��o brasileira instaram o Executivo a se manifestar claramente. No �mbito da Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado, o senador tucano Aloysio Nunes (SP) chegou a propor, no in�cio da semana, que a embaixadora venezuelana no Brasil, Mar�a Lourdes Urbaneja, fosse convidada a dar explica��es. A ideia n�o prosperou.
O Planalto tem demonstrado insatisfa��o crescente com o recrudescimento da repress�o no pa�s vizinho, mas as manifesta��es oficiais t�m sido t�midas e quase sempre restritas aos contextos das reuni�es emergenciais da Uni�o de Na��es Sul-Americanas (Unasul).