Bras�lia- Sob press�o de manifesta��es por impeachment e fragilizada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff decidiu ampliar as concess�es a fim de aprovar o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, o governo anunciou que usar� comerciais de TV para tentar explicar � popula��o os motivos da ado��o de medidas de aperto, entre elas a redu��o de benef�cios trabalhistas.
Ao fim do encontro, o governo anunciou que aceita negociar pontos do ajuste fiscal, como a mudan�a de prazo para a concess�o do seguro-desemprego.
O recuo do governo foi anunciado pelo ministro da Previd�ncia, Carlos Gabas, depois de reuni�o na qual o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estava presente. Gabas informou que o governo aceitava negociar todos os pontos das duas medidas provis�rias em tramita��o no Congresso que alteram as regras de concess�o de benef�cios da Previd�ncia e trabalhistas, as MPs 664 e 665. Com isso, o governo sinalizou que estava cedendo � press�o das centrais sindicais e parlamentares da pr�pria base aliada, para tentar garantir a aprova��o da ess�ncia do pacote fiscal.
Dilma j� havia avisado seu antecessor, Luiz In�cio Lula da Silva, e o PT de que estava disposta a ceder no ajuste e reduzir cortes na �rea trabalhista, conforme revelou o jornal
O Estado de S. Paulo
no fim de mar�o.
'Tudo' e 'nada'
"N�s aceitamos discutir tudo. A reuni�o foi marcada, fomos convidados pelo vice-presidente Temer, para debater o tema da 664 e da 665 (as medidas provis�rias que reduzem os benef�cios trabalhistas). N�o h� nada definido ainda. N�o h� nada fechado. Todos os temas est�o em debate, s�o pass�veis de modifica��o e aperfei�oamento", disse Gabas, ao deixar o gabinete da Vice-Presid�ncia.
Participaram da reuni�o, al�m de Temer, Levy e Gabas, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Lu�s In�cio Adams (Advocacia-Geral da Uni�o).
Questionado se o Planalto aceitava recuar at� mesmo na nova regra de primeira solicita��o do seguro-desemprego - cujo prazo saltou de seis para 18 meses -, o ministro respondeu: "Isso est� inclu�do no tudo, tudo s�o todos os itens. Esperamos que a medida provis�ria seja no seu conjunto aprovada. Se tiver itens que podem aperfei�o�-la, vamos acatar, para que esse ajuste fiscal seja aprovado no seu conjunto". Segundo o ministro, a ideia do governo � aprovar as medidas do ajuste "o mais r�pido poss�vel, conversando com centrais sindicais e partidos". "Queremos preservar o conjunto da MP, agora se vai ser aperfei�oada ou n�o, vai depender do Congresso", disse.
� noite, Temer reconheceu que "pode ser examinado" o prazo fixado para a primeira solicita��o do seguro-desemprego. O l�der do governo no Congresso, senador Jos� Pimentel (PT-CE), refor�ou a disposi��o do governo. "Evidentemente, que precisa fazer ajustes. Vamos ouvir as centrais sindicais. O governo transferiu a mesa de negocia��o para o Congresso Nacional."
Pela manh�, o governo debateu sua nova estrat�gia de comunica��o em reuni�o de Dilma com os ministros das siglas da base. Ela pediu unidade para garantir a aprova��o do pacote fiscal.
Defesas
Depois, o ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia) realizou outra reuni�o com os representantes das assessorias de imprensa dos minist�rios e �rg�os do governo federal. No encontro, Edinho apresentou uma cartilha intitulada "Ajustar para Avan�ar", que servir� para padronizar o discurso dos integrantes do governo.
A defesa do governo tamb�m dever� ser feita quando o Executivo anunciar os cortes no Or�amento da Uni�o, o que deve ocorrer nos pr�ximos dias. A expectativa da �rea econ�mica � de que o contingenciamento chegue a R$ 80 bilh�es. Nesse caso, os ministros devem responder como um mantra que a redu��o do Or�amento n�o afetar� os programas essenciais da pasta e que a situa��o de cortes s�o apenas medidas transit�rias e que rapidamente o Brasil vai se recuperar.
No encontro com integrantes das assessorias da Esplanada, Edinho Silva tamb�m ressaltou, segundo relatos de presentes, que a ideia � de os ministros atuarem com maior frequ�ncia na cria��o de agendas positivas, realizando entrevistas semanais sobre projetos estruturantes realizados pelas respectivas pastas.
Neste sentido tamb�m foi incentivada a utiliza��o dos canais de comunica��o oferecidos pela Empresa Brasil de Comunica��o (EBC), que comporta, entre outras estruturas, a Ag�ncia Brasil, R�dio EBC e a TV Brasil. A inten��o � dar visibilidade a uma "agenda positiva" e para isso a integra��o entre as pastas � considerada fundamental.
No encontro, foi anunciado ainda que as redes sociais do Pal�cio do Planalto dever�o passar por uma "reestrutura��o" com a cria��o de novos canais de intera��o com a sociedade.
Edinho Silva n�o deu, contudo, uma data nem informou exatamente do que se tratava as mudan�as estudadas pela equipe de comunica��o. Tamb�m n�o deu data nem valores a serem investidos nas pe�as publicit�rias que ser�o veiculadas. (Colaboraram Ricardo Brito, Victor Martins e Rafael Moraes Moura)
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.