A cunhada do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto afirma que viajou ao Panam� para participar do F�rum Sindical das Am�ricas. Como coordenadora financeira do Centro Sindical das Am�ricas, Marice Correa Lima representou a entidade no congresso realizado naquele pa�s da Am�rica Central. Ela afirma que n�o foi lavar dinheiro il�cito nem destruir provas.
Marice pretende derrubar as especula��es que surgiram sobre os motivos de sua viagem ao exterior depois que a PF tentou localiz�-la em sua casa, no bairro da Bela Vista, em S�o Paulo, e n�o a encontrou na quarta feira, 15.
Uma das hip�teses que cercava sua viagem dava conta de que ela teria se deslocado ao Panam�, um para�so fiscal, para destruir provas e alterar supostos registros cartor�rios e banc�rios sobre offshores e remessas de valores dos Vaccari.
A cunhada vai explicar que j� se havia deslocado ao Panam� v�rios dias antes da ordem de pris�o contra ela decretada. Marice afirma que soube do decreto de sua pris�o quando j� estava em f�rias na Costa Rica, pa�s vizinho do Panam� - para n�o ser enquadrada como foragida ela imediatamente retornou a este pa�s e, depois, embarcou para o Brasil, onde chegou na sexta, 17, e espontaneamente apresentou-se � PF em Curitiba, base da Lava Jato.
"N�o havia nenhuma restri��o, nenhuma ordem judicial que impedisse Marice de sair do Pa�s e, seguramente, ela n�o sabia que poderia ter sua pris�o tempor�ria decretada", assinala o advogado Cl�udio Pimentel, que defende a cunhada do ex-tesoureiro do PT.
"A participa��o dela no F�rum Sindical das Am�ricas � p�blica, at� no site � poss�vel constatar o real motivo de sua viagem ao Panam�. Marice n�o foi lavar dinheiro il�cito, n�o foi apagar rastros de opera��es escusas. Foi participar do congresso sindical, apenas isso."
Cl�udio Pimentel disse que a cunhada de Vaccari vai responder a todas as perguntas da PF. "N�o h� porque n�o falar, inclusive sobre a sua movimenta��o financeira, at� porque tudo est� refletido em seu Imposto de Renda."
A cunhada de Vaccari teve seu nome citado nas primeiras fases da Opera��o Lava Jato, no in�cio de 2014. Ela teria recebido propina no dia 3 de dezembro de 2013 da empreiteira OAS, alvo da investiga��o sobre corrup��o e desvios na Petrobras.
Os valores teriam sido entregues em esp�cie a mando do doleiro Alberto Youssef, pe�a central da Lava Jato, no endere�o da Bela Vista, bairro central de S�o Paulo, onde ela mora. A PF suspeita que Marice e outras familiares de Vaccari - a mulher, Giselda, e a filha Nayara - foram usadas para ocultar valores il�citos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT.
Uma linha da investiga��o aponta para neg�cio lucrativo que Marice realizou com a OAS. Ao comprar um apartamento Bancoop da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o im�vel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a pr�pria empreiteira.
A for�a-tarefa da Lava Jato v� "car�ter fraudulento" na transa��o. Os procuradores da Rep�blica e a PF suspeitam que o neg�cio "serviu para ocultar e dissimular a origem il�cita dos recursos, tratando-se de poss�vel vantagem indevida paga pela OAS a Jo�o Vaccari Neto".
O advogado Cl�udio Pimentel anotou que n�o pretende ingressar com habeas corpus. O prazo da pris�o tempor�ria de Marice � de 5 dias. "Habeas corpus n�o faz sentido. Vou requerer que ela seja imediatamente liberada ap�s o depoimento na Pol�cia Federal. N�o h� nenhuma raz�o para ela ficar presa. Ela jamais pensou em fugir. A demonstra��o inequ�voca disso � que ela se apresentou. Afinal, quem quer fugir vai retornar ao Brasil, como ela fez espontaneamente?"