
O empres�rio Rog�rio Chequer, um dos l�deres do "Vem pra Rua", disse no domingo, que h� "um clamor muito alto" das bases do movimento para que um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff seja admitido, dentro do grupo, como uma possibilidade concreta entre suas metas e palavras de ordem. "N�o � um clamor pelo impeachment em si. E, de novo, lembramos a precondi��o de que tem de ser tudo dentro da lei", afirmou. "Mas o fato � que come�amos a perceber v�rias iniciativas que trazem motivos novos, argumenta��es de que a presidente poderia estar sujeita a uma a��o por crime comum", afirmou. Disse tamb�m que nesta segunda, 30, ou ter�a-feira, 31, o movimento vai "oficializar" essa posi��o no documento sobre temas que defender� na pr�xima manifesta��o, dia 12 de abril.
Criado no final do ano passado, o "Vem pra Rua" destacou-se nos recentes protestos de rua defendendo o "Fora Dilma" mas entendendo - at� a semana passada - que "por enquanto" n�o via raz�es legais para o impeachment (da presidente)". Essa posi��o vinha sendo cobrada por v�rios outros grupos.
Um dos motivos para se incluir o impeachment, agora, como perspectiva concreta - segundo o empres�rio - � a movimenta��o do governo em favor dos acordos de leni�ncia que v�m sendo negociados com empresas envolvidas em casos de corrup��o. "J� foram aprovados cinco, e temos v�rios pedidos novos em andamento", afirmou. Chequer ressalta que n�o � advogado e que n�o tem "compet�ncia nem a fun��o" para entrar no m�rito jur�dico do problema e que o impeachment n�o � a "causa central" do movimento. Mas admite ter ouvido muitas an�lises de estudiosos que consideram a instru��o 74 da Advocacia Geral da Uni�o (AGU) - que trata das condi��es para os acordos de leni�ncia - uma invas�o do Executivo sobre �reas de compet�ncia do Judici�rio.
'Plano'
"N�o podemos ficar calados diante disso. O que parecia um plano iniciado no Executivo, interferido no Judici�rio, invadindo a AGU, passado pelo TCU e aterrissado na Controladoria-Geral (CGU) come�a a se deflagrar", explicou.
Ele diz n�o estar sozinho nessa percep��o. Menciona "outras iniciativas" de advogados e de partidos pol�ticos, como o PPS - cujo deputado Raul Jungmann (PE) pediu ao Supremo Tribunal Federal uma avalia��o sobre a constitucionalidade dos acordos de leni�ncia. "Cresce a ideia de que se consiga pelo menos uma investiga��o sobre o papel da presidente nisso tudo", resumiu Chequer.
Ele diz n�o ter medo de que esse gesto seja visto como um passo � direita e, assim, prejudique a imagem do grupo. "N�o � radicaliza��o, de modo algum. N�o estamos fechando o foco, continuamos com todas as outras demandas - por �tica na pol�tica, por cidadania, por um basta � corrup��o e � m� gest�o dos recursos p�blicos", concluiu.