S�o Paulo - Enquanto a presidente Dilma Rousseff tenta se acertar com os aliados do PMDB, as centrais sindicais e os movimentos sociais, que comp�em a base social dos governos petistas, voltam nesta ter�a-feira, 7, �s ruas numa s�rie de protestos que ter�o como alvo principal justamente o Congresso Nacional.
O motivo, segundo as principais lideran�as, � a urg�ncia. O projeto de Lei 4330/04 pode ser colocada hoje para vota��o em plen�rio da C�mara, comandada pelo peemedebista Eduardo Cunha (RJ). Uma reuni�o de l�deres, � tarde, definir� se o projeto entrar� em vota��o ou n�o.
Al�m da press�o nas ruas, representantes dos trabalhadores estar�o em Bras�lia para tentar convencer os deputados e o presidente da Casa a n�o votarem o projeto. "Estaremos focados no PL 4330 que, na nossa avalia��o, � 1 milh�o de vezes mais prejudicial aos trabalhadores que as MPs 664 e 665", disse o presidente da Central �nica dos Trabalhadores, Vagner Freitas, referindo-se �s medidas provis�rias de Dilma que prop�em restri��es ao acesso a direitos trabalhistas, como seguro-desemprego e pens�o por morte.
De autoria do Executivo, as MPs causaram constrangimento na rela��o entre o governo e as centrais. Tradicionalmente ligadas ao PT, as entidades tinham dificuldade em defender nas ruas o governo que, na pr�tica, estava propondo a redu��o dos direitos trabalhistas. Mesmo assim, a manifesta��o realizada no dia 13 de mar�o teve vi�s pr�-governo, com "defesa da Petrobr�s" e da "democracia" - uma clara contraposi��o aos pedidos de impeachment dos opositores. O ato de mar�o ocorreu dois dias antes da manifesta��o contr�ria ao governo Dilma.
Hoje, diz Freitas, as bandeiras pr�-Dilma n�o s�o priorit�rias. Elas, por�m, devem estar presentes nos atos. "Vamos focar no Congresso porque � l� que hoje est�o as maiores amea�as aos direitos dos trabalhadores", afirmou o presidente da CUT.
Avalia��o
Na semana passada, ao avaliar a repercuss�o dos protestos anti-Dilma de 15 de mar�o, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse que o partido errou ao n�o apoiar os atos organizados dois dias antes pela CUT, CTB e MST. O governo tamb�m sinalizou em dire��o � abertura do di�logo com os trabalhadores, organizando reuni�es em que os emiss�rios eram os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presid�ncia), Nelson Barbosa (Planejamento) e Carlos Gabas (Previd�ncia). O PT, portanto, vai dar suporte oficialmente os atos de hoje.
'Conservador'
O presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Adilson Ara�jo, diz que, apesar de o foco ser o projeto de lei da terceiriza��o, o desconforto com o governo ainda persiste, j� que n�o houve recuo formal no que se refere �s MPs que restringem os benef�cios trabalhistas. "N�o ficou clara qual foi a flex�o que o governo fez", disse Ara�jo."Ser� uma contraposi��o � agenda regressiva de um Congresso mais conservador que na legislatura passada", completou o dirigente sindical.