
O ex-articulador pol�tico do governo, Pepe Vargas, convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira para anunciar que foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica e aceitou a proposta. Em seguida, ap�s ser interrompido por uma liga��o, ele recuou das afirma��es.
"A presidenta Dilma me convidou para ir pra Secretaria de Direitos Humanos, coloquei � presidenta que eu poderia ajudar o seu governo na C�mara dos Deputados. A presidente insistiu que eu permanecesse na sua equipe", afirmou. "Sou daqueles que acham que as pessoas s�o os seus valores e as suas circunst�ncias. Dentro dos meus valores, acredito que n�o se deve dizer 'n�o' a um pedido da presidenta da Rep�blica. N�o tem nenhuma circunst�ncia que me impede de ir para SDH, ent�o pelos meus valores e pela aus�ncia de circunst�ncias que dificultem minha ida para SDH, vou acolher ent�o o pedido da presidente", havia afirmado logo antes da liga��o.
Pepe, no entanto, mudou o tom do discurso depois de receber uma liga��o telef�nica que interrompeu por tr�s minutos a coletiva de imprensa. Apesar de ter afirmado, momentos antes, que Dilma insistiu para que ele aceitasse o pedido e confirmado que vai "acolher o pedido", Pepe passou a dar respostas evasivas e insistir apenas que tem condi��es de colaborar com o governo Dilma se ela decidir. Ele ressaltou que tamb�m n�o teria problemas em reassumir o mandato que tem de deputado federal. "A �nica coisa que tenho garantia � o meu mandato de deputado", disse.
De volta � sala de entrevista, disse que Dilma n�o confirmou sua nomea��o para a Secretaria. "N�o houve um comunicado oficial em rela��o a isso. O que digo para a presidenta � que, se ela quiser me aproveitar na sua equipe, tranquilamente aceito o convite de continuar contribuindo com a sua equipe", afirmou.
Perguntado sobre quais seriam suas prioridades como chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe respondeu: "N�o fui nomeado ministro da secretaria de Direitos Humanos, n�o h� por que eu fazer esse tipo de coment�rio".
Ele foi retirado da Secretaria de Rela��es Institucionais da Presid�ncia da Rep�blica com a decis�o de Dilma de que o vice-presidente Michel Temer passaria a acumular a fun��o de articula��o pol�tica. Questionado sobre a liga��o telef�nica, o petista respondeu: "Era um telefonema que eu tinha de atender, que eu tinha solicitado".
Para Pepe, ao tir�-lo do comando da articula��o pol�tica do governo, Dilma fez uma op��o de substituir o PT pelo PMDB, partidos da base do governo que t�m protagonizado atritos. "Esse ru�do desorganiza e desestabiliza o conjunto da base", afirmou.
Ref�m
Sobre o aumento do poder do PMDB, que tem agora, al�m da articula��o pol�tica, as presid�ncias da C�mara e do Senado, Pepe disse que n�o se trata de o governo ser ref�m do aliado. "� evidente que o governo tem no PMDB um dos principais partidos que comp�em o governo. � um partido importante", afirmou.
Durante a entrevista, Pepe Vargas confirmou que ficou sabendo de sua sa�da das Rela��es Institucionais pela imprensa. "Fiquei sabendo pela imprensa por conta de um vazamento. T�o logo saiu o vazamento, eu liguei pra presidenta, combinamos de falar no dia seguinte, ela me comunicou da sua decis�o, de forma muito respeitosa, e portanto, foi dessa forma que aconteceu". Ele garantiu que n�o tem nenhuma m�goa com a situa��o.