Na v�spera de um dia decisivo para o ajuste fiscal no Congresso, a presidente Dilma Rousseff minimizou nessa segunda-feira, 30, a mais recente declara��o pol�mica feita pelo titular da Fazenda, Joaquim Levy. Em entrevista em Capanema, a 160 quil�metros de Bel�m, Dilma afirmou que o ministro foi "mal interpretado" quando disse, numa palestra fechada em S�o Paulo, que a petista nem sempre faz as coisas de maneira mais "f�cil" e "efetiva".
Na defesa de Levy - e de certa forma, de si pr�pria -, a presidente afirmou que est� aberta �s palavras dos aliados. "Em pol�tica, �s vezes, eu n�o posso seguir o caminho curto. Eu tenho que ter o apoio de todos que me cercam", afirmou. "Ent�o, temos uma quest�o de construir o consenso. N�o temos que criar maiores complica��es por isso."
Uma rep�rter perguntou se as explica��es do ministro foram suficientes. Dilma demonstrou certa irrita��o e disse que o ministro deu explica��es "exaustivas". "Ele ficou bastante triste com isso e explicou, sim senhora."
Apesar do mal-estar provocado por mais uma declara��o de Levy sobre o governo, desta vez Dilma preferiu defender o ministro a repreend�-lo publicamente, como fez em fevereiro. Na ocasi�o, a presidente considerou "infeliz" o coment�rio do titular da Fazenda, que usou o termo "brincadeira" para se referir � pol�tica de desonera��es praticada no primeiro mandato da petista. Hoje, Levy estar� no Congresso em defesa das medidas do ajuste fiscal em um momento pol�tico delicado para o Planalto - da� a prote��o ao ministro.
Ora��o
Dilma visitou a cidade paraense para entregar chaves de 1.032 casas do programa Minha Casa, Minha Vida. L�, em meio ao morma�o amaz�nico, n�o faltaram serm�es evang�licos e claque para aplaudi-la. O prefeito Sellon Martins (PR) e o vice-governador Jos� da Cruz Marinho (PSC), evang�licos que subiram em palanques diferentes do dela na elei��o do ano passado, fizeram "prega��es" em favor do governo. "As autoridades s�o constitu�das por Deus e devemos orar pela presidenta do Brasil. Pe�o a Deus a sabedoria de Salom�o e Jos�. Passamos por v�rias crises, mas Deus � maior", pregou Martins.
No pleito passado, ele pediu votos para A�cio Neves (PSDB), mas chegou a distribuir santinhos de Dilma. Marinho afirmou que o programa habitacional era uma "b�n��o" e disse que orava pela presidente.
No discurso, Dilma agradeceu e disse que as ora��es eram uma forma de todos estarem "juntos". O prefeito organizou uma frota de �nibus - paga por empres�rios, segundo ele - para levar moradores de bairros da periferia de Capanema ao evento. A presidente tamb�m foi elogiada no discurso do ministro das Cidades, Gilberto Kassab. "Na hist�ria do Brasil e do mundo ningu�m fez mais do que a presidenta Dilma."
A petista aproveitou a fala em p�blico para defender o ajuste fiscal. A uma plateia de cerca de 2 mil pessoas, Dilma afirmou que "uma coisa � ajustar o Or�amento e outra � reformar tudo". "N�s n�o temos que reformar tudo", disse. "O Brasil � muito maior do que esses problemas que estamos passando. Uma coisa voc�s podem certeza: o governo federal n�o vai descansar um minuto, n�o vai parar um segundo, n�o vai ser detido por nada, vamos fazer o Pa�s crescer, gerar emprego e manter a expans�o social."
Tsunami
Dilma voltou a usar a met�fora do "tsunami" para falar da crise econ�mica. "O Brasil est� enfrentando dificuldades, mas s�o passageiras", afirmou. "O Brasil � hoje um pa�s que tem reservas em d�lar suficientes para aguentar qualquer crise internacional de volatilidade. Ao longo dos �ltimos seis anos, n�s tivemos de segurar a onda, um verdadeiro tsunami da crise internacional."
A presidente reclamou das avalia��es negativas em rela��o ao PIB. "Mesmo com a revis�o dos dados do PIB, falaram que o Brasil cresceu muito pouco em 2014. Agora ningu�m diz que os dados da solv�ncia melhoraram todos, todos. N�s estamos agora com 58% da d�vida bruta sobre o PIB e, se n�o me engano, 39% ou 36% da l�quida. N�o tenho certeza."