
Curitiba e S�o Paulo - Em despacho favor�vel � pris�o do ex-deputado Andr� Vargas (sem partido-PR), investigado pela Opera��o Lava-Jato e detido na �ltima sexta-feira, 10, o juiz federal S�rgio Moro disse ser "inaceit�vel que agentes pol�ticos em rela��o aos quais existam graves ind�cios de envolvimento em corrup��o e lavagem de dinheiro permane�am na vida p�blica sem grandes consequ�ncias". Para o magistrado, � necess�ria "infelizmente a interven��o do Poder Judici�rio para poupar a sociedade do risco oferecido pela perpetua��o na vida p�blica do agente pol�tico criminoso".
Moro conduz uma investiga��o que aponta para o envolvimento de pelo menos 52 pol�ticos - entre deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares. � o maior contingente de agentes pol�ticos sob suspeita de crimes de corrup��o e lavagem em um mesmo esc�ndalo.
Cassado em dezembro e fora do PT desde ent�o, Vargas � investigado pela for�a-tarefa da Lava-Jato em quatro frentes que englobam o Minist�rio da Sa�de, a Caixa Econ�mica Federal e o recebimento indireto de propina do cartel da Petrobras. Ele pode responder em ju�zo como r�u por crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro.
O caso de Vargas, um dos tr�s primeiros pol�ticos presos pela Lava-Jato, � para Moro exemplo de como o uso do mandato parlamentar para enriquecimento il�cito deve ser visto como uma trai��o � confian�a da sociedade.
"A gravidade concreta da conduta de Andr� Vargas � ainda mais especial, pois as provas apontam que ele traiu seu mandato parlamentar e a confian�a que a sociedade brasileira nele depositou, ao concordar em utiliz�-lo para enriquecer ilicitamente", escreveu. "Chegou ele a exercer o cargo de vice-presidente da C�mara dos Deputados e ainda assim, �s ocultas, persistiu utilizando seu poder em benef�cio pr�prio e em detrimento dos seus eleitores."
Para Moro, a pris�o de Vargas era necess�ria por ver "concreto risco" de que, "mantenha, mesmo com o mandato cassado, influ�ncia em �rg�os governamentais ou em entidade p�blicas, com chance de reproduzir esquemas criminosos". A defesa do ex-deputado nega as irregularidades.