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Estado de Minas

Economia fraca e corte de investimentos amea�am melhoria das estradas mineiras

Cen�rio de austeridade provoca cortes de investimentos e se reflete em obras paradas por todo o pa�s. Em Minas, recupera��o de estradas inclu�das em programas estaduais e federais � adiada


postado em 30/03/2015 06:00 / atualizado em 30/03/2015 07:57

Na rodovia MG-040, 64 quilômetros de abandono e perigo entre Casa Branca e Crucilândia (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Na rodovia MG-040, 64 quil�metros de abandono e perigo entre Casa Branca e Crucil�ndia (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

A paralisa��o das m�quinas e a redu��o no n�mero de oper�rios em obras pelas rodovias mineiras s�o alguns dos impactos mais perversos do arrocho fiscal e cortes de investimentos, temas que tomaram conta do debate pol�tico nos primeiros meses do ano. O cen�rio de austeridade j� se reverte em um semestre com pouca libera��o de verbas e muitos adiamentos de ordens de servi�os – etapa que marca o in�cio das obras. Em Minas Gerais, estado com a maior malha rodovi�ria do pa�s, a frustra��o da popula��o, que ouviu nos �ltimos anos promessas de melhorias para suas estradas, � ainda maior. E a decep��o come�a a se transformar em protestos em v�rias regi�es. Na semana passada, a BR-367, no Vale do Jequitinhonha, foi fechada por moradores por tr�s dias. Tanto nas vias estaduais, quanto nas federais, as defini��es sobre novos investimentos est�o paradas e somente a partir do segundo semestre devem ser retomadas.

Segundo relat�rio de fevereiro do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), 31 obras em MGs que estavam inscritas no programa Caminhos de Minas, lan�ado pela gest�o anterior do governo estadual, j� t�m projetos de engenharia conclu�dos, mas est�o totalmente paralisadas, sem previs�o de in�cio das obras de asfaltamento. Outras 76 obras tiveram a elabora��o do projeto executivo interrompida. O programa foi lan�ado em 2010, pelo ent�o governador Antonio Anastasia (PSDB), como continuidade do ProAcesso e previa o asfaltamento de mais de 8 mil quil�metros de estradas mineiras, mas, at� agora, apenas 251 quil�metros foram conclu�dos.

O cen�rio se repete nas rodovias federais, de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). Segundo o relat�rio do Programa de Acelera��o de Crescimento (PAC) para o setor do transporte, sete obras de melhorias nas BRs mineiras est�o na fase de estudos preliminares e a previs�o � de que possam ser licitadas a partir de junho. Em andamento, por enquanto, apenas editais para a manuten��o das rodovias. No in�cio do m�s, decreto da presidente Dilma Rousseff(PT) definiu um corte de 23,7% nos gastos do PAC at� abril. A medida foi determinada pela equipe econ�mica federal para equilibrar as contas p�blicas.
Sotero Silvério e Felismina Santos temem que o asfalto não chegue tão cedo à estrada de terra (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Sotero Silv�rio e Felismina Santos temem que o asfalto n�o chegue t�o cedo � estrada de terra (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

PROTESTOS E ATRASOS

Nos vales do Jequitinhonha e Mucuri os atrasos para tirar do papel melhorias nas estradas t�m gerado insatisfa��o, uma vez que promessas de asfaltamento ocorrem desde os anos 1990. Na semana passada, moradores interditaram por tr�s dias a BR-367, pr�ximo a Virgem da Lapa, cobrando obras de manuten��o e maior fiscaliza��o para caminh�es de carga pesada. A rodovia, que atravessa todo o Jequitinhonha e tem mais de 80 quil�metros em terra batida, � considerada essencial para o desenvolvimento da regi�o. Desde 2010, a obra foi inclu�da no PAC, mas ainda n�o come�ou. Segundo relat�rio do Minist�rio do Planejamento, a pavimenta��o da BR-367 est� em fase de prepara��o, e a previs�o de in�cio das obras � para o segundo semestre.

A regi�o mais pobre do estado tamb�m recebeu v�rias promessas de obras de pavimenta��o por parte do governo estadual, mas poucas foram executadas. Dois trechos entre Setubinha, Capelinha e Itamarandiba – em um total de 102 quil�metros – foram inclu�dos no programa Caminhos de Minas. Um dos trechos teve projeto conclu�do, mesmo assim, n�o h� previs�o para o in�cio das obras. “Ser� que nosso sonho e o de pessoas que transitam no local, de ter asfalto, demorar� mais d�cadas? Capelinha e Itamarandiba somam mais de 71 mil moradores e o trecho de 52 quil�metros entre as duas cidades est� em p�ssimas condi��es, sem asfalto”, cobra o administrador Darlan Farnezi, de 27 anos.

O morador aponta que a revitaliza��o no trecho ser� importante para diminuir o tempo de viagem at� o hospital de Diamantina, refer�ncia na regi�o. “S�o anos de promessas n�o cumpridas, e o Vale do Jequitinhonha clama por aten��o. Lembro de que, quando anunciada, foi falado que j� existiam recursos dispon�veis. Fiz agora uma nova reclama��o no DER e ouvi do �rg�o que a obra n�o come�ar� porque n�o tem nenhum recurso dispon�vel”, diz Farnezi.

Na Zona da Mata, um trecho de 50 quil�metros da BR-120, que liga  S�o Geraldo e Dona Euz�bia est� em p�ssimas condi��es. “Essa estrada, constru�da na �poca de Get�lio Vargas, segue at� Itabira. Mas o trecho que corta nossa cidade est� em terra batida e nunca foi inclu�do em nenhum programa”, cobra o secret�rio de Turismo de Visconde do Rio Branco, Cleber Lima. O movimento Pr�-Asfalto 120, liderado pela cidade, que promoveu um protesto ontem, recebeu o apoio de cidades vizinhas, que tamb�m cobram as melhorias na via para facilitar a mobilidade na regi�o. Apesar de ser uma BR, o trecho � de responsabilidade do DER-MG.

GRANDE BH

Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, tamb�m s�o muitas as demandas por melhorias no sistema rodovi�rio. Os 64 quil�metros que ligam o povoado de Casa Branca, distrito de Brumadinho, a Crucil�ndia, foram inclu�dos no Caminhos de Minas, mas a obra est� paralisada. A reportagem do Estado de Minas percorreu o trecho nesta semana e constatou um cen�rio de abandono e perigo para os usu�rios da rodovia. A estrada de terra, usada principalmente por �nibus e caminh�es, tem pouqu�ssimas sinaliza��es e muitas curvas.

A aposentada Felismina Amorin Santos, de 76, mora ao lado da MG-040 desde crian�a e tem assistido ao aumento intenso no fluxo de ve�culos que n�o � acompanhado pelas melhorias na infraestrutura. “A rotina mudou muito por aqui e continua mudando de forma r�pida. As carro�as foram aos poucos sendo substitu�das pelos carros e hoje os caminh�es das mineradoras j� tomam conta. O asfalto pode trazer mais comodidade e facilitar nossa vida, mas duvido que chegue por aqui t�o cedo”, diz ela.


O caminhoneiro Sotero Silv�rio de Oliveira, de 66, se lembra do in�cio das medi��es em 2014 e reclama da falta de continuidade nas obras p�blicas. “Espero que sejam aproveitadas pelo menos as medi��es j� feitas. Com a mudan�a de governo, fico com receio de que a nova administra��o resolva fazer tudo de novo, e as obras mesmo n�o comecem . S�o cada vez mais comuns as batidas de caminh�es e carros, porque os ve�culos derrapam muito no cascalho e acabam acertando os barrancos”, conta Oliveira.

 


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