Bras�lia - Os parlamentares que precisam prestar depoimentos sobre eventual participa��o no esquema deflagrado pela Opera��o Lava-Jato t�m se queixado do "constrangimento" de se apresentarem � Pol�cia Federal. Segundo relatos de interlocutores, o pedido � para que os pr�ximos possam depor na sede da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR).
A op��o dos investigadores, segundo fontes, � por iniciar a realiza��o das dilig�ncias relativas aos casos de "doa��o legal" com dinheiro supostamente desviado da Petrobras, para depois juntar os fatos apurados � investiga��o da forma��o de quadrilha. O depoimento dos dois deputados do PP-RS, portanto, aconteceu em raz�o da apresenta��o espont�nea dos parlamentares.
Molling negou as acusa��es e afirmou n�o ter recebido recursos de forma il�cita. Ele informou que vai disponibilizar ainda nesta semana seus extratos banc�rios e as declara��es de imposto de renda.
Goergen repetiu os argumentos que vem apresentando desde a divulga��o da lista de investigados nas duas horas em que foi ouvido por tr�s procuradores e um delegado da PF. Deputado federal desde 2011, ele diz que n�o integrava a C�mara na data em que foi citado por Youssef. Ele tamb�m afirmou que fazia oposi��o interna no partido ao grupo envolvido no esquema.
"Tentei mostrar minha vida dentro do partido. Me coloquei � disposi��o, disse que apoio integralmente a investiga��o", afirmou o deputado. Goergen disse j� ter entregue ao Minist�rio P�blico todos os seus extratos banc�rios a partir de 2010 e que j� autorizou a quebra de seu sigilo telef�nico.
Na semana passada, segundo fontes da PF, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) se apresentou para depor. Ela foi acompanhada do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. H� rumores de que Bernardo tenha prestado depoimento no mesmo dia. Apesar de n�o ser investigado, ele � citado nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Segundo Costa, Youssef o avisou que o ex-ministro pediu no in�cio de 2010 um "aux�lio financeiro" no valor de R$ 1 milh�o para a campanha da petista. A assessoria da senadora nega que Gleisi j� tenha prestado depoimento e afirma que, em peti��o, ela se disponibilizou a marcar a data da oitiva, mas ainda n�o foi chamada.
J� prestaram depoimento tamb�m o l�der do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Os dois foram citados por Paulo Roberto Costa, em dela��o premiada, como benefici�rios de recursos oriundos de propina para campanha eleitoral.
A assessoria do senador pernambucano confirmou � reportagem que o depoimento foi prestado no dia 24 de mar�o e que Humberto Costa repetiu o que vem dizendo publicamente desde que apareceu entre os supostos benefici�rios do esquema de corrup��o, que as doa��es recebidas por ele s�o legais e que sua rela��o com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras se deu apenas no contexto da implanta��o da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
� reportagem, a assessoria de Farias confirmou tamb�m o depoimento, mas n�o quis comentar sua fala. As dilig�ncias de investiga��o dos pol�ticos supostamente envolvidos na Lava-Jato tinham prazo inicial de 30 dias para serem cumpridas, a contar da abertura dos inqu�ritos. O prazo se esgota nesta semana e a Procuradoria-Geral da Rep�blica vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que o per�odo seja prorrogado. O pedido � protocolar e deve ser acatado pelo ministro relator dos inqu�ritos, Teori Zavascki. Novos depoimentos est�o programados para a pr�xima semana.