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Estado de Minas

Medalha da Inconfid�ncia concedida a l�der do MST causa revolta em Minas

Deputados entram com requerimento para tirar a honraria concedida ao l�der do MST, Jo�o Pedro St�dile. Agraciados de anos anteriores protestam devolvendo a comenda


postado em 23/04/2015 06:00 / atualizado em 23/04/2015 07:32

Sessão plenária foi marcada por bate-boca. Mozart foi um dos que receberam a honraria. Ele devolveu a medalha e o diploma que ganhou em 1982 (foto: Guilherme Bergamini/ALMG - Carlos Moura/CB/D.A Press)
Sess�o plen�ria foi marcada por bate-boca. Mozart foi um dos que receberam a honraria. Ele devolveu a medalha e o diploma que ganhou em 1982 (foto: Guilherme Bergamini/ALMG - Carlos Moura/CB/D.A Press)

A insatisfa��o com a homenagem concedida pelo governo mineiro ao l�der do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jo�o Pedro St�dile, extrapolou os protestos na cerim�nia de entrega da Medalha da Inconfid�ncia. Um dia depois da solenidade, a oposi��o na Assembleia repudiou a iniciativa e apresentou nessa quarta-feira (22) requerimento para tirar dele a honraria. Enquanto isso, indignados com o oferecimento da comenda, agraciados de outras edi��es resolveram devolver a condecora��o.

Com pesar, mas convicto do ato, o juiz aposentado Mozart Hamilton Bueno, de 75 anos, enviou nessa quarta-feira por Sedex um pacote com medalha, passadeira e diploma recebidos em 1982 das m�os do ent�o governador Francelino Pereira. Na �poca, ele era diretor do Col�gio Tiradentes da Pol�cia Militar, em Barbacena, na Regi�o Central de Minas. “Acho que a medalha deveria ser dada a algu�m que prestou servi�o ao estado, at� um gari merece. N�o um baderneiro, incentivador da desobedi�ncia civil, que invade propriedades produtivas, laborat�rios. O crit�rio � do m�rito, e n�o pol�tico”, afirma. O MST, que luta pela reforma agr�ria, j� esteve no centro de a��es controversas. Al�m da invas�o de propriedades, integrantes do movimento invadiram laborat�rios de empresas ligadas ao setor agr�cola.

Junto com as honrarias, Bueno tamb�m enviou uma carta ao governador Fernando Pimentel (PT) contando seus feitos como diretor do col�gio. “N�o sei se t�o relevantes foram esses servi�os, mas afirmo que durante os sete anos que dirigi o tal referido col�gio entreguei-me de corpo e alma � miss�o e o fiz despontar”, escreve o juiz aposentado, que atualmente mora em Bras�lia. “N�o me julgo superior a esse senhor St�dile, mas minha modesta biografia, a minha devo��o ao meu Estado natal recomendam-me n�o aceitar esse nivelamento, raz�o pela qual e por imperativo da minha forma��o c�vica, renuncio ao galard�o”, completa.

Revoltado com o fato de St�dile ter sido condecorado, o consultor em comunica��o Nestor Sant’Anna, de 71, que j� foi secret�rio do Conselho da Medalha da Inconfid�ncia, tamb�m vai devolver a homenagem assim que voltar a BH – ele est� em viagem ao Rio. “Fiquei indignado com a condecora��o. St�dile demonstra rebeldia, uma pessoa que prega invas�es e destrui��o de laborat�rios e campos de pesquisa n�o � um benfeitor”, diz. Sant’Anna foi chefe do cerimonial do governo entre 1971 e 1976, per�odo em que recebeu a honraria. Como ex-secret�rio do conselho, refor�a que a homenagem deve ser dada a pessoas com “comprovada atua��o para engrandecer o estado e a na��o”.

BANDIDO Na Assembleia, o clima esquentou. St�dile foi chamado por diversas vezes de bandido em plen�rio pela oposi��o. No requerimento pedindo para sustar os efeitos do ato do governador que concedeu a grande medalha, os parlamentares alegam que ele n�o se enquadra nos requisitos da legisla��o que define a honraria. “A rigor, at� se ele, o senhor Jo�o Pedro St�dile, possuir alguma notoriedade em seu saber, ela o � criminal”, diz a justificativa. “Pelo que sabemos ele nunca prestou nenhum servi�o ao estado. O que esperamos � que o governador reconhe�a o grande equ�voco que cometeu e gerou cr�ticas da imprensa nacional”, completou o l�der do bloco oposicionista Gustavo Corr�a (DEM).

O deputado Jo�o Leite (PSDB) disse que vai devolver a medalha que ganhou em 1997 do governo Eduardo Azeredo (PSDB) assim que a encontrar. “Ela n�o tem mais o mesmo valor. Algu�m que prega uma guerra dentro do Brasil n�o deve receber medalha”, afirmou. O deputado Sargento Rodrigues (PDT) aprovou na Comiss�o de Seguran�a P�blica uma mo��o de rep�dio ao ato de Pimentel.

O l�der do governo Durval �ngelo (PT) afirmou que o projeto de resolu��o n�o tem pega para ser aprovado, pois a norma s� serve para sustar atos exclusivos do governador. Segundo ele, que reclamou da tentativa de “desmedalhiza��o” do aliado, os homenageados s�o escolhidos por um conselho composto por representantes do Executivo, Legislativo e da sociedade civil. Segundo lei e decreto que regulam a comenda, ela � oferecida ao cidad�o que “se distinga pela notoriedade de saber, cultura e relevantes servi�os prestados � coletividade”. “Ele � um brasileiro de reconhecimento. Durante um congresso de movimentos sociais no Vaticano, o St�dile foi aclamado pelo Papa Francisco como uma grande lideran�a social”, afirmou Durval. O petista disse que � bom ter combatentes como ele homenageados em vez de “autoridades vazias”.

J� o secret�rio de Estado de Governo, Odair Cunha, disse que a decis�o de homenagear o l�der do MST foi de Pimentel. “A agenda agr�ria, da agricultura familiar, da terra � importante para o desenvolvimento de Minas. � importante dizer que Itamar Franco j� fez homenagem ao MST, isso n�o � novidade”, afirma Cunha, que calcula haver em Minas cerca de 200 ocupa��es. A reportagem tentou contato, por telefone e e-mail com St�dile, mas n�o teve retorno.


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