Os advogados de Alexandrino Alencar, diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht, prestaram esclarecimentos ao ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que a Pol�cia Federal � a autoridade mais indicada para realizar dilig�ncias com imparcialidade.
Na peti��o, apresentada nessa sexta-feira, a defesa afirma que o diretor da empreiteira esteve na sede da PF em Bras�lia na quinta-feira, para a presta��o de esclarecimentos, mas que foi surpreendido "com a not�cia da suspens�o do feito e cancelamento da oitiva". Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, o depoimento de Alencar est� entre as oitivas da Lava Jato que foram suspensas pelo STF esta semana, a pedido do Minist�rio P�blico.
No documento, a defesa de Alencar tamb�m faz cr�ticas aos acordos de dela��o premiada firmados por investigados da Lava Jato com o Minist�rio P�blico Federal (MPF), dizendo que o �rg�o, "antes mesmo de verificar a (in)veracidade de suas declara��es (dos delatores), apressou-se em assinar acordos de colabora��o que, num passe de m�gica, evitam pris�es preventivas ou as transformam em domiciliares", escreveram os advogados. Os 26 inqu�ritos abertos no STF envolvendo parlamentares tiveram in�cio nos acordos de dela��o firmados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A peti��o � assinada pelos advogados Dora Cavalcanti, Augusto Botelho e Rafael Tucherman e foi protocolada dois dias depois de Zavascki deferir o pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), de adiar os depoimentos que estavam marcados para os dias 15, 16 e 17 de abril. "Cumpre ressalvar que, ao contr�rio dos membros do Minist�rio P�blico, as autoridades policiais n�o s�o parte no processo penal, sendo por essa raz�o as mais indicadas para realizar as dilig�ncias investigativas de forma neutra e imparcial", escreveram os advogados.
O posicionamento da defesa ocorre em meio a uma queda de bra�o entre a PGR e a PF, sobre quem deve ditar os rumos das investiga��es. "Com todo o respeito, os peticion�rios confiam que a provid�ncia requerida pela Procuradoria n�o implicar� a submiss�o da autoridade policial a eventuais (e de todo inesperados) des�gnios de se conduzir as dilig�ncias investigativas com finalidade diversa da obten��o da verdade", diz o texto.