
A batalha na C�mara dos Deputados entre a bancada religiosa e os que militam pelos direitos da popula��o LGBT (l�sbicas, gays, bissexuais e transg�neros) anda cada vez mais acirrada. E pelo menos no in�cio dessa legislatura, os deputados contr�rios � causa gay est�o levando vantagem, at� mesmo porque contam com o apoio do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), evang�lico e autor do projeto de lei que pretende implantar no Brasil o dia do orgulho heterossexual, uma contraposi��o ao Dia Nacional do Orgulho Gay, celebrado em 28 de junho. Al�m disso, houve uma redu��o significativa na C�mara das bancadas de esquerda e centro e um aumento recorde do n�mero de parlamentares ligados a denomina��es religiosas mais conservadoras. Eles conseguiram aprovar uma convoca��o para ouvir depoimento de ex-homossexuais, uma tentativa de reativar a discuss�o sobre a “cura gay”, e impedir, pelo menos por enquanto, a 12ª edi��o do Semin�rio Nacional LGBT no Congresso Nacional. E prometem ainda deter o que eles chamam de privil�gios concedidos � popula��o LGBT. Cientes da for�a dessa bancada, que cresce a cada elei��o, os deputados ligados � causa gay se armam para evitar retrocessos e montam um movimento de resist�ncia para impedir perda de conquistas.
J� o deputado e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), autor do pedido de audi�ncia para ouvir “ex-gays”, disse que “n�o h� uma pauta de redu��o de direitos”. Existe sim uma pauta para conter os privil�gios a um grupo em detrimento de outro”, afirma. Segundo ele, os que militam pelos direitos humanos s�o covardes. “Em 2013, fugiram do debate tentando esvaziar a comiss�o (de Direitos Humanos, que foi presidida por Feliciano entre 2013 e 2014). Agora presidem a comiss�o e s�o derrotados nos votos que s�o democr�ticos e nos acusam descaradamente. Vivemos em uma democracia e n�o em uma ditadura. Cada deputado representa seus eleitores e fala por eles.” Segundo ele, a ado��o por casais gays, a criminaliza��o da homofobia e outras pautas da comunidade LGBT, caso venham a ser votadas, “ser�o debatidas exaustivamente de maneira democr�tica”. “A bancada crist� quer debater. Queremos ouvir os argumentos e mostraremos os nossos, tudo de forma democr�tica. Vencer� o melhor argumento e a maioria absoluta dos votos.” Entre os projetos que os evang�licos querem aprovar est�o, al�m do dia do orgulho hetero, outro que penaliza a discrimina��o contra heterossexuais. Sem conseguir tramitar na legislatura passada, eles foram desarquivados e voltaram a ser analisados nesta legislatura.